o quadro interminado

401 87 42
                                    




"Um remédio, uma melodia. Uma memória que será deixada apenas para mim. Se eu parar agora, se eu apenas desligar, tudo vai ser mais confortável?" (jamais vu -bts)


Quando Taehyung acorda na manhã seguinte, primeiramente ele percebe que a sua dor de cabeça diária ao acordar, não acontece. Algo que ele esperava por ter bebido álcool na noite anterior mesmo que não fosse em grandes quantidades.

Taehyung não bebia em grandes quantidades por que isso dava brechas para Vante aparecer e dessa vez não seria por espelhos e sim em seu próprio corpo, fazendo que ele se tornasse a pessoa que ele mais odiava nesse mundo. Alguém egoísta e agoniante, alguém que fazia Taehyung se separar da sua própria mente e corpo.

Fazia alguns anos desde que Taehyung parou de beber consideravelmente. Ele estava em seu auge artístico ao lado do seu namorado que ele amava mais que o mundo inteiro (agora ex) pintando quatro até cinco belíssimos quadros por dia e únicos, essas peças gritavam Vante pelas pinceladas. Taehyung estava acostumado a beber tanto que ele perdeu o controle da sua realidade então ele decidiu uma vez por todas que não deixaria que seu alter-ego pegasse controle do seu corpo novamente, mesmo que isso custasse ganhar muito dinheiro pelas suas obras.

Isso não só custou ganhar muito dinheiro, mas seu namoro também.

Segundamente, Taehyung percebeu uma pessoa no lado da sua cama, o observando.

- Espero que não se incomode com a minha presença - Namjoon fala ironicamente, ao perceber uma movimentação por baixo dos lençóis e entendendo que era Taehyung acordando - Na minha defesa, eu toquei a campainha antes de entrar.

- Como você entrou aqui? - Taehyung pergunta, abrindo os olhos completamente para ver seu amigo no lado da sua cama com um copo de café na mão, tomando tranquilamente.

- Eu tenho a chave. - ele responde, tirando o pedaço de metal do bolso e mostrando para Taehyung que revira os olhos ao ver.

- Eu vou te matar - Taehyung diz, fechando os olhos de novo para tentar voltar a dormir.

- Bom dia para você também - Namjoon fala abrindo um sorriso de covinhas e tomando outro gole do café que ele havia feito na cozinha de Taehyung.


"Onde tem esperança, tem sempre dificuldades" (sea - bts)


- Desde quando você gosta de flores? - Namjoon pergunta, sentado na mesa da cozinha ao ver que um vaso no meio da mesa.

- Desde que eu percebi que essa casa precisa de um pouco de cor - Taehyung responde, colocando o café que Namjoon havia feito em uma caneca e sentando no banco oposto a Namjoon. Ele olha de relance o vaso com as ciclames na mesa, apenas alguns centímetros dos dois.

- Mas você sempre odiou decorações coloridas - Namjoon fala, franzindo a sobrancelhas com a afirmação do outro e olhando em volta para ver todos os objetos do apartamento brancos, inclusive as canecas de café. - e eu acho que a flor está... morrendo.

Taehyung olha para as flores dessa vez com mais atenção, algumas pétalas estão murchando ficando levemente cinzas ou amareladas e algumas já caídas no mármore branco da mesa.

Ele não havia reparado que as flores que ele havia comprado fazia uma semana já estavam apodrecendo, sua mente ocupada demais com outras coisas. Só quando Namjoon comenta, ele se lembra que deveria ter colocado água nelas desde que ele as comprou, algo que ele não fez.

- Ah... - ele exclama baixinho. A voz do florista dizendo que elas eram difíceis de serem cuidadas fazendo ele se sentir culpado por ter sido tão desleixado. - droga.

beleza cruel • ksj + kthOnde histórias criam vida. Descubra agora