Capitulo 6: Bem - Vindo ao meu mundo

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Em janeiro de 2009, o Scooter foi à cerimônia de entrega dos Grammy em Los Angeles. Sua primeira parada foi o bangalô do L.A. Reid, no hotel Beverly Wilshere, em Beverly Hills.

- O que é um bangalô? - precisei perguntar.

- Um dia, jovem Padawan. Um dia conhecerá o bangalô.

- Ok. Como foi?

- Para inicio de conversa, uma mulher, braço direito dele, me escoltou até o bangalô, que é tipo uma casinha dentro de um hotel luxuoso, onde o L.A. sempre se hospeda. A mulher me diz: "Queria que soubesse como eu estou orgulhosa. Um grupo tão legal merece esse sucesso", e por ai vai.

"Estou muito feliz por vocês, mas vocês precisam entender que o L.A. é um cara da música. Os representantes dele voam para cá todo ano. E, se você conseguir mostrar três músicas pra ele continuou: "Quantas você vai mostrar?"

Respondi que mostraria dez. Ela recomendou: "Você não vai mostrar dez.

Escolha as três melhores e toque pra ele." "Concordei.

- Calma aí, calma aí! - Às vezes o Scooter se empolga contando uma história e não consigo acompanhar. - Quais você escolheu?

- As três melhores.

- Tá, mas...

- Calma, escuta isso! O L.A. disse: "Esse material é excelente. Eu não esperava que fosse um monte de hits."

- Quais eram essas três músicas?

- Não interessa, porque ele escutou todas. E depois escutou tudo de novo.

- Ele ouviu as dez músicas duas vezes?

- Ele ouviu as dez músicas...duas vezes.

- Caraça! E aí, o que nós fazemos agora?

- Agora você vem pra cá e me ajuda a vender isso amanhã.

Pouco tempo depois, eu estava de volta ao sofá branco, ouvindo minha música com o L.A. Reid. Bizarro. Ele perguntou ao Scooter o que ele queria fazer, e ele respondeu que precisava de algum dinheiro para podermos fazer um clipe. O Asher Roth havia estourado na internet no ano anterior: seu álbum foi o mais vendido no iTunes por dez dias seguidos e ficou em quinto lugar no ranking Hot 100 da Billboard. Asher era a sensação da internet. L.A. perguntou ao Scooter se eu conseguiria chegar lá também. Sem titubear, o Scooter respondeu:

- Ele já chegou lá, você só não sabe disso ainda. Esse menino é um gigante adormecido.

Convocamos o Usher para nos ajudar com o clipe de "One Time".

O roteiro se resume basicamente a eu invadindo a casa do Usher para dar uma festa. Trouxemos meu melhor amigo, o Ryan "Butsy" Butler, para Atlanta para que ele estivesse na gravação. (É ele que aparece no inicio do video, jogando videogame comigo.) Quando o restante dos figurantes chegou, havia um monte de garotas lindas, legais,, divertidas - já falei que elas eram incríveis? - de nossa idade. Dançando, jogando comfete, nadando de biquíni.

- Cara, nossa... - O Ryan parecia ter dificuldades para respirar às vezes. - Isso é irado.

- Só tente agir com naturalidade. O dia vai ser longo.

O clipe ficou ótimo e a gravação foi muito divertida. O plano era postá - lo numa manhã de terça - feira, algumas semanas depois de o single ser lançado. Haveria anúncios promocionais no iTunes nos primeiros dias, divulgando um clipe maneirissimo de um cantar novo, com participação do Usher. Bom plano, né?

Mas não foi isso que aconteceu. Por engano, o clipe de "One Time" caiu no sistema do iTunes duas semanas antes, num finalzinho de noite de sexta - feira, sem qualquer anúncio, promoção, propaganda, hot site...nada. Você tinha que literalmente digitar "Justin Bieber" no iTunes para ter acesso ao ícone do clipe. Se você não procurasse pelo nome específico, nunca saberia que o clipe estava lá. E, uma vez que ninguém sabia do clipe, ninguém iria procurá - lo.

O Scooter ficou com tanta raiva que deu até medo. Ele mandou um e-mail furioso para todos que estavam envolvidos com a divulgação do clipe por um tempo - o que é tipico do Scooter -, sorriu e disse:

- Não estou irritado de verdade. Podemos tirar vantagem disso? A garotada vai achar o video?

Tínhamos acabado de configurar meu perfil no Facebook, então postamos uma mensagem sobre o video lá. Também havíamos criado um perfil no Twitter semanas antes, e mandamos o meu primeiro Tweet:

Não parei de tuitar. Eu seguia todo mundo que me seguia e adicionei todos os amigos deles também. Eu respondia, retuitava, comentava e tuitava pra todos os lados, enquanto a conversa aumentava mais e mais.

Na segunda - feira de manhã, "One Time" era o terceiro clipe mais baixado no iTunes, superando alguns dos artistas mais famosos do mundo. Era inacreditável. Conseguimos: provamos que éramos capazes.

Na terça - feira de manhã, o clipe estava em segundo lugar, perdendo apenas para a Taylor Swift (e eu nunca reclamaria de ficar para trás em relação á Taylor Swift. Ela me apoiou desde o começo e é uma grande amiga minha).

Quarta, quinta, sexta; o clipe ainda estava lá.

E, na semana seguinte...o rei do pop, Michael Jackson, morreu.

Alguém me mandou a noticia por mensagem de texto. Sentindo como se tivesse socado meu estômago, mandei uma mensagem para o Scooter:

"Cara, é verdade que o Michael Jackson morreu?"

O Scooter respondeu, dizendo que as pessoas viviam espalhando mentiras deslavadas sobre o Michael. Ele não pode estar morto, mas estava.

Os jornais diziam, a internet confirmava.

Fiquei inconsolável. Um dos meus grandes ídolos, e minha inspiração, não estava mais entre nós. É claro que, com isso, todas as músicas dele ficaram no topo da lista de mais baixadas no iTunes, porque ele é o Rei, o que significou, em contrapartida, que todos os outros artistas ficaram de fora do páreo por várias semanas. "One Time" foi para a posição número 14, figurando entre os vinte primeiros com alguns poucos artistas e todas aquelas músicas do Michael Jackson que fizeram parte da trilha sonora da minha vida desde que nasci. Que sensação estranha... O clipe de "One Time" permaneceu entre os 10 primeiros junto com a Taylor Swift e todos aqueles videos sensacionais do Michael, um dos grandes artistas de todos os tempos.

Reservamos, na turnê My World 2.0, um momento especial, uma homenagem ao Rei Michael Jackson que serve para me lembrar o que é realmente importante nesse mercado. Ao som de "Wanna Be Startin' Something", apresento meus dançarinos e minha banda um por um, para que todos no palco recebem seus aplausos merecidos. Minha equipe é minha família, e todos eles merecem brilhar também.

Queríamos dar a esse turnê um caráter filantrópico forte, e isso significa, em partes, um tributo ao exemplo dado a nós por Michael Jackson.

Um dólar de cada ingresso vendido é revertido para a Pencils of Promise, uma organização que constrói escolas em paises em desenvolvimento.

E a organização está crescendo rápido. Só com o que foi arrecadado ma segunda fase da turnê, contribuimos para a construção de 15 escolas em todo mundo. Michael Jackson foi o artista mais caridoso de todos os tempos e se eu puder fazer apenas um décimo do que ele fez de bom pelas pessoas, posso contribuir de verdade para o mundo. É isso que importa.

Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora