Diana Guerra [completo]

Capítulo 8

(Diana Guerra)

Assim que saí da sala do meu tio, Anne a sua secretária, me ajudou dando todas as indicações e informações que precisaria. Conhecer a empresa foi o de menos, eu frequentei esse lugar mais que a escola. Com certeza tem mudanças novas, novas para mim porque passei um bom tempo longe, porém coisas mínimas pelas quais dou conta. Espero.

Depois de estar a par de todas minhas responsabilidades, meu tio me arrastou para sua casa, para "ter um almoço em família" disse. O mínimo que poderia fazer é aceitar.

A casa é luxuria pura. Segurança em cada conto, tantos quartos que nem eles sabem a conta. Me lembro que tem sala de jogos, cinema, spa e até uma sala de reunião. E mesmo assim, o único lugar onde eu e os meus primos ficávamos era o jardim, sentados na enorme mesa de frente para a grande piscina e com uma bela vista para o mar ao longe, falando de tudo e de nada.

*Mansão Blake*

Confesso que agora me pergunto como minha família conseguiu ter tanto sucesso em seus negócios, pela forma como vivia: viagens, mansões, joias, companhia área, e tudo isso dirigindo apenas uma empresa. Claro que essas reflexões são novidade, porque não é algo que uma criança se preocuparia.

Apesar de não ser a minha primeira vez nessa casa, era impossível não ficar espantada com tamanha elegância.

- Cartucho? - grita uma voz feminina atrás de mim.

Meus olhos caem na beldade que é minha prima mais velha, descendo as escadas o mais glamorosamente possível. Infelizmente para mim, ela continuava carregando toda beleza da família. Esta usando um macacão marrow elegante e saltos pretos. As tranças longas que tinha no cabelo estavam presas em um longo rabo de cavalo. O sorriso era maior que a cara, mas isso não era surpresa ou novidade, a criatura não parou de sorrir desde que tirou o aparelho. Consegui ver seus claros olhos castanhos quando os arregalou depois de verificar que eu não era uma ilusão.

Saltou para cima de mim como uma louca, me esmagando num abraço complicado. Ela é muito mais alta, então minha cabeça está uns dois centímetros abaixo do seu queixo. Rimos ambas se abraçando desajeitadamente.

Antes que pudesse processar, e sem nem ter tempo para recuperar, outro bastardo se atira em cima das duas.

- Saí, Diabo! - minha prima grita empurrando o irmão, que distribuía beijos pelo meu rosto.

- O que está acontecendo...?- Lourenço e Gustavo (mais família), entram na sala. Seus olhares perdidos permaneceram por breves segundos, mas logo os perderam e sem pensar duas vezes atiram-se contra o monte da vergonha também, esmagando o resto dos meus ossos.

- Aí, porra! - oiço um deles gritar. - Não é para morder, caralho.

A cena mais patética acontecendo agora, e a pior parte é que eu estou adorando. Não sei bem como aguentei tanto tempo longe desses animais. A nossa relação, embora infantil, é a mais forte que tenho no momento. E sinto isso bem no fundo do coração, porque eu os amo.

- Pronto, já chega crianças! O jantar está na mesa. - meu tio avisa encaminhando-se para o jardim, nos deixando para trás. Ele nunca teve muita paciência quando estávamos juntos.

- Vocês não crescem não? - pergunta Jade enquanto tentava ajeitar meu vestido amaçado.

Jade é a mais velha, e também a única mulher entre os 7 irmãos (todos com uma mãe diferente). Ela é a "alfa", pelo menos é assim que gostava de ser chamada. Quando queria colocava ordem em todos, mas como nas maiorias das vezes, se juntava e fazia as merdas connosco.

- Você pode parar de reclamar por um segundo? - Aron é o quinto filho do meu tio e talvez o meu favorito. Seu cabelo ou melhor, a falta dele, foi o que chamou mais minha atenção. Aron era mais apegado ao seu bem cuidado crespo do que a qualquer um presente nessa sala.
Ele tinha as piores ideias, nos convencia a participar e como era de esperar. Ele era meio ausente as vezes, mas claramente por estar sendo castigado de duas em uma semana.