Capítulo 36

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Sem revisão.

(Diana Guerra)

É segunda, meu fim de semana foi uma grande loucura e já quero esquecer algumas coisas... Foi divertido estar com os meus amigos, mas convenhamos que nem sempre um bando de adultos adolescentes convivendo num único lugar, nunca tem um agradável resultado.

Contudo, eu tenho que saber quando é hora de voltar a realidade e infelizmente chegou. Durante o fim de semana que passei fora, Tio Richard, Aron e mais alguns interesseiros passaram por aqui, porém ninguém além dos últimos deixou recado. Não me importei muito, porque podia ser apenas uma visita...

Porém fiquei preocupada por não receber uma única chamada, visita ou até mesmo mensagem de Miguel. Confesso ter sentido um pouco de medo por isso, já que me habituei a estar com ele, e por outro lado, eu sei o que tem passado por aquela mente levemente perturbada o que só aumenta minha preocupação agora.

Depois da nossa última conversa, onde afirmou de que o pai não se importam ninguém além si mesmo, cogitei a hipótese de que ele talvez não tenha aceitado muito bem o abandono de Miguel. Ou até mesmo, o próprio Miguel tivesse dado um passo para trás e acho que era compreensível depois de saber das últimas novidades.

Decidi então ligar algumas vezes, mas não obtenho resposta em nenhuma. Tive um pequeno mal pressentimento sobre isso, já que é seu hábito atender de imediato minhas chamadas. - Não quero me colocar como importante, mas ele mesmo me habitou desse jeito-.

Depois de algumas tentativas eu desisto, vou para cozinha tomar alguma coisa e volto para o quarto tentar dormir.

<3...<3

Depois de três horas encarando o vazio, pensando em tudo e ao mesmo tempo em nada. Decidi ir fazer uma coisa que não fazia a muito tempo, visitar o túmulo da minha mãe.

Senti uma saudade repentina dela, não que não o sinto todos os dias, mas agora eu senti uma grande vontade de estar perto dela. Contar algumas coisas, desabafar, relaxar...

Tomei um banho rápido e vesti uma simples calça jeans com ténis brancos. Mais uma vez recorri aos óculos de sol para não ser reconhecida, principalmente agora que não param de andar atrás de mim.

Me deparo com com flores novas assim que chego, mas no fim de tudo ignorarei por completo e fiquei no que realmente me trouxe aqui. Me lembro quando eu me ajoelhava bem nesse lugar, e contava sobre meu dia, meus sentimentos, meu sofrimento, minhas saudades... E agora eu tenho tanto disso para contar, mas mal consigo abrir a boca.

Nada parece realmente importante para ser dito, e para dizer a verdade, eu já não sinto que precise fazê-lo. Sinto uma leveza que nunca senti antes nesse lugar, não me sinto mais tão presa em culpa como antes, e isso me fez sorrir.

Sorrir porque cheguei ao ponto de não pensar apenas nos momentos mais tristes que passei com ela, mas sim daqueles que mais amava. Imaginado ela sorrindo, gritando e resmungando, me fez sentir saudades, mas não de uma forma negativa e pesada como antes. Eu sei que em algum lugar, está me mandando forças e vontade pra superar tudo que tem aparecido. E por ela me manterei forte.

- Sinto sua falta.

Fiquei algum tempo divagando pelas ruas por um bom tempo. Deixando meus pensamentos e duvidas finalmente se sentirem livres para aparecer, não importava o que  isso me fazia sentir. Aprendi hoje, que fugir nunca leva ao caminho da superação.

Quando dei por mim novamente, estava praticamente a duas horas de onde tinha saído, e sem brincadeiras, pareceram rápidos minutos para mim.
Senti meu celular vibrar que nem louco no bolso do casaco jeans que vestia. Penso em atender assim que vejo que se trata de Miguel, mas caí antes que consiga, mostrando que já estava tocando a um bom tempo. Devolvo a chamada.

Diana Guerra [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora