(Diana Guerra)
- Conseguiu arrumar tudo hoje? - O Desconhecido falou depois de um tempo parado no meio da sala. - Meus parabéns!
- Como eu disse, não precisava da sua ajuda. - falei passando por ele e indo em direção ao meu quarto.
- Onde está indo?
- O chuveiro fica no banheiro do quarto, que é por aqui. - falei obvio.
- Qual o problema exatamente?
- Bom como eu disse, estava tomando banho e do nada a água...
- Ficou quente de mais. - interrompeu.
- Exatamente.
- Eu vou resolver isso para você. Só preciso ajustar o esquentador e pronto. Aconteceu o mesmo comigo um tempo atrás.
- Ótimo. - sorri de verdade. - O que eu tenho que fazer?
Ele olhou para mim cima a baixo constrangido. Coçou a parte de trás da cabeça e desviou o olhar parecendo envergonhado.
- Você pode ir colocar algumas roupas. Eu cuido de tudo.
Nem um segundo depois, saí correndo para o quarto. Deitei a mala, porque ainda não tive tempo de guardar minhas coisas, tirei uma camiseta qualquer e um baby doll, vesti e voltei para sala.
Cadê ele?
Tive vontade de chamar, mas nem sabia seu nome. E pegava mal chamar ele de "Desconhecido", já que achei mais prático chamá-lo assim.
- Já voltou? - perguntou aparecendo de novo na sala, do nada e brotado de Nárnia.
- Onde você estava?
- Seu problema está resolvido. E não se preocupe não deve acontecer de novo. - respondeu a pergunta que ninguém fez. - E de nada.
- Se der problema, eu chamo você de novo.
- A qualquer hora e a qualquer momento.
Aposto que nunca ninguém disse isso, mas o sorriso dele é como um bocejo. Muito contagiante.
- Você não trabalha? Devia ir dormir, é tarde.
Ele baixou os braços derrotado.
- O que eu tenho que fazer para impressionar você?
Tive vontade de dizer "desaparecer". Mas eu estou tentando ser uma pessoa melhor.
- Eu agradeço sua ajuda, vizinho. Já sei a quem chamar se tiver problema com a água, mas você pode dormir agora.
- Vai ficar bem? - assenti com a cabeça e fui empurrando ele gentilmente até a saída. - Tem certeza?
- Uhum. Até mais. - fui fechando a porta devagar, mas antes que conseguisse, colocou seu pé impedindo que fechasse e olhou para mim através do espaço aberto que restava.
- Pelo menos me diz seu nome.
Achei meio encantador a sua insistência. Eu estou sendo o mais insuportável possível, e mesmo assim ele continua irritantemente simpático. E devo admitir que ele não parece ser propriamente a pior pessoa do mundo.
- Diana. - Nossos olhares se cruzaram e ele magnetizou aquele estranho sorriso em mim de novo, e talvez eu tenha me assustado. Quando dei por mim, já tinha fechado a porta na cara dele. Quis voltar e pedir desculpas, mas não tive forças para o fazer.
<3 ...<3
Acordei estupidamente cedo. Mas me senti muito bem hoje, deve ser por ter sido a única noite na minha vida que consegui dormir de verdade.
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Diana Guerra [completo]
Novela Juvenil⚠️Revisado⚠️ Aprendemos que mentiras machucam. Mas ninguém diz que verdades fazem o mesmo. Aprendemos que mentiras são sempre descobertas, e deixam como dura consequência, verdades reveladas. E o mais engraçado, é que tudo gira em volta da mesma co...