Capítulo 24.

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POV Rafaella Kalimann.

FLASHBACK ON.

Eu amava a forma como a luz do sol refletia em seu rosto. Sua pele parecia brilhar, assim como os seus olhos castanhos. Ah, aqueles olhos castanhos... Eles podem me levar do céu ao inferno em questão de segundos. Os lábios róseos e chamativos expostos em um largo e lindo sorriso. E o melhor de tudo? Aquele sorriso era direcionado a mim. Só a mim.

Ela só sorri assim para mim.

No rádio da minha velha e amada caminhonete vermelha, Isn't She Lovely, do Stevie Wonder, acalentava ainda mais o nosso momento.

— Se você não parar de me encarar e começar a prestar atenção na estrada, nós iremos bater o carro...

Bianca comentou despreocupada e eu pisquei algumas vezes, saindo de meu transe e voltando a minha atenção para a estrada, escutando aquela risadinha debochada dela. Eu realmente precisava me concentrar para não perder o controle. E quando eu digo perder o controle, me refiro a todas as maneiras possíveis de isso acontecer.

Soltei um suspiro pesado quando olhei para o painel e vi que já eram quase seis horas. Estava cada vez mais próximo o momento em que eu a deixaria e lembrar disso fazia o meu coração doer cirurgicamente no mesmo instante. Mas seria por um bom motivo. A vida de Bianca estava em jogo.

E por Bianca Andrade eu faria qualquer coisa. Até mesmo deixá-la.

— Ok... Estamos entrando no meio do mato... — Bianca disse com o cenho franzido e olhando em volta da pequena estrada de terra na qual a caminhonete acabara de entrar. — Devo me preocupar?

— Depende... Se você confia em mim, não. Mas se tem um pé atrás comigo, você deveria sair correndo agora. — respondi, vendo-a arquear as sobrancelhas.

— Então pare este carro agora que eu vou descer! — Bianca exclamou, me fazendo rir pela falsa expressão de aterrorizada que ela fez.

— Relaxa, amor. Eu nunca faria nada de mal a você e você sabe disso.

— Eu sei, boba, estou apenas brincando. — Bianca virou-se sobre o banco do carona para me encarar, colocando as pernas sobre as minhas coxas e repousando a cabeça encostada na janela. — Para onde está me levando?

— Para um lugar que eu gosto muito e eu espero que você também goste quando conhecer.

— Tipo um lugar secreto?

— Quase isso. Basicamente.

— Então eu fico mais tranquila.

Sorri mais uma vez e continuei a dirigir pela estrada de terra. Não era tão longe, então não demoramos muito mais tempo para chegarmos ao alto da campina. Dava para ver toda a cidade daquele ponto, e o melhor, teríamos uma visão privilegiada do pôr-do-sol que estava se aproximando.

Parei a minha caminhonete e Bianca desceu primeiro, admirada com a beleza do local e da vista. Respirei fundo, admirada com a beleza dela e tomando coragem. Seja forte, Rafaella, seja forte. Ela estava encantada, olhava tudo atentamente com um pequeno sorriso nos lábios. Os olhos brilhavam e a leve brisa que soprava bagunçava seus lindos cabelos castanhos e lisos. Sorri e desci do carro.

Completamente linda.

— É lindo, não é? — perguntei abraçando sua cintura por trás e seu sorriso se alargou. Repousou suas mãos sobre as minhas.

uma última vez. || rabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora