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LARISSA

I made a few mistakes, I regret it nightly, I broke a couple hearts that I wear on my sleeve — eu cantei alto junto com a música, enquanto ensaiava algumas técnicas vocais, respiração e a coreografia. Nós iríamos cantar e dançar ao mesmo tempo na festa de aniversário da Carol, então eu precisava melhorar minhas técnicas vocais o máximo possível. — My momma always said: Girl, you're trouble and, and now I wonder, could you fall for a woman like me?

Deus, como eu amava cantar e dançar assim. Mesmo estando cantando apenas para mim mesma, não havia sensação melhor do que deixar minha voz sair, sem restrições. É como se eu sentisse cada emoção sair de dentro de mim, se materializando através da minha voz e de cada movimento do meu corpo: todo medo, de me apresentar em público, de decepcionar meus pais, de me machucar; toda minha paixão e meu amor pela música, pela dança e pela vida; tudo isso fluindo de dentro de mim em forma de arte.

Ei, abaixe essa música! — minha mãe entrou no quarto como um furacão, me assustando. Joy passou pela porta depois dela, deitando no chão e mostrando a barriga, toda brincalhona.

— Mãe! O que aconteceu? — levei a mão até meu peito, saltando com o susto. Desliguei a música, ainda sobressaltada.

Enquanto você estava aí nesse seu mundinho, eu estava lá fora atrás da sua cadela! — Ela disse brava, e eu fiquei confusa.

Como assim, o que aconteceu?

Eu saí mais cedo do serviço e passei no mercado — ela falava alto — e desci do carro cheia de sacolas nas mãos. Não sei o que deu na Joy, mas ela ficou louca e começou a pular em mim, derrubou tudo no chão, fez a maior lambança, depois foi correndo para a rua — ela explicou, baixando o tom de voz minimamente, mas aumentando novamente. — Eu te chamei não sei quantas vezes, mas você não me ouviu por causa dessa estúpida música alta! O que você está fazendo?! — ela tomou os papéis que eu segurava das minhas mãos.

Eu estava só ensaiando...

Ensaiando o que? Já está de novo com essa coisa de música? — ela riu, desacreditada, olhando para os papéis. — Eu já te falei que isso não leva a lugar nenhum, Larissa! Aliás, isso só dá problema!

É para a festa de aniversário da Carol, mãe, não é nada demais! — tentei não erguer a voz. Apesar de tudo, ela é minha mãe e eu devo respeito a ela.

Eu não quero saber! Toda vez que você começa com essa coisa de música, você fica toda alienada. — Ela começou a gesticular energicamente com as folhas na mão. — A gente chama e você não responde, e por que? Porque está ouvindo música alta, cantando ou, sei lá, subindo pelas paredes dançando!

Isso não é verdade! Eu tenho ensaiado o mês todo e você nem percebeu! — rebati, tentando falar normalmente.

Então você está se dedicando a isso há um mês?! — Ela disse, com uma expressão de desprezo.

É... mas o negócio com a Joy, eu não ouvi mas foi sem querer, mãe — tentei justificar. — Foi só essa vez, eu não...

Eu. Não. Quero. Saber. — Ela disse pausadamente, e eu queria gritar. — Seu futuro não é na música, seu futuro é na faculdade, na sua profissão, naquilo que você tem se dedicado há anos, agora! Quantas vezes tenho que te falar? Música não coloca comida na mesa de ninguém! Música não dá dinheiro, música é diversão! E é algo que vai distrair você do que você realmente quer.

Me distrair do que eu realmente quero.
O que eu realmente quero? É seguir meu coração e minhas inclinações? Ou viver as vontades da minha mãe? É realizar meus sonhos? Ou é viver infeliz agradando meus pais? Senti meus olhos começarem a arder.

Right Now || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora