Salto

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Só com você desço do salto
Tiro a maquiagem
Elevo a minha voz
Baixo o tom do meu português


Encarava o teto de seu quarto. Uma mistura de madeiras sobrepostas de maneira desregular. Estou deitada em sua cama de solteiro, ele ao meu lado segurando firmemente minha mão, algo que fazemos o tempo todo agora, seguramos as mãos. Eu amo entrelaçar nossos dedos. Me sinto segura com esse gesto, como se todo mal, os pesadelos e inseguras da guerra sumissem. Ouvimos eles brigarem.

― Você não pode querer me proteger pra sempre Harry Potter! – ela grita e posso visualizar em minha mente o rosto decido de Gina.

― Você não entende, estou quebrado e não quero te machucar. – ele pondera.

― Já pensou que posso ser a pessoa a te consertar?

A briga para, e penso que finalmente eles estão se beijando, selando amor entre eles, selando seu reencontro em meio aos destroços dos sentimentos soterrados da guerra.

Rony parece alheio a isso tudo. Acaricia minha mão. Segura ela com suas duas mãos e começa a reparar em todos os detalhes dos meus dedos de minhas unhas roídas de nervosismo, de minhas micro linhas que me diferem de todas as outras pessoas do mundo.

― Você é única. – me diz como se lesse meus pensamentos. – Única, nunca uma opção.

― O que está querendo dizer?

― Lembrei de sua fala quando brigava com Lila no sexto ano. Você nunca foi uma opção, sempre foi você. Eu só era muito tapado de enxergar isso.

Sorrio porque sorrir é fácil para mim. Viro meu corpo e o enrosco ao dele. Uma intimidade pouco explorada por nós que quero começar a decorar cada sensação. Ele parece querer fazer o mesmo e coloca seu braço por baixo de minha cabeça, vira seu corpo de frente ao meu, começa a acariciar meu rosto com seus dedos. Como se o tivesse decorando. Eu suspiro e fecho os olhos, esperando o beijo que ele me dá em seguida.

Nossos beijos sempre exagerados, seria essa a descrição melhor, mas desta vez não, ele começa delicado, eu acaricio o seu rosto e o puxo. Não quero um beijo delicado, não agora. Começo o beijar mais forte, desejando mais, desejando mãos passando por meu corpo, desejando seu corpo colocado ao meu. Desejando peças de roupa jogadas ao chão. Desejando me entregar a ele.

.

.

Me decifra e me traduz
Nas minhas sombras você vê a luz


― Eu não me apaixono. – aviso. Ela parece não se importar, tira sua roupa em minha frente, acaricio seu corpo com meus dedos, passando por todo seu seio, eriçando seu mamilo, sinto ela gemer baixinho, começo a beijar imaginando a Lily. Mesmo a garota sendo loira e não ruiva.

― Eu não me apaixono. – aviso. Ela parece não se importar. Começa a acariciar meu rosto, passar os dedos por minhas sardas, a beijo com tamanha intensidade que a sinto derreter em meus braços.  Imagino a Lily. Mesmo ela sendo negra e não ruiva.

― Eu não me apaixono. – aviso. Ela nega com a cabeça não se importando. Começa a acariciar meu membro com seus dedos por cima de minha cueca. Eu reajo, pensando ser a Lily. Mesmo ela tendo cabelos negros como noite e não laranja como o pôr do sol.

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