Capítulo 11.

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POV Rafaella Kalimann.

Eu sempre pratiquei exercícios físicos, ainda mais sendo amiga de Mariana. Sempre fui de caminhar, correr, fazer academia, lutar e até jogar basquete. Mas a minha maior paixão sempre foi a dança e, se há algo na vida que eu possa me gabar, dançar bem é essa coisa. Não tenho vergonha de dizer que sou uma ótima dançarina, porque sou mesmo.

"Nossa, quanto egocentrismo", pode parecer egocêntrico, mas eu não vou mentir dizendo que não sei dançar, porque eu sei e eu sempre me dedico ao máximo para ser a melhor em tudo. Sério. Em qualquer coisa que eu faça, me dê uma meta e eu farei de tudo para alcançá-la. Até hoje eu nunca falhei em nada, somente em uma única coisa. Uma maldita meta que eu estou lutando e ainda terei de lutar muito mais para alcançar.

O amor de Bianca Andrade.

"Meu Deus, Rafa, essa garota de novo?", sim, essa garota de novo. Porque ela não é só uma garota, ela é o amor da minha vida.

Eu penso que o amor é uma das poucas coisas pelas quais se deve lutar na vida, e eu lutarei firmemente até conseguir tê-la para mim novamente. Eu quase consegui uma vez e fui burra o bastante para perdê-la. E agora eu tenho um puta de um problema muito maior para lidar, mas eu não vou desistir.

Desistir está fora de cogitação.

Diminuí o ritmo da minha corrida até finalmente parar na parte mais arborizada do parque. Apoiei as mãos nos joelhos por alguns instantes, apenas para regularizar a minha respiração, antes de tomar praticamente metade do conteúdo da minha garrafinha. Apoiei uma das mãos no tronco espesso da grande árvore à minha frente, aproveitando a sombra e a brisa fresca que batia contra o meu corpo quente e suado.

Eu sempre gostei muito deste parque. Sempre que eu podia eu vinha caminhar ou somente ficar sentada embaixo de alguma árvore quando morava aqui antes. Confesso que foi uma das coisas que eu mais senti falta quando fui embora.

Fechei os olhos e me deixei sentir novamente tudo o que eu havia sentido e passado neste mesmo parque.

Apenas abri os olhos quando escutei um latido e senti algo colidir com a minha perna. Olhei para baixo e sorri automaticamente ao ver um Golden Retriever lindo sentado e me encarando com a língua de fora. Ele abanava o rabo constantemente e eu sabia que isso era sinônimo de felicidade para os cães. Restava saber o porquê dele estar feliz por estar ali comigo.

— Ei, garotão! — me agachei, deixando a garrafinha de água de lado e segurando a cabeça do Golden entre as minhas mãos. — Você é bem bonito, hein? Que pelo brilhoso! — alisei o seu pelo macio, o fazendo agitar a cauda ainda mais. — Acho que você tem um dono, não é? É bonito demais para ser um cachorro de rua. Não pode fugir do dono, garotão! 

Eu estava me sentindo uma idiota por estar repreendendo um cachorro, mas quem liga?

— Você é muito familiar, sabia?

Abaixei a cabeça e vi que em sua coleira havia uma plaquinha de identificação dourada ali. A virei para mim e arregalei os olhos ao ler o nome "Alfredo" gravado nela. Quais as chances de existir um Golden Retriever chamado Alfredo em Los Angeles e que não seja de quem eu estou pensando?

— Alfredo! Alfredo, pelo amor de Deus, não sai correndo assim! — escutei uma voz gritar, que ficava mais alta conforme ouvia passadas de corrida na minha direção. Conhecia muito bem aquele tom de voz. Permaneci agachada e de costas. — Muito obrigada por ter segurado ele, moça! Eu não sei o que aconteceu, ele nunca sai correndo para longe de mim assim.

— Sem problemas. — me virei lentamente e olhei para a pessoa de pé à minha frente. É, as chances são nulas. É o Alfredo de Bia.

— Rafa? — Bianca perguntou surpresa e eu apenas lhe lancei um sorriso fraco, sem mostrar os dentes. Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, mas não disse nada. 

uma última vez. || rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora