Um dia, mamãe recebeu uma ligação do departamento escolar do distrito. Um tal de Scooter Braun havia telefonado para eles, procurando por um menino de Strafford.
- Sou muito cética em relação a esse pessoal da indústria fonográfica - disse mamãe. - Prefiro que deixem meu filho em paz.
O departamento informou a ela o número de telefone do Scooter, mas ela não retornou a ligação. Então o Scooter passou a ligar para as pessoas próximas, tentando nos encontrar. Ele foi tão persistente que minha mãe aceitou retornar sua ligação de um número bloqueado, só para ouvir o que ele tinha a dizer.
- Por favor, me escute por apenas um instante, Pattie - pediu Scooter.
- Se depois você nunca mais quise saber de mim, tudo bem. Só queria dizer que vejo algo realmente especial no seu filho. Vejo muito de mim nele, com a exceção de que, na idade dele, eu não tinha qualquer talento. Acho que posso ajudá-lo.
O fato de mamãe não ter desligado o telefone de imediato me fez refletir: talvez aquilo fosse sério. Talvez seja assim que tudo começa. Afinal, quando você canta no chuveiro, fingindo ser um rock star, não está realmente pensando em como tudo isso acontece. O Scooter me despertou interesse, mas as coisas que ele dizia pareciam o roteiro de um filme, e não algo possivel na vida real de um garoto. Acontece que a vida do próprio Scooter parecia um filme.
"Sou um cara de 25 anos que já foi um dos promotores de festas mais bem-sucedidas do país. Um dia decidi que nunca mais organizaria uma festa. Simplesmente não queria chegar aos quarenta falando para os meus filhos: - O papai precisa ir pra boate. - Aquilo não era vida para mim. Queria entrar no ramo musical, participar da criação de algo. Acabei virando vice-presidente de marketing de um selo chamado So So Def. Saí de lá para criar meu próprio selo e ser empresário de artistas. Meu trabalho é descobrir novos talentos e ajudá-los a construir uma carreira."
- E qual é o artista que você esta produzindo agora? - perguntou mamãe, pronta para pesquisar no Google e desmascarar o cara caso ele quisesse dar uma de malandro.
- Acabei de assinar com um rapper chamado Asher Roth. Ele está começando ainda, mas temos grandes planos pra ele, e estou animado com as oportunidas que estão surgindo. O detalhe mais importante que você precisa saber sobre mim, Pattie, é que eu quero garantir que seu filho nunca pense "e se?" e se arrependa no futuro.
O Scooter acabou ganhando alguns pontos com ela durante aquela longa conversa. Ele lhe passou uma lista enorme de referências impressionantes, e os dois terminaram trocando ideias sobre família e valores por umas duas horas. Ele pareceu um cara legal. Mamãe lhe disse que pensaria no assunto, mas me pediu que não criasse muitas expectativas.
Naquela época, as visualizações dos videos no You Tube já tinham atingido a marca das dezenas milhares. Um video chegou a ser visto mais de 72.000 vezes, e ganhou várias "honras", que é'o indice de que o clipe está gerando muito interesse. As aulas voltaram no outono e, durante os avisos matutinos, um dia exibiram uma montagem dos meus videos no You Tube.
Aquele primeiro contato do Scooter alimentou o interesse do colégio. Eu ainda mantinha esse lado como uma identidade secreta na escola; a garotada nem imaginava que eu era músico. Eles não iam para os lugares turisticos onde me apresentei. Tinha quase 13 anos, e ainda alimentava a esperança de que os hormônios do crescimento fizessem seu trabalho logo. Se eu era conhecido, era por causa do esporte. Algumas dessas pessoas achavam que precisavam me colocar no meu devido lugar, e tive um pressentimento de que essa montagem faria o pessoal pegar ainda mais pesado comigo.
Quando a mamãe finalmente me deixou conversar com o Scooter pelo telefone, perguntei: - Cara, por que você fez isso? Que coisa constrangedora! Você não sabe que os moleques do oitavo ano são cruéis? Eu não preciso desse tipo de exposição!'
O Scooter riu, o que me fez ir também. Depois de cerca de uma hora a conversa fluia como se nos conhecêssemos há anos. Realmente, éramos parecidos em muitos apectos, principalmente em relação ao gosto musical.
- Justin, fiquei feliz de ter falado com você: Conversei com a sua mãe e parece que ela vai me deixar trazer você para Atlanta. Você vai poder andar avião pela primeira vez. Quando chegar aqui, vamos ver se você consegue me vencer no HORSE, como está dizendo que vai fazer. - E temos jogado HORSE desde então.
- Não vai dar - falei pra ele. - Vamos passar as férias na Disney. Tenho economizado pra comprar os ingressos. Essa vai ser nossa primeira viagem, e vou bancar tudo.
Ele continuou fazendo nossa cabeça, e mamãe e eu conversamos sobre o assunto até tarde da noite.
- Essa pode ser uma oportunidade imperdivel, mãe. Não quero deixar passar.
- Se é isso que você quer... - ela balançou a cabeça - vamos para Atlanta. A Disney ainda existirá quando voltarmos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Justin Bieber
DiversosMinha família e meus amigos sempre me disseram para ser grato. Então, obrigado! Eu não teria chegado a lugar nenhum sem vocês. Sabiam que vejo vocês quando estou em cima dos palcos; agora vocês po derão me ver como realmente sou. Esta é a história d...