Capítulo 14( Por Martina)

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A vida mais uma vez prega suas peças em mim.  De criadora á jogadora. Meu ciclo vicioso vai se esgotando aos poucos. Eu tento.

Marcos em tempos foi a luz dos meus dias, á ele eu dei tudo que tinha e, até o que não tinha. Por toda a minha vida, sempre escutei a típica frase " a traição não vem do inimigo" porém, nos nunca estamos realmente preparados para ser apunhalado por alguém que você julga ser seu amigo, confidente ou até mesmo o seu porto seguro.

Não me orgulho das coisas que fiz para amenizar a minha dor. JOGUEI com cada um. Não! Eles não eram inconvenientes, a cada rapaz que tive o gosto de quebrar o coração, cada um deles fez o mesmo ou pior para outras garotas.

Tornei-me a vingança das garotas usadas. É como dizem " não faço aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem". Movida pela raiva, criei meu próprio círculo vicioso, aos poucos estou perdendo o controle por ele. Brian vem se tornando inconveniente toda a vez que cruza meu caminho durante o dia.

Passei as últimas noites, sem ao menos pregar os olhos direito, seus olhos castanhos aparecem sempre que tento adormecer. Seu toque quente ainda se mantém marcado em meus braços.

[...]

Raios de sol iluminam o quarto, acordo mais uma vez, graças ao  barulho insuportável de Vanessa e seu secador de cabelo. Ela sempre faz isso. Esfrego as minhas pestanas assim que me retiro da cama. Vanessa e viu ficamos um pouco distantes após o beijo não entendo os motivos. Dou passos curtos até o banheiro, analiso o meu reflexo no espelho. Céus, eu estou horrível. Lavo o rosto com água e caminho até a banheira. Permito que as gotas de água invadam o meu corpo levando consigo algumas mágoas do passado. Um coração partido.

[..]

— Vanessa para.— Calmamente falei.— Precisamos conversar e você sabe disso.— Segurei seu braço impedindo a sua passagem.

— O beijo. — Sussurou. — Na verdade, eu estava bêbada e você, deprimida a gente só juntou as coisas e foi isso. — Riu amenizando a tensão.

— A verdade Vanessa. — Não a quero pressionar, mas sei que está mentindo ou apenas, escondendo algo. — Diga-me a verdade.

— Eu...— Ela gagueja. — Eu não sei por onde começar. — Confessou. — Eu estou descobrindo minha sexualidade. — Suspirou profundamente. Dessa vez, sinto verdade em suas palavras. —Desculpa pelo beijo, eu não quero estragar a nossa amizade.— Seus olhos brilhavam ameaçando lágrimas, sua voz embargada cria uma onda de tristeza em mim.

—Hey. — Toco em seu rosto. —Foi só um beijo, eu retribui e gostei. Uma experiência diferente só isso.— Passo a mão em seu ombro como sinal de apoio.— Eu nunca deixarei você, além do mais, amigas servem para ajudar seja em coisas comum, ou até mesmo na descoberta de nossa sexualidade. — Rimos.

- Eu te amo tanto.

Perder a amizade dela seria um golpe baixo para mim, afinal ter uma orientação sexual diferente não a torna menos humana, ela será sempre a mesma Vanessa. O mundo tem tantos problemas e se preocupar com a orientação sexual das pessoas não é importante, pois, cada um escolhe ser o que quer. Ninguém vai viver a nossa vida.

—Você e o Brian.— Céus, será que Brian será sempre o centro das nossas conversas?

—Sem chance.— Limitei-me a dizer.— É complicado.—Admito finalmente.

— Complicado. — Murmurou. — Você é ele?.— Questionou. — Qual dos dois é realmente complicado. — Passei a mão na nuca sem saber o que responder.

— Isso importa?.— Em um aceno Vanessa confirma. — Que chato.

—Você tem sentimentos por ele?.— Caminho para o outro lado enquanto penso na Pergunta de Vanessa.— Martina, fala.

Último beijoOnde histórias criam vida. Descubra agora