Capítulo 6.

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POV Bianca Andrade.

Três semanas depois.

Isto está errado!

Pensei ao ver que as medidas daquele novo prédio comercial que abririam no centro da cidade estavam todas erradas. Bom, erradas quando comparadas à outra planta que eu havia feito e mandado para o escritório na semana passada.

— Que merda! — xinguei jogando o lápis em cima da mesa e bufando.

— Olha a boca, bebê! — Gizelly me repreendeu ao atravessar o corredor com um cesto cheio de roupas nas mãos. Revirei os olhos e acabei rindo. Ela surge do chão para me repreender, só pode.

Não é que Gizelly ache que falar palavrões é errado, até porque ela tem uma boca suja e vai se casar com uma mulher que tem a boca ainda mais imunda, mas ela diz que eu e Manoela somos as bebês dela. E bebês não falam palavrões.

Ajeitei meus óculos e peguei a minha calculadora, a minha régua e o meu lápis novamente, voltando a fazer as contas e ajustando aquelas medidas erradas. Vou ter uma conversa séria com o Miguel na segunda-feira e descobrir quem foi o infeliz que mudou tudo.

— Nena? — escutei a voz de Manu, mas não me virei para olhá-la. Ah, espera aí, Manoela, preciso acertar isso aqui!

— Espera um pouco... — pedi ao traçar uma linha reta com o lápis e anotei as medidas certas embaixo do risco, com destaque para que ficasse bem visível. Só então me virei para a minha prima que carregava um semblante tranquilo e tinha as mãos atrás do corpo. Juntei as sobrancelhas ao notar que estava usando roupas para praticar exercícios físicos. Manoela odeia exercícios... — Diga, Nena.

— Eu vou caminhar um pouco no parque, posso levar o Alfredo? — Manu perguntou ao me lançar um sorriso todo inocente e eu estreitei meus olhos para ela.

— Pode sim. — respondi e ela rapidamente se virou para sair do meu quarto. — Ah, ah, ah! Volta aqui, Gavassi.

A vi girar sob seus calcanhares e me encarar com um olhar pidão e com o lábio inferior entre os dentes.

— Algum problema, Nena?

— Vem aqui. — afastei a minha cadeira da mesa e a virei, batendo em minhas coxas. Manu fez uma careta, mas andou até mim, sentando no meu colo em seguida. — Desde quando você caminha, furacãozinho?

— Não me chama assim. — Manu revirou os olhos e eu arqueei uma sobrancelha. Se Gizelly nos trata como se fosse as nossas mães, e se ela é um furacão, nada mais justo do que eu provocar chamando minha prima de furacãozinho. — Eu resolvi deixar de ser muito sedentária, sabe?

— E eu sou o Papai Noel. — zombei e a ouvi bufar. — Me responde logo ou você não vai sair com o meu garotão, Manoela!

— Mariana me chamou para dar uma volta no parque. Pronto, falei! — Manu exclamou ao erguer os braços e deixar que caíssem e se chocassem contra suas coxas em seguida. — Feliz?

— Muito! Tenho que saber onde o meu bebê está indo! — a mais baixa abriu um sorriso largo e fofo para mim. — Me referi ao Alfredo.

— Idiota! — Manu revirou os olhos e fez menção de sair do meu colo, fingindo irritação. Ri e segurei em seu braço antes que realmente se levantasse. — Me solta, vou me atrasar, Bianca.

— Foda-se, sou a sua prima, ela pode esperar alguns minutos. — reclamei e a puxei de volta ao meu colo. — Me conta, Nena, como vai o namoro de vocês?

uma última vez. || rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora