Capítulo 3.

1.8K 175 215
                                    

POV Rafaella Kalimann.

Duas semanas depois.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Rafa, você tem aumentado o peso na musculação? — Mariana perguntou atrás do saco de boxe que eu estava concentrada em bater com toda a minha força.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Talvez tenha aumentado de sessenta para setenta, por quê?

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Eu percebi pelo leve impacto que estou recebendo aqui. — era nítida a força que Mariana fazia, mesmo com o tom de voz sarcástico, que ela estava fazendo força para segurar o saco de areia vermelho. Ri e aumentei a velocidade da sequência.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Não está aguentando, Mariana Gonzalez? — perguntei com deboche e ela resmungou quando acertei o saco de boxe com bastante força.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Termina logo essa merda que eu tenho um compromisso daqui uma hora e meia. — Mariana reclamou e eu a encarei, sem cessar os socos.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— E que compromisso é esse?

— Vou sair com a Manu. Eu te contei, esqueceu?

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Ah é, você comentou hoje de manhã. — assenti. — E também a tarde inteira. — adicionei rindo e ouvi minha melhor amiga bufar.

Direita, esquerda, esquerda, direita, gancho de esquerda seguido de direita.

— Você é um saco.

— E você é uma lerda. — provoquei dando o último soco no saco vermelho e me afastando. — Dois meses indo observar a garota na biblioteca e ainda precisou de um impulso chamado Rafa Kalimann para chamá-la para sair.

— Por que somos amigas mesmo? — Mariana bufou novamente, também se afastando do saco de areia. Pegou duas garrafinhas e jogou uma para mim.

— Porque você não vive sem mim. — fiz uma pose de convencida e ela revirou os olhos.

Peguei minha toalhinha e comecei a limpar o suor do meu rosto e nuca enquanto bebia o conteúdo gelado da garrafinha.

— Talvez, mas só talvez mesmo, seja verdade. — Mariana se sentou no tatame e eu acompanhei, rindo da sua idiotice.

— Mas me diga, onde vai levá-la? — tomei mais um pouco de água e Mari ajeitou seu rabo de cavalo.

— Naquele barzinho novo do centro. — assenti, gostando da ideia. — Eu tinha pensado em um restaurante, mas seria chato demais para um primeiro encontro.

— Eu te bateria com uma toalha molhada se você resolvesse levá-la em algum restaurante, Mariana. — avisei escutando aquela gargalhada alta dela. — Já basta os encontros na biblioteca, mais do que isso eu te deserdava.

— Eu sabia que você ia dizer algo desse tipo. — Mariana esticou as pernas e deixou os braços para trás apoiando o tronco. Sua regata azul marinho estava colada no corpo, devido ao suor, e era impossível negar o quanto Mari era uma baita de uma gostosa. Novamente, chegava a ser ridículo o tanto que ela era linda. — Mas não vamos falar sobre o meu encontro esta noite e de como eu estou prestes a vomitar de nervoso... — ela fez uma careta e eu gargalhei. Mariana era hilária, eu a amava por isso também. — Vamos falar de algo que eu estou muito curiosa para saber.

uma última vez. || rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora