Na minha família, ninguém passa a mão na minha cabeça quando estou errado, mas sempre me apoiam quando faço a coisa certa. Não me lembro de ter jogado uma única partida de basquete que não tivesse pelo menos uma pessoa na arquibancada que me amasse. Quando me lembro de hockey, como jogador ou torcedor, sempre vem á minha mente como meu avô dividia aquetas momentos comigo. Minha família e meus melhores amigos nunca me deixaram na mão, então eu sabia que teria pelo menos alguns rostos conhecidos na plateia quando deciidi me inscrever num concurso de talentos local organizado pelo Stratford Youth Centre, em janeiro de 2007.
As poucas pessoas que me ouviram tocando insistiam:
- Cara, você é muito bom! Deveria se inscrever no American Idol.
Só que a idade mínima para participar desse programa era 16 anos - que era também a idade mínima para se tirar carteira de motorista no Canadá.
Para um moleque de 12 anos, isso era uma eternidade, então nunca pensei muito no programa. O concurso Estrela de Straford era basicamente a mesma ideia, mas numa escala menor: competidores jovens, de 12 a 18 anos, passando por eliminatórias. A inscrição custava só dois dóĺares. Em vez de ter jurados como Randy Jackson, Simon Cowell e Paula Abdul, o concurso era julgado por pessoas envolvidas na cena musical da comunidade: eram os diretores do coral da igreja, professores de escola etc. No lugar de um apresentador como Ryan Seacrest, tinha uma menina simpática que organizava os cursos de música de verão. O vencedor ganhava um microfone que você podia ligar no computador para gravar, além de sessões de gravação em um estúdio local.
Achei o prêmio bacana, mas eu estava mais animado com a ideia de me apresentar na frente das pessoas e saber como me sentiria lá. A ideia de subir no palco não me deixou nervoso, porque estava acostumado a jogar basquete e hockey na frente de multidões muito maiores do que aquela.
Mas aquela seria a primeira vez que eu cantava em público. Pensando bem, por que eu deveria ter medo? Os poucos que me conheciam me amavam, e o restante da plateia era de desconhecidos; então, se eu cantasse mal eu nunca precisaria vê-los novamente. Acho que minha mãe ficou mais nervosa do que eu, embora tivéssemos combinado que aquilo seria puramente por diversão. Ela me ajudou a decidir o que vestir e cuidou pra que eu não me esquecesse de levar a música que iria tocar, além de outros detalhes.
Na primeira fase, vesti um suéter marrom enorme e calça jeans, e cantei "3 AM", do Matchbox 20. A garota me apresentou, e ouvi uns aplausos tímidos e formais quando subi ao palco.
- E ai, galera! - exclamei, tentando puxar umas palmas na entrada da música. Mamãe e vovô sorriam de orelha, batendo palmas mas a maior parte da plateia apenas olhava entediada.
Então... comeci a cantar.
A partir dái eles se animaram um pouco. Vi algumas cabeças balançando, como se estivesse pensando: "Opa, esse garotinho não é nada mau". Ao final, estavam surpresos por ver que aquele menino de suáter enorme sabia cantar muito bem, e então os aplausos ficaram mais empolgados. Foi a primeira vez em que uma plateia de um evento musical torceu por mim, e me senti superbem. Passei para a próxima fase.
Decidi me produzir um pouco mais para a etapa seguinte. Mamãe passou uma camisa social azul e me ajudou a dar nó numa gravata azul vibrante, que era de tamanho adulto, portanto grande demais para mim.
Decidi cantar "Fallin", da Alicia Keys - que eu costumava cantar no banho.
Quando apareci no palco, o pessoal se lembrou de mim da semana anterior.
Eles ficaram ainda mais surpresos, e me aplaudiram mais do que antes! Me senti mais do que bem. Me senti meio... elétrico.
Já na próxima fase, concluí que devia simplesmente ser eu mesmo, então vesti as roupas que já usava na escola e um boné de beisebol.
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Justin Bieber
RandomMinha família e meus amigos sempre me disseram para ser grato. Então, obrigado! Eu não teria chegado a lugar nenhum sem vocês. Sabiam que vejo vocês quando estou em cima dos palcos; agora vocês po derão me ver como realmente sou. Esta é a história d...