Capítulo 11

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(Diana Guerra)

- O meu nome é ...

- Não!- interrompi gritando. - Não diga!

Eu preciso prolongar a conversa. Preciso me distrair, eu apenas consigo respirar pela boca, estou a suar horrores, minhas pernas estão dormente, e eu sinto que vou desmaiar a qualquer momento. Parece que estou em cima de um piso de vidro, e em baixo de mim tem uma queda mortal. Talvez não esteja exagerando. Esse é o fim.

- Achei que queria saber...

- E eu quero. - disse. - Se até a gente não sair daqui eu não conseguir adivinhar seu nome, você me diz.

- Certo. Mas o que eu ganho com isso? - perguntou.

- Depende. O que você quer?

- Eu penso nisso depois. - sorriu para mim. - Pode começar.

Olhei para o seu rosto atentamente. Por minutos intermináveis me concentrei apenas nos seus olhos cinza. Sorri quando me apercebi que transmitiam tranquilidade, e eu precisava.

- Ross?

- De onde saiu esse nome? - perguntou rindo. Foi quando reparei que esse sorriso é perfeito, não sorria com olhos como esperava, mas ainda assim era alegre, confiante e verdadeiro.

- Justin?

- Eu tenho cara de Justin? - tinha e muito. Depois dos lábios rosa, a barba por fazer era o que chamava mais atenção. ( secretamente adoro isso) O cabelo curto moreno assim como a barba dava um ar charmoso. Usava uma regata, que na minha opinião não faz falta. Com ou sem ela, seria mesma coisa. Os braços bem musculados, e eu sei que o peito também é, tive a chance de chegar bem perto. E nem vou falar o que mais senti naquele esbarro nada proposital.

- Thiago?

- Não.

- É comum?

- Só não acertou porque não quis.

Quando estava prestes a dizer meu ultimo chute, o elevador voltou a funcionar. Mas não antes de fazer um som parecido com um estrondo, me fazendo me apertar contra o ainda sem nome, homem ao meu lado.

- Eu disse que ficaria tudo bem. - falou dando tapinhas reconfortantes na minhas costas.

- Só vai ficar tudo bem, quando eu e o meu corpo estivermos fora desta caixa. - apertei mais seu braço, não só para mostrar que não iria largar, mas também porque não queria.

Quando o elevador chegou, eu me arrastei gatinhando até estar fora dele, e só depois me coloquei em pé, com ajuda da parede porque as minhas pernas estão de greve hoje.

- Vai ficar bem? - perguntou antes de abrir a porta por mim.

- Eu vou sim. - respondi entrando em casa, antes de fechar a porta chamei por ele. - E Christopher?

- Sim? - respondeu e eu saltei de felicidade, quase caí, mas nem importei.

- Não acredito, é mesmo esse seu nome? Christopher? - estava bastante orgulhosa. - Eu ganhei, seja la o que for.

Christopher riu com vontade antes de se aproximar, colocou uma mão na porta e a outra na cintura. Para quem perdeu uma aposta, ele estava bastante confiante.

- Na verdade, é só Chris. - corrigiu apagando o meu sorriso. - Eu ganhei!

Eu não acredito.

- Não é justo. Eu apenas aumentei algumas letras. E nem sequer tinha desistido ainda. - argumentei.

Diana Guerra [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora