(Diana Guerra)
A dois meses
" - Tem certeza que quer ir? - Chris pergunta depois de momentos em silêncio no carro.
Eu encontrei o Alisson e ainda estou a digerir essa parte. Sempre que pisco os olhos eu o vejo, sozinho, caído no escuro e sem vida. Confesso que o choque foi maior quando Aron me disse de quem se tratava, eu não me atrevi a toca-lo, e não me arrependo. Não tenho dormido direito, não consigo nem fechar os olhos, e nem sei o que adianta tentar dormir.
Chris tem me ajudado, ele não me deixa sozinha nem mesmo quando eu minto dizendo que ficarei bem. E eu vou a festa, não apenas porque prometi, mas porque eu quero fazer isso por ele.
- Já me perguntou isso. E como a cinco segundos atrás, sim. - respondo desviado os olhos da janela e os redirecionando a ele.
- Eu só acho que uma festa não vai fazer bem para você, não depois do que viu...
- Eu vou ficar bem. - falo tentando convencer nós dois.
Estou um pouco nervosa por conhecer a família do Chris. Apesar de que somos apenas amigos, e eu vou como amiga que sou.
Eu já nem sei o que estou falando.
Minutos depois o carro passa por um grande portão, revelando o encanto atrás dele. -A minha mãe teria adorado o jardim da frente. - A casa me ganhou apenas pela entrada. Estava tudo tão calmo, que quase duvidei a existência de uma festa.
Estava perdida em meus pensamentos, e nem reparei quando Chris abriu a porta para mim. Sorrio para ele, o maior sorriso que consegui forçar, e aceito a sua ajuda para descer do carro. Seguro seu braço e caminho ao seu lado até a entrada.
Chris tocou a campainha e do outro lado se ouviam murmúrios, e algumas coisas se quebrando. Olhei para ele, que estava apenas com uma mão na testa abanando a cabeça de um lado e para o outro. Finalmente entre os murmúrios consegui ouvir um "entra".
- Eu peço desculpas adiantadas. - falou segundos antes de abrir a porta.
Que festa é essa?
Está tudo completamente escuro aqui dentro, gostaria de poder fazer uma descrição, mas tudo que consigo ver são algumas pessoas, pelo menos espero que sejam, e elas estão se mexendo ou tentado fazer exatamente o oposto. Oiço alguns risinhos e também alguns "shhh".
Chris suspira e depois se afasta de mim, ele para alguns centímetros da porta, de imediato escuto um estalar e seguidamente as lâmpadas se acendem. Um segundo depois, pessoas saltam de uma vez, berrando o mais alto e impercetivelmente (devido a discordância) possível :
-SURPRESA!!
Confesso que me assustei um pouco, e me sinto muito lerda por não ter percebido do que se tratava isso tudo.
Chris volta para perto de mim, e agora sorrindo. Eu conheço muito bem o sorriso daquele homem, e com certeza esse é forçado. Antes que pudesse perguntar o que estava acontecendo, a multidão veio na nossa direção abraçando e cumprimentando nós dois. Cada um com um sorriso no rosto, e claramente satisfeitos por alguma coisa.
- Feliz aniversário, criança. - Diz uma senhora depois de deixar um longo beijo no rosto de Chris. Deixou um meio sorriso para mim, antes de se virar e sair andando lentamente até outro lado da grande sala onde estávamos.
- O que...
Mais uma vez não tive tempo de falar, porque outra pessoa foi mais rápida.
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Diana Guerra [completo]
Novela Juvenil⚠️Revisado⚠️ Aprendemos que mentiras machucam. Mas ninguém diz que verdades fazem o mesmo. Aprendemos que mentiras são sempre descobertas, e deixam como dura consequência, verdades reveladas. E o mais engraçado, é que tudo gira em volta da mesma co...