Capítulo 6

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(Diana Guerra)

" O sofá branco do apartamento da minha mãe está agora com uma pequena mancha de sumo de uva. Corri para cozinha, peguei um pano e voltei para tentar amenizar o estrago que fiz.

- Merda! - exclamo quando vejo que acabei piorando a situação.

- Linguagem, Ana. - dou um pulo de susto, quando escuto a voz da minha mãe se aproximando. Com um movimento rápido, pego em uma das almofadas e escondo a mancha de uva.

- Desculpa mãe. Eu deixei cair o celular. - inventei.

- Vou fingir que acredito. - falou passando por mim. Me movi junto, a impedindo de ter a visão perfeita da porcaria que fiz. - A mãe da Michelle vem trazer ela aqui. Porquê não me disse que ligou para ela?

- Acabei esquecendo. - dei de ombros. - Está brava?

- Não. Mas algo me diz que o que você está escondendo ai vai me deixar. - e saltou para cima de mim logo em seguida, me apanhando totalmente desprevenida, tentei desesperadamente impedir que chegasse a almofada. Mas todo esforço em vão. - Não acredito! - gritou quando viu meu trabalhinho de uma criança de seis anos, mesmo que eu tenha quase quinze. - Diana Blake Guerra. Eu aconselho você a correr, porque quando eu chegar no três, vou fazer você limpar isso com a língua. Um, dois ...

Foi interrompida pela companhia. Lançou um olhar de odio para mim, antes de se virar e ir atender a porta. Suspirei aliviada, e voltei a colocar a almofada. Vai ver ela esquece.

Assim que abriu a porta, seu tom de voz mudou drasticamente, nem parecia que queria me matar um segundo atrás.

Vi Michelle entrar e caminhar até mim. Meu sorriso aumentou depois que abracei ela.

- Vamos para o quarto. - disse segurando seu braço. - Rápido, antes que ela volte.

E arrastei a coitada para o quarto, que não estava entendo nada.

Os pais da minha amiga tinham acabado de se divorciar. E ela tinha começado um namoro escondido com uma menina do nosso colégio. Preferiu esconder para não aumentar a tensão em casa, e também pelos pais da outra menina. Elas estavam mantendo essa relação em segredo até na escola, apenas eu e Steve sabíamos.

Ela me fez jurar, que da minha boca nada sobre isso alguma vez saísse, nunca, jamais. Nunca.

Mas eu sou uma pessoa de merda."

...

Estou a caminho do café para encontrar com Steve, e por falar nisso já estou atrasada.

Estou usando um jeans preto, uma blusa branca e ténis da mesma cor. Fiz um rabo de cavalo, embora seja um desperdício, já que meus cachos estão incríveis hoje.

Entrei no café, e rodei meus olhos pelo local procurando por ele. O vi sentando numa mesa próximo a janela, usava calça jeans e suéter cinza. Estava atentemente lendo um livro, e só reparou em mim quando me sentei a sua frente, separados apenas pela pequena mesa redonda.

Um enorme sorriso se formou assim que ergueu os olhos e me viu. Largou o livro imediatamente.

- Achei que ia me deixar pendurado. - se levantou num salto e agarrou minhas mãos me levantando de novo, então me apertou num abraço desesperado. Apesar da diferença de altura, eu estava adorando. Sem forças para resisti, me permite abraça-lo de volta. Um grande erro, porque acabei por sentir toda a saudade que tinha desse ser idiota. Apertei mais meus braços a sua volta, e descansei minha cabeça no seu peito forte e aconchegante.

Diana Guerra [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora