Capítulo 12( Por Martina)

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Depois de tantos tempo, o meu maior erro voltou, com certeza ele vai assombrar a minha vida. Como ele veio parar até aqui?

— Porque?.— Questionei mas o silêncio pairou no local.— Que diabos você veio fazer aqui?.— Gritei. Marcos ainda apertava o meu pulso com força.

— Se acalma coelhinha.— Suspirou . — Eu ainda te amo. — De queixo caído , analisei a situação, eu não poderia voltar a acreditar nele.— Martina eu te amo.— Completou Marcos.

— O clima está tenso, vou voltar para o baile.— Carla se pronunciou. Era ela, foi ela quem trouxe ele de volta.— Vamos Brian.— Brian cruzou o seu  olhar no meu por alguns segundos. Depois segurou em Carla e saiu.

— Você está me escutando coelhinha?—. Questionou gritando, seu grito causa pavor em sua.

O som de sua voz, tranquilizava meus dias mais sombrios, mas hoje, agora, sua voz destrói cada partícula calma de meu corpo, sua voz ecoando em meus ouvidos, causam dor.

—  Você precisa me escutar. — Apelou, dessa vez, Marcos solta meu pulso ajeitando seu palito preto. — Você precisa voltar para mim.

— Eu preciso que você vá embora. — Gritei amargurada. — Você me quebrou, passei meses tentando reconstruir minha sanidade mental, depois daquela noite. — No mais fundo de minhas lembranças, a noite prevalece acordada. Ver aquele corpo gelado no banheiro de seu, e de seguida sair correndo em busca de ajuda, e escutar o som de um vaso sendo quebrado no corredor do escritório de meu Pai. Foi tão... traumatizante.

— Você ainda me ama.—  Aproximando seu corpo do meu, Marcos sorri.

— Eu te amei quando tinha dezasseis anos, infelizmente eu não sabia o que estava fazendo.— Suspiro derrotada. — Mas, agora, eu não sinto nada apenas indiferença.

Movida pela dor e coragem, aproximei mais ainda nossos corpos, exausta pelo dia, e destruída por olhar em seus olhos pretos, desferi um tapa forte em sua bochecha direita. Marcos passa a mão pelo local gemendo de dor, como resultado a bochecha ficou marcada por meus dedos, aos poucos o vermelho fez-se sentir. Descontente, Marcos prende meu corpo na parede mais próximo. Por mais que eu grite, ninguém vai escutar com a música alta ecoando por aqui.

— Eu te amo porra. Acredita em mim.— Com a contra mão Marcos puxou meu cabelo fazendo com que eu o olhasse.

— Ama? Você não sabe o que é isso. Calma, você me amou tanto que, levou minha melhor amiga para cama no dia da morte da minha mãe. Se isso é amor me perdoe mais é assustador. Procura aquela vaca da Esmeralda e seja feliz.—  coloquei minha mão em seu pescoço puxando-o para baixo. Com o pé esquerdo dei um golpe em sua barriga.Marcos caiu.— Suma da minha vida.— Gritei e saí correndo.

Marcos foi o pior erro da minha vida, fiz tanto por ele, infelizmente esqueci que a ingratidão é um acto humano tão comum quanto respirar. Correndo pelos  corredores, lágrimas fria e solitárias rolas em meu rosto. Estou chorando!

— MARTINA.— A voz de Brian ecoou no enorme corredor vazio.

— Vá cuidar da sua vida.— Saí correndo o mais rápido que pude, eu estava de sapatos saltos o que dificultou muito a minha fuga. Brian me encontrou segurando meu braço com suas mãos quentes.

— Não precisa ser assim. — Sussurrou.— Você está chorando?.—  Questionou o óbvio. O mesmo passo o polegar em minha bochecha acarreciando a parte molhada.

— Não estou chorando.— Empurrei seu corpo para longe de mim.— Não me toque.— Gritei

—  Para. Deixa de ser infantil.— Brian grita mais alto.— Desculpa por ter deixado você.— Ele me pareceu sincero.

— Vá a merda Brian. — Deixei o mesmo parado no corredor e segui até ao meu quarto em silêncio.

Vanessa estava dormindo. Tomei todo o cuidado para não a acordar mais a minha raiva foi grande e acabei descontando na porta que ao fechar deu um grande estrondo.

— Martina.— Vanessa ainda estava com o vestido que usou no baile.— Meu Deus você está chorando.— A mesma corre até mim e me segura em seu colo.

— Saí.— Saí de seu colo.— Sem perguntas.— Caminhei até a minha cama, Sentei-me apoiando as mãos em minhas pernas.

Eu estava chorando novamente, não sei porque? Será por Marcos ou Brian? Talvez eu só não estivesse preparada para enfrentar o passado. O meu passado que deixou marcas permanentes em mim. Vanessa me observava incrédula, não a julgo. A mesma caminha até a cama segura meu rosto com a mão. Seu rosto estava tão perto do meu, no momento seguinte já estávamos nos beijando, não consigo entender mas, naquele momento aquilo parecia o certo a se fazer. Afastei os nossos corpos.

— Desculpa Martina.— Vanessa tomou coragem e disse, a olhei confusa.— Você está bem?.

—  Sim.— Apenas disse.

— Eu estou bêbada. Amanhã provavelmente nenhuma das duas vai lembrar o que aconteceu hoje.— Ela riu.

— Eu gostei.— caminho até ao armário, removo o vestido, a fim de colocar um pijama confortável. Babydool. O Babydool preto de tecido fino e leve, rapidamente o visto. — Eu Gostei do beijo.—  Sussurrei. Sem esperar por sua resposta, abro a porta do quarto.

No corredor, barulho da música já havia cessado, acredito que a festa também, caminhei até a refeitório para a minha surpresa não fui a única que quis ir para aquele lugar. Marcos estava lá.

— Eu sabia.— Referiu-se a mim— Sempre que você está pensativa sai para fazer algo.— Arregalando os olhos ri de sua bochecha.

Passei pelo mesmo sem dizer nada. No balcão do refeitório,estendo minha mão alçando o copo de água. Com calma, viro todo o líquido transparente do copo, que vai escorrendo em minha garganta. Pousando o copo transparente no balcão, o moreno de olhos castanhos atravessa a porta principal em fúria.

— Vocês estão juntos?.— o desespero foi visível na voz de Brian, tive que conter minha vontade de rir dessa cena.

— Meu amor, eu seria incapaz de te trair.— Dei uma piscadela para Brian que ficou sem entender nada.

— Amor?.— Os dois gritaram em uníssono.— Confio em você meu amor.— Brian chegou mais perto de mim dando um beijo em minha bochecha.

— Vai dizer que ele é melhor que eu?.— Marcos falou desesperado. — Que patético.

— Não, eu ia dizer mais você já fez isso por mim.— Sorri.

— Vai pro inferno Martina, e você é MINHA.— O comentário de Marcos me deixou um pouco assustada, eu sei bem como ele pode ser possessivo.

— Ela era sua. Agora é MINHA.— Brian passou a mão em minha cintura como marcação territorial.

Se rendendo totalmente, Marcos saí correndo do refeitório pela porta de vidro, sua raiva foi tão grande  que tive medo da porta sofrer as consequências.

— Até onde essa sua mentira vai chegar.— Brian removeu a mão de minha cintura dando uma certa distância entre nós.

— Chegaremos até onde tiver que chegar.— Apenas disse enquanto caminhava até a saída.

Que comecem os jogos.

Último beijoOnde histórias criam vida. Descubra agora