Prólogo

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BRADLEY

— DEUS, por que isso é tão difícil?! — James grunhiu, enquanto Connor dedilhava algumas notas aleatórias no violão em seu colo. 

Há meses que estamos tentando finalizar nosso novo álbum, mas precisamos de, no mínimo quinze músicas. Acho que temos, até agora, umas seis ou sete. Ugh. Por isso, estávamos todos na minha casa, largados, tentando compor alguma coisa. Suspirei, passando as mãos pelo meu rosto e puxando para baixo, e apoiei meus cotovelos nas teclas do piano, fazendo um barulho alto. 

— Esse vai ser o pior álbum de todos, tenho certeza — Tristan assobiou, jogando uma bola de borracha no chão, que quicava, batia na parede e voltava para ele repetitivamente. 

— Não, gente. Temos que pensar positivo — James respirou fundo, arrumando sua postura. — É só um bloqueio musical, já passamos por isso antes, é normal. Acontece com todos os músicos, as melhores músicas são fruto de bloqueios musicais — ele tentou nos acalmar, mas parecia que estava falando mais para si mesmo do que para nós. — Até a Taylor Swift já passou por isso e ela é a melhor cantora de todos os tempos, então relaxem. 

Revirei os olhos. Também não é assim James, quero dizer, mas não digo nada. 

— É, acho que você tem razão. Não sobre a parte da Taylor, mas... — Connor murmurou, enquanto mordia a ponta da língua, tentando fazer um dedilhado complicado no violão, e James revirou os olhos. — Da última vez que tivemos um bloqueio coletivo, Brad surgiu com o refrão de Wake Up, e foi um sucesso. Acho que dessa vez não vai ser diferente. 

Mordi o interior da bochecha, pensando. Aquele dia foi engraçado. Estávamos tentando compor algo decente havia semanas mas nada vinha em nossa mente, então acabei perdendo a paciência e gritei "BRAD, ACORDE!" Na mesma hora, James pegou o violão e bateu a nota em que eu cantei, criando uma melodia, e já construímos um refrão para a música. 

— Aquele dia foi louco — Tristan riu, ainda rebatendo a bola de borracha. 

— É, foi mesmo — ri um pouco. — Mas naquela vez nós tínhamos tempo. Agora não temos! Nosso prazo termina em alguns dias e ainda não temos nem metade das músicas. 

— Temos exatamente dois meses e nove dias para terminar tudo e começarmos a gravar — Connor afirmou, enquanto afinava a primeira corda do baixo. — Não que alguém esteja contando, claro. 

— Oh, valeu Con — James sorriu, irônico. — Ugh, nós realmente precisamos de uma pausa. Sério. Acho que minha cabeça vai explodir, já estou sentindo minha enxaqueca chegando — ele esfregou as têmporas. 

— A gente podia, sei lá, viajar — Tristan pensou alto. 

— Pfff, tá bom — Connor riu, debochado, mas logo ficou sério. 

Olhei para Tristan, observando seu rosto enquanto ele jogava a bolinha na parede. 

Essa não é uma má ideia. Não mesmo. Na verdade, fizemos isso uma vez, quando escrevíamos Night & Day. Como não conseguíamos pensar em nada concreto para escrever, passamos algum tempo em Los Angeles, onde conheci essa garota. Ela era muito intrigante e misteriosa, o que me deixou babando por ela por dias. Ela não me fez bem nenhum, mas eu a queria de qualquer maneira, então tive aquele pensamento louco de que precisava que isso fosse mais do que apenas uma noite. O que eu descobri não ser verdade, porque, na verdade, ela estava tentando me roubar. Mas quando eu descobri, eu já tinha escrito Just My Type. Não foi uma história de amor, mas acabou sendo um hit. 

Right Now || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora