Capítulo 5.

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POV Rafaella Kalimann.

Acordei sentindo a minha cabeça pesada. Isso que dá dormir tarde depois de ler um milhão de coisas que pesam emocionalmente.

Me sentei na cama e estiquei os braços para me espreguiçar. Calcei os chinelos que ficavam ao lado da cama e me levantei, indo direto para o meu banheiro. Fiz um rabo de cavalo no alto da cabeça e escovei os dentes, pensando em tudo o que fiz de madrugada.

Eu só precisava conversar com Mariana e convencê-la a me ajudar.

Caso ela não queira, eu jogo na cara dela que se não fosse por mim ela não teria saído com a Manoela ontem.

Falando em Mariana e Manoela, preciso saber como foi o encontro delas. Espero que Mariana não tenha sido lerda o suficiente para ter ficado somente na conversa com Manu.

Dei risada sozinha com o meu próprio pensamento e enxaguei a boca antes de sair do banheiro. Assim que abri a porta do quarto um cheiro gostoso de panquecas e café invadiu o cômodo. Mariana é muito eficiente mesmo. Amo isso.

— Bom dia, amor da minha vida. — desejei assim que entrei na cozinha e a encontrei sentada à mesa, concentrada lendo algo em seu iPad com um prato cheio de panquecas e uma xícara de café ao seu lado. Apertei suas bochechas para que notasse minha presença ali.

— Bom dia, Lella. — Mariana respondeu alisando as bochechas provavelmente doloridas dos meus apertos e eu sorri, me sentando à mesa no lado oposto ao dela para ficarmos frente a frente.

— Então, Nana... — comecei a me servir com as panquecas. Ela me olhou. — Me conta como foi ontem! — pedi animada antes de enfiar um grande pedaço de panqueca na boca, suspirando em deleite com o gosto delicioso logo em seguida.

Já disse o quanto eu amo da comida de Mariana? Não? Bom, eu amo a comida de Mariana.

— Foi ótimo! — Mari bebericou um pouco de seu café quente e riu. — Sua cara está melhor do que a de uma criança no Natal.

— Eu estou animada para descobrir o que você aprontou noite passada! Prossiga!

— Não fala de boca cheia. — Mariana semicerrou os olhos para mim e eu dei de ombros. — Como eu disse... Foi ótimo. Nós conversamos bastante, dançamos bastante também...

— Vocês deram uns bons beijos, não deram? — arqueei minha sobrancelha e notei suas bochechas adquirindo um tom rosado. — Essa é a minha garota! Me conta: ela beija bem? Ela baba? Por favor, me fala que ela não baba!

— Cala a boca! — Mari revirou os olhos e riu, bebericando mais de seu café. — Isso não te interessa.

— Claro que interessa! — exclamei como se ela tivesse dito o maior dos absurdos. — Eu te alimento três dias da semana e fui eu quem te ajudou com esse rolo todo! Pode me contar tudo, Gonzalez! — exigi em um tom sério. Nós tínhamos um acordo: eu ficava na cozinha segunda, quarta e sexta, enquanto ela ficava terça, quinta e sábado. Nos domingos sempre saíamos para comer fora ou pedíamos alguma coisa.

Então sim, eu tinha todo o direito de saber absolutamente tudo.

— Só porque eu sei que você não vai calar a boca, eu vou responder. — Mariana suspirou e eu a encarei com expectativa. — Ela beija bem. Muito bem.

— Ai, que lindo! — bati palmas animadas e ela negou com a cabeça, mas sem conseguir conter o sorriso de canto que surgiu em seus lábios. — Você está feliz?

— Estou, Lella. — seu sorriso aumentou de tamanho, fazendo com que eu sorrisse também. — Eu gosto dela de verdade e realmente acho que desta vez eu acertei.

uma última vez. || rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora