Últimos olhares, últimas palavras, caminho até a porta de saída da sala sinceramente estou tentando analisar todas as acções da aula de teatro, minha mente viaja entre a atuação ou realidade, perguntas atormentam a minha cabeça.
- Vai realmente fugir de mim?.- Esbarro em Brian na saída do corredor, nada mudou continua com a mesma roupa com as mãos dentro de seus bolsos, encostado a parede olhando para mim.
— Sem motivos. — Passo por ele porém, algo me trava tenha certeza que seja um puxão, meio minuto depois eu estava próxima a ele em uma disputa de olhares.— Me solta agora, não tenho nada pra falar com você.—minha voz soou brava, eu realmente estou chateada com toda essa situação minha vontade é dar um chute no meio de suas pernas só pra servir de lição.
—Eu quero falar com você, na verdade você está me devendo isso desde o castigo.—Sorriu para amenizar a situação porém eu não estava interessada em conversas muito menos com ele.
—Um, dois... não me faça chegar no três me larga imediatamente.—Falei com o punhos da mão direita cerrado, olho para o mesmo que aparentemente está tentando entender a minha pequena ameaça, pouco tempo após uma intensa batalha e troca de olhares meu braço finalmente está livre.
- Você não pode fugir pra sempre, não vai segurar o que está sentindo por muito tempo e quando todo esse seu teatro acabar eu estarei aqui.- Disse ele enquanto abria e sacodia os braços de forma dramática mostrando a sua irritação com a situação.
- Eu acho que, você tem problemas em diferenciar a ficção da realidade — Sem tirar os olhos de mim, Brian deu dois passos a minha frente. — Se você der o terceiro, vai se arrepender amargamente. — Retomando a posição inicial o mesmo se afasta. Sorri satisfeita.
- Martina Ross, você não é normal, eu realmente tenho entender você mas todas as minhas tentativas acabam sendo em vão.- Sua voz saiu em meio a um sussurro aquelas palavras pareciam mais pra ele do que para mim, felizmente com um pouco de atenção entendi uma pequena parte.
— E você é tão normal, que mentiu ser gay. — Dei uma leve pausa analisando suas expressões faciais mudarem. — Se o que você fez, é ser normal. Desculpe! Não quero ser. — Pisquei sorrindo para ele, ajeitei minha postura prendi uma mecha rebelde por detrás da minha orelha, continuei seguindo o caminho até ao refeitório como de costume ia me encontrar com Vanessa para o Almoço.
O refeitório é algum é qualquer outro, suas paredes azuis com tons brancos no pilares da entrada entre a enorme porte de vidro, deixam em tanto claras a funções do local.
Com cadeiras alinhadas, entre as mesas circulares, separadas pelos pirales coloridos, a poucos passos de distância, o balcão de atendimento está repleto de comida, Dona Marta como sempre sorrindo atende alguns alunos, seus cabelos pretos condizem com sua roupa toda preta. Eu adoro ela.
Vagando com o olhar pelo refeitório procuro por Vanessa, a mesma está sentada no canto esquerdo. Nosso lugar favorito. Quando nota minha presença levanta o braço chamando missa atenção, caminho até a mesma a passos largos sorrindo.
— Deveria estar na cama— Resmungo. Vanessa é o tipo de pessoa que não se encontra duas vezes na vida, depois de todo caos que rolou em minha vida ela tornou-se o meu porto seguro.
— É só uma gripe. — Calmamente falou. — Nada grave. — Falou pegando no lenço no bolso de sua camisa branca rapidamente o cobre o nariz e soa nele—.Desculpa eu não devia ter feito isso.- Sorriu envergonhada por ter feito isso na minha frente.
— Já vi coisa pior e você sabe disso. — Rimos.
— Eu posso fazer algo pior. — Com o rosto enrugado Vanessa sorri. — Estou horrível. — Concordei com um aceno.
— Tô morrendo de fome.— Comuniquei já me levantando. — Vai querer o de sempre?.— Questionei a cerca da comida.
— Não, dessa vez você escolhe. — Sorriu.
Caminho até ao balcão em silêncio, a fila é menor que o normal, talvez eu tenha atrasado, ou cheguei cedo demais e não consigo definir o fluxo. Normalmente, a hora de almoço é a mais agitada do dia e hoje, está tão calma. Chegando próximo ao balcão de mármore branco, faço meu pedido ao loiro de olhos azuis, vestido de branco que sorri para mim.
— Sozinha como sempre. — Sua voz ecoou em meu ouvido.
— É o que você diz. — Respondi.
— Eu vejo isso. — O loiro pisca. Arrumando meu pedido habitual em uma das bandejas, ele sorri.
— Você tem miopia. — Provoco.
O loiro torna a sorrir. Depois de alguns minutos, a bandeja com batatas fritas e saladas verdes já estava pronta, e entregue a mim.
— Obrigada. — Sorri e pisquei para o mesmo.
Retomei até Vanessa, passando por duas mesas cheias de gente, provavelmente um grupo de amigos, colocando a bandeja branca na mesa circular meu olhar para quando vejo Brian do outro lado do refeitório. Suas mãos percorrem os ombros de Carla, enquanto a mesma sorri. As vezes, eles realmente parecem ser um casal apaixonado, esse ideia não saí da minha cabeça desde a festa de abertura.
—Perdeu alguma coisa?.— Questionou Vanessa virando toda minha atenção para mim que rapidamente me sento.
— Não. — Respondi seca.
— Sei, estava olhando para o novato, ou melhor para o Brian. — colocando batatas na boca Vanessa tenta conter o sorriso.
— Errado.— Remexi meu corpo na cadeira metálica.
— Ele parece fofinho. — Dando uma olhada rápida em Brian Vanessa continua a falar. — Vocês seriam fofos juntos.
—Anda fumando ou bateu com a cabeça?.— perguntei tirando risadas de Vanessa. — Ele não faz o meu tipo.
—Quem não faz o seu tipo?.— Brian perguntou. O olhei confusa, em um momento ele estava do outro lado da sala com Carla, e agora está aqui bem na minha frente.
— O teu...— A mão de Vanessa para em minha boca impedindo-me de terminar. A mordisco de leve a mesma tira a mão e solta um " aí".
— Vocês são estranhas. — Puxando a cadeira ao lado de Vanessa, Brian sorri. — Espero que vocês estejam bem.
— Quem disse que, você poderia se sentar aqui?.— Franzi a testa. — Ninguém convidou você.
— Deixa de ser chata Martina. — Com o garfo Vanessa pega na salada e a levando-a até a boca. — Vamos comer em paz.
Brian sentou-se, ele e Vanessa falaram sobre várias coisas e eu só fiquei acenando com a cabeça, por vezes soltamos risadas que ecoavam por todo refeitório, Brian decidiu ser cavalheiro e pegou comida pra todo mundo, apreciei o gesto após uma grande briga.
Olhei para Carla que estava me comendo com os olhos,eu não ligava eu quero mais que ela se exploda, eu queria aproveitar esse momento com ele, nenhum dos meus ex ficantes me fez rir tanto assim.Brian era diferente embora eu não queira admitir e provavelmente nunca o faça mas, eu gosto da companhia dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Último beijo
Teen Fiction" O amor é um jogo, e apenas dois podem jogar" Martina Ross teve seu coração quebrado da pior maneira possível, e no pior dia de sua vida. Apartir desse instante ela mata sua antiga personalidade. Durante um tempo ela fez do amor um jogo, onde apena...