Capitulo 3: A estrela de Stratford

43 0 0
                                    

A Jamaica Craft, nossa fantástica coreógrafa, desenvolveu seu talento nas ruas. Nunca teve aulas de dança formais. Apenas dançava da forma como sentia que devia dançar, e as pessoas passaram a gostar.

Pessoas bem influentes no meio. Ela começou a dançar profissionalmente há uns dez anos e, alguns anos depois, artistas começaram a procurá-la, por exemplo, que ela aprimorasse passos de uma coreografia.

Fantástico!Todos os movimentos que a Jamaica faz parecem dança. Até quando ela está parada, conversando com alguém, suas unhas pintadas de um verde-limão muito louco parecem estar dançando. Se você lhe pergunta como ela faz isso, Jamaica apenas dá de ombros e responde:

-Apenas escute o som. Ele vai lhe dizer o que fazer.

No dia em que conheci Jamaica, ela fraturou o pé, sem nem saber como. Ela estava parada conversando com o Scooter, quando pow!, teve de ficar de licença por 12 semanas. Nas instalações do show, ela me prepara para ensaiar os movimentos do voo (foi mal estragar a surpresa!) junto com o Nick e o Mike, dois de meus dançarinos.

-Os dançarinos são atletas - ressalta Jamaica - Não somos mimados como os atletas são. Não temos massagista algum. Vocês não farão nenhum tratamento de spa depois do show. Mas podem acabar machucados como os atletas se machucam. Precisam se cuidar e cuidar dos colegas.

Totalmente cientes disso, temos ensaiado para o show por 12 horas diárias. Há muitos procedimentos de segurança. A coreografia exige que eu fiquei pendurado em cabos, girando de cima para baixo, a cerca de dez metros de altura. Tenho tentado me sentir confortável tanto com a coreografia quanto com a apresentação em si - onde e o que fazer em determinado lugar do palco. Fazer um show envolve muito trabalho pesado. Fico no palco por 75 minutos, e isso não é nada fácil. Faço muitos exercicios de resistência para me preparar, mas o final do show estou um begaço. Em 75 minutos, faço de tudo, e nunca fica chato. Ensaiamos cada transição e intervalo para que a plateia não fiquei entediada nem por um segundo. Há mais de quinhetas pessoas trabalhando para garantir que o show seria perfeito.

O Nick, o Mike e eu vestimos uma roupa cheia de cabos que nos permite voar. A Jamaica dá um tapa na bunda de cada um e diz "Arassem!". O volume da música aumenta na mesa de som. Vou subindo, subindo, subindo até que fico apenas três metros abaixo dos canhões de luz. É tão alto que nem me arrisco a olhar pra baixo. Sinto que algo está errado. Quando vou dar meu giro, os cabos não estão onde deveriam estar.

-Ei, pessoal! E! Alguém aí!

A música está alta demais. Ninguém me escuta.

-Pessoal! Tem alguma errada aqui!

O Nick e o Mike estão fazendo os movimentos deles, com os pés no ar, sem nem olhar pra mim. Aceno com os braços, na esperança de que alguém perceba que é um sinal de "Quero descer! Agora!" A música para.

- Tudo bem ai? - pergunta Jamaica.

- Não, estou quase morrendo. Me coloca no chão.

Meu coração ainda está acelarando quando eu piso no chão. Caramba! Que susto... Eu poderia ter me dado muito mal. Minha mãe está de um lado para o outro na pista, com aquela cara de preocupação materna.

- O que aconteceu? Algum problema nos cabos de segurança?

- Ele está bem - responde Jamaica para mamãe. Ela pousa uma mão na minha nuca e repete: - Você está bem. Estava firme, não ia cair.

Acontece que parte dos cabos se embolou com o kit do microfone, então estavam numa posição não muito confortável.

- Tudo bem - comento, tentando relaxar, mas peço um intervalo de cinco minutos para me recompor.

- Não há por que se deseaperar - afirma ela, calmamente, desconectando os cabos. - É normal seu coração acelerar durante a dança mas...

- Não a esse ponto.

- Isso, não a esse ponto. Mas você está bem.

- Caraca! - murmuro, ao sair do palco. - E eu achando que hockey era perigoso...

Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora