04

645 56 19
                                    

LARISSA

— O que foi? — James perguntou, e eu mordi meu lábio nervosamente.

— Uhh... meus pais, eles ainda estão em casa — sussurrei, e eles se entreolharam. — É só que... bom, eles não achariam muito agradável deixar quatro garotos com quatro garotas sozinhos numa casa. Os quatro fizeram sons de compreensão. — É, meus pais são desses. 

— Então.... o que fazemos? — Connor perguntou baixinho, e eu comecei a pensar.

— Bom, não é uma boa ideia vocês esperarem aqui fora até eles saírem. — Murmurei, pensando alto. — Não por conta de assaltos ou nada desse tipo — assegurei, revirando os olhos, — mas sim porque meus pais ou meu irmão podem ver vocês quando eles saírem. Hm... acho que... bem, não tenho certeza. 

Olhei para Brad por alguns segundos, pensando em algo, e ele deu um sorrisinho. Ugh, lindo.

— Ok, escutem — sussurrei e todos chegaram mais perto. — Temos que entrar todos juntos, porque o portão faz barulho na hora de fechar, mas não poderemos entrar pela porta da frente. — Olhei para a janela da sala, vendo uma luz verde sendo refletida e voltei a falar. — Meu pai provavelmente já está pronto mas está assistindo um jogo, junto com meu irmão, então eles não vão perceber o movimento diferente, então eles não serão problema. 

Eles assentiram e eu mordi meu lábio levemente, nervosa. Observei minha casa, tentando ter alguma ideia. Bom, minha casa tem um corredor do lado direito, que dá para o quintal e piscina nos fundos e fica de frente para a área da garagem. É um pouco escuro, mas é o jeito.

— Pelo horário, minha mãe ainda está se arrumando, mas já deve estar quase pronta, então temos pouco tempo — falei rápido, me aproximando do portão, e eles me seguiram. — Eis aqui o que faremos: vamos entrar todos juntos e vocês vão ir por aquele corredor o mais silenciosamente possível e vão até o final dele — apontei para o corredor de frente para a garagem. — Quando vocês estiverem lá, eu vou fechar o portão e ir atrás de vocês. De lá, eu vou entrar primeiro e colocar as sacolas na cozinha, então vou falar com meu pai e meu irmão e, enquanto eu distraio eles, vocês vão passar direto para o meu quarto. 

Eles assentiram e eu assenti também. Quando peguei a chave no meu bolso, alguém segurou meu pulso.

— Espera — Brad pediu, e eu prendi a respiração. Olhei para o rosto dele, então para a mão dele em meu braço. Ele me soltou, parecendo não saber o que dizer, então coçou a nunca, parecendo... nervoso? — Uhh... você pode, eh... nos passar seu número? Assim nós podemos nos comunicar, caso alguma coisa aconteça.

Mordi minha língua para me manter séria e assenti. Pai nosso que está nos céus. Ele me passou o celular dele e eu salvei meu número nele, devolvendo-o em seguida. 

Eu salvei meu número. No celular dele. Celular de Brad Simpson. Socorro, Deus.

— Tá bom, vamos — sussurrei, abrindo o portão o mais discretamente possível, então dei passagem para eles, que foram por trás dos carros em direção ao corredor. Quando eu já não podia mais ver eles, eu bati o portão. — Aqui, me dá as sacolas — sussurrei, passando por eles. Peguei as sacolas que eles seguravam e comecei a andar em direção à porta da cozinha. — Fiquem aqui até eu mandar!

Andei pela pequena área e entrei na cozinha, colocando as sacolas no chão. 

Voltei — sorri para o Lucas e meu pai enquanto tirava meu calçado, e eles olharam brevemente pra mim com um sorriso e voltaram sua atenção para o jogo. Beleza, é agora. Voltei correndo na ponta dos pés até os meninos, assustando eles levemente. — Venham, e façam silêncio!

Eles me seguiram silenciosamente para dentro da casa. Meu pai e meu irmão nem piscavam na frente da televisão,  então eu me virei para os meninos.

— É a porta do meio, vão! Vão! — sussurrei com urgência e James foi primeiro, seguido de Connor, Tristan e Brad por último, comigo logo atrás. Eu respirei fundo várias vezes, enquanto os meninos riam baixo.

— Wow, isso que é adrenalina — Tristan riu baixo, me fazendo rir também. 

Eles olharam ao redor e eu me toquei: The Vamps estava no meu quarto. Sim, no meu quarto cheio de pôsteres e com lingerie na cama. Oh, boy. Corri até as peças de roupas e coloquei elas dentro do meu guarda-roupa de qualquer jeito, fechando as portas em seguida. 

Meu quarto era bem simples: uma cama de casal encostada no canto direito, uma estante com livros na parede do lado direito de frente para o guarda-roupas, uma escrivaninha com alguns cadernos e papéis organizados em cima e alguns instrumentos de pé. 

— Então... você é fã mesmo, uh? — James murmurou, olhando os pôsteres e sorrindo. — Há quanto tempo?

— Claro que sim. Já faz uns... seis anos? É, acho que sim — sorri, observando os posters. 

Haviam vários pôsteres: The Vamps, 5 Seconds Of Summer, One Direction, alguns do Shawn Mendes, Jonas Brothers, etc., assim como mapas enormes do corpo humano bem no meio de uma das paredes.

Brad apontou para eles, erguendo uma sobrancelha, e eu ri.

— Faculdade. — Expliquei rápido. — Olha, eu preciso de um banho — eu murmurei, pagando um par de roupas que eu havia separado antes e um par de roupas íntimas. — Vai ser o banho mais rápido da história, eu tenho certeza — murmurei para mim mesma e me virei para eles. — Não mexam em nada e não façam barulho! Eu volto já. 

Eles assentiram e eu abri a porta devagar, olhando para os dois lados do corredor antes de sair e fechar a porta atrás de mim. Respirei fundo, correndo para o banheiro e fechando a porta. Tomei banho o mais rápido que pude e, quando fui me vestir, depois de me secar, percebi que tinha esquecido a blusa que eu usaria. 

Oh, fabuloso! 

Praguejei em sete línguas diferentes enquanto destrancava a porta do banheiro e andava rapidamente até o meu quarto. Quando estava fechando a porta, ouvi a porta do quarto da minha mãe abrir e ouvi o clique do salto alto no chão. Me virei para os meninos, com o desespero estampado na minha cara, e fiz um sinal desengonçado para eles virem para trás da porta, onde eu estava.

Larissa, filha, você está aí? — ela bateu na porta e eu abri rapidamente, colocando somente minha cabeça para fora.

Oi — sorri, tentando agir normalmente. Como se os FUCKING VAMPS não estivessem atrás da minha porta, escondido dos meus pais. — Já vai? 

Sim, eu só gostaria de pedir sua opinião antes — ela sorriu, colocando as mãos na cintura. — Como estou? Os sapatos estão combinando?

Olhei rapidamente e sorri.

Estão sim, mãe. A senhora tá perfeita — elogiei e o sorriso dela aumentou.

Awn, obrigada. Agora já vou ir, já estamos quase atrasados. As meninas vão vir que horas?

Daqui a uns vinte minutos elas chegam — respondi, mas na verdade eu nem sabia que horas eram. 

Ok. Se divirtam, estaremos de volta às 23h. 

Pode deixar. Tchau mãe, aproveitem o jantar — sorri. — Tchau, pai! — eu disse mais alto e ele respondeu. Fechei a porta e me virei, encostando minhas costas nela. Fechei meus olhos por uns segundos, finalmente respirando. — Essa foi por pouco...

Abri os olhos, vendo que eles me encaravam, então me lembrei que estava só de sutiã. Senti meu rosto arder de vergonha, então corri até meu guarda-roupa, pegando a blusa que tinha ficado lá e vestindo ela o mais rápido possível. 

— Desculpa gente — murmurei, sem saber onde enfiar minha cara.

— Oh, tudo bem — Tristan foi o primeiro a falar e os outros concordaram. 

— Realmente, não se desculpe por isso — Brad deu um sorrisinho, então senti meu rosto arder dez vezes mais.

Right Now || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora