Capítulo 40

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Sem revisão

(Diana Guerra)

- Já reparou que isso vem sempre acontecendo? - Chris pergunta reclamando.

- O quê? Você ter sempre um ataque de ciúmes quando eu digo que estive com o Miguel? - pergunto aborrecida. Estamos a mais de duas horas nisso.

- Eu já disse que eu não tenho ciúmes, eu só... - se interrompe. - Vai me dizer que não reparou, que sempre que vocês saiem "juntos". - faz aspas com os dedos e eu reviro os olhos. - Você volta muito pior do que estava antes, fica deprimida por dias, e se insola de todo mundo. Até de mim. Me desculpa se eu não acho essa amizade saudável.

- Esse drama todo está me deixando com fome. - tento mudar de assunto e me esgueiro para a cozinha. Infelizmente ele me acompanha.

- Você me prometeu tomar cuidado. - me lembra.

- E eu me lembro de ter dito que cuido muito bem de mim mesma.

- E eu não duvido disso, é que... - suspira. - Simplesmente não confio nele.

- Já sei disso a muito tempo. - sorrio.- Você precisa relaxar um pouco. Não precisa se preocupar comigo.

- Isso vai ser difícil para mim. - o encaro sorrindo.

- Agora isso parece um problema. Devia focar seu tempo pensando em algo mais produtivo.

- É difícil quando você está ocupando minha mente vinte e quatro horas por dia.- confessa. - Não consigo pensar em qualquer outra coisa que não seja você. Mas quase que não tenho o que reclamar...- ele se aproxima mais de mim, muito mais. Seu olhar intensifica no meu e eu percebo como isso inexplicavelmente me afeta.

Quanto mais perto de mim está, mas sinto necessidade de toca-lo. E isso me assusta. Quando está perto o suficiente, coloca uma das mãos no meu rosto, e descaradamente encara meus lábios sem delicadeza. Minha respiração descontrolada, é tudo que consigo ouvir no momento. Estou paralisada e dividida entre fugir ou continuar aproveitando seu toque. Eu sei que vai tentar me beijar, e eu não me afasto precisamente pensando nisso.

Sinto sua mão rodear minha cintura me puxando para mais perto de si. Neste momento esqueço como respira. Como é possível ter tanto poder sobre mim, sem nem fazer o mínimo de esforço?

Eu tenho fugido disso, eu tenho fugido dele... Não me sinto pronta para o quer que seja que está acontecendo. Não me sinto preparada pra vê-lo se afastar, porque deixá-lo entrar é fácil, o problema é conseguir encarar quando acabar. Eu quero poder estar segura de que não vou me arrepender se me entregar. Preciso ter certeza de que não vai me abandonar, assim como todo mundo faz...

Eu fecho os olhos esperando o momento em que seus lábios iram tocar os meus, não tenho forças para resistir, não agora. Quando estava quase convictas de não tinha escapatória, escuto meu celular chamar no balcão da cozinha.

Suspiro aliviada. Mas me arrependo depois de ver como minha reação o afetou. Abro a boca pra tentar inventar alguma desculpa, mas temo pela urgência da chamada e pondero sobre esclarecer as coisas ou atender o celular, e no fim, foi a decisão que tomei.

- Quem fala? - o número é desconhecido, mas não me importei muito no início.

- Srt. Guerra? - pergunta e reconheço a voz feminina.

- Sim?

- Investigadora Ellis, Ema Ellis. - olho confusa para Chris a minha frente, como se por algum motivo ele tivesse respostas.

- Está encarregue das instigações sobre o assassinato do meu pai! - afirmo me lembrando, quase nunca tenho notícias dela, e na maioria não são muito boas. - Em que posso ajudar?

Diana Guerra [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora