Beat It

51 0 0
                                    

Mamãe conta que lá por volta de 1996, meu negócio era a batida música.

Acho que isso faz todo sentido. Antes de mais nada, você precisa ter ritmo.

Ela adorava música pop e botava o rádio a todo volume quando estávamos no carro. Em casa, ligava o som pra ouvir Boyz II Men ou Michael Jackson.

Eu batucava em qualquer objeto que estivesse á mão - potes, panelas, bacias de plásticos, mesas e cadeiras - com qualquer outro objeto que estivesse acessível, como uma colher, o telefone ou minhas próprias mãos.

Mamãe estão me deu uma bateria de brinquedo, provavelmente para evitar que eu destruísse a casa, e eu batucava tanto no instrumento amador que as pessoas começaram a perceber que eu estava fazendo umas batidinhas até bem legais.

Mamãe é uma pessoa muito querida por todos, e tem uma personalidade alegre e brincalhona, então semppre havia um monte de gente interessante e envolvida com arte em nossa casa. Acredito que as pessoas que gostam de arte e não têm dinheiro para sair tendem a se encontrar na casa da conversam sobre filosofia e coisas do tipo. Foi nua dessas casas que eu cresci. (Acabeiu de me dar conta de que, como minha mãe era solteira, um monte daqueles marmanjos devia estar é dando em cima dela, mas voltando: não quero pirar com isso! Não vou entrar nossa.)

Na igreja que minha mãe frequentava, os cultos sempre tiham muita música, em sua maior parte tocada por uma banda gospel contemporânea.

Os membros da banda eram nossos amigos, e, ás vezes, em alguns desses encontros, o percussionista me deixava tocar vários daqueles instrumentos barulhentos. Quando ele percebeu que eu queria tocar - e não apenas brincar -, me colocou no seu colo enquanto tocava a bateria. Depois de um tempo, ele me emprestou as baquetas e me deixou arriscar algumas levadas.

Aos quatro, cinco anos, eu conseguia escalar o banquinho e tocar bateria sozinho. Foi nessa mesma época que descobri que podia sentar ao piano e espancá-lo também.

Para grande surpresa de todos, aquilo começou a parecer música de verdade.

Então este é o momento oportuno para dizer que, se você tem um pirralho irritante em sua vida - seu irmãozinho ou alguma outra criança de quem você toma conta - que só quer fazer barulho e finge tocar música, espero que você tenha paciência com ele. Em algum momento, ele vai parar de brincar e passar a tocar. As crianças devem poder fazer coisas nas quais não são boas. De que outra maneira elas vão aprender?

E, nesse mesmo espirito, você deve se permitir fazer coisas nas quais não é bom. Não ligue para o que as outras pessoas pensam sobre o que você está fazendo. Ouse ser um skatista mediano, um editor de video mediocre ou um golfistazinho ruim. Se fizermos apenas aquilo em que já somos bons, nunca aprenderemos nada novo. Pense em todas as grandes possibilidades que a vida oferece e que perdemos porque somos covardes demais para aproveitar, com medo do fracasso. Que se danem as pessoas negativas, que não têm nada melhor pra fazer a não ser falar mal das que têm coragem suficiente para se expor. Saia da sua zona de conforto e vá em frente! Se não tentar, nunca saberá.

Dito isso, voltemos a quando eu tinha cinco anos.

Eu estava ficando bom mesmo na bateria, e nada mal no piano. A mamãe e o Nathan McKay - um de seus amigos músicos que meus avós chamavam de ''Rei Leão", por causa da sua barba grande e farta - concluiram que eu precisava de uma bateria de verdade, profissional e só minha. O Nathan e alguns amigos organizaram um pequeno evento beneficiente num bar das redondezas, onde fizeram um show e recolheram doações para comprar minha primeira bateria de verdade, com direito a bumbo, surdo, caixa, chimbau e pratos. Me apaixonei! Mamãe precisaria, a partir dali aumentar bastante o volume do som para eu poder acompanhar as músicas.

Alguns músicos da banda da igreja iriam se apresentar numa feira naquele verão, e me convidaram para tocar bateria com eles, mas conseguiu me ver sentado á bateria com eles, mas eu era tão pequeno que o apresentador não conseguiu me ver sentado á bateria, pronto pra começar a tocar. Foi algo como: - Poxa, posso ver que vocês trouxeram uma bateria, mas cadê o baterista? - Dei uma palinha para ele - pá-tum-tum-tchhh! -, e o cara se esticou para me ver lá atrás dos pratos. Aí ele vira para a plateia: - Vocês não vão acreditar nisso, não é possível! Tem um garotinho ali trás da bateria, com o boné virado pra trás!

Continuei tocando e me aprimorando ao longo dos anos seguintes.

Devia ser por volta de 2000 ou 2001, e acho que vocês imaginaram o que essa época significa em termos de música:

Beyoncé

O Destiny's Child, de Houston, Texas, explodiu e abalou o mundo com os hits "Survidor" e "Bootylicious". Naquele mesmo ano, ouvi "Fallin", da Alicia Keys, e até hoje não me canso dessa música. O Usher mandou muito bem com "U Remind Me". A Missy Elliot gravou aquele video muito doido para a música "Get Ur Freak On", e surgiu aquela regravação irada de "Lady Marmalade" nas vozes de Christina Aguilera, Lil' Kim, Mya e Pink.

Além disso, o cenário musical da época incluia Outkast, Nelly, Uncle Kracker, Mary J.Blige - no geral, foi um ano muito frtifero para a música.

Justin BieberOnde histórias criam vida. Descubra agora