capítulo sete

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Ao abrir os olhos o coração do menino acelera, a ansiedade para ver se ela continua ó assombrando era imensa.

E se ela estiver alí? Qual sério seu próximo passo? Ele iria assumir a culpa que está em sua costas ou iria apenas aprender a conviver com um fantasma, Lucas não podia mentir para si mesmo, ele sabia que gostava da companhia de Clarisse. Mesmo estando morta a vontade de viver da garota não parece ir embora, diferente de Lucas que mesmo estando vivo não tinha vontade de viver, a única coisa que o fazia se esforçar era Luan.

Mais todo dia ter que acordar e olhar nos olhos da pessoa que ele se sentia culpado por matar séria uma tortura. Aquela culpa iria consumi-lo aos poucos se não fizesse nada, não é como se ele não quisesse fazer algo a respeito pelo contrário, queria não se sentir culpado, desejava a vida da garota de volta mas parecia que ele não controlava mais o próprio corpo, sua mente e suas emoções agiam por conta própria e a única coisa que fazia ele ter um mínimo de controle era aqueles malditos remédios matinais. Aquelas pílulas não o deixava cem porcento no controle mas comparado a antes dele começar a toma-lás estava muito bem. A primeira vez que Lucas teve uma crise de pânico ele se sentiu fraco e assustado, suas mãos ficaram trêmulas e seu coração batia de um jeito que ele não conseguia explicar, ele estava trancado no banheiro ouvindo seus pais gritarem um com o outro por isso não teve forças para explicar a sua falta de ar.

Ele ficou tão assustado, não fazia idéia do por que aquilo estava acontecendo. Somente depois que seu pai foi embora sem deixar um telefone ou alguma mensagem que iria voltar, foi quando Daiana descobriu das crises do seu filho, naquela época Daiana ainda tentava se permanecer presente então logo procurou ajudá-lo, ele ia no psicólogo semanalmente e seu psiquiatra receitou remédios. As crises que aconteciam quase todos os dias estavam desaparecendo.
Depois de um ano as contas começaram a apertar ou a Daiana deixou de se importar, começou a gastar o dinheiro do psicólogo com algumas bebidas. Chegou um tempo que ela nem perguntava mais se o filho estava bem, talvez achava que somente comprando os remédios Lucas entenderia que ela ainda estava alí, tentando ser presente, mesmo não se esforçando e preferindo a companhia do álcool do que a do seus filhos.

Sem mais enrolação Lucas finalmente senta na cama de olhos fechados, ainda não está pronto para abri-los e se sentir sozinho ou se sentir culpado, tudo isso teria sido evitado se ele não tivesse ido naquela merda de grupo de estudos. Como sempre ele fez a escolha errada.
Ele começa a abrir os olhos lentamente e vê Clarisse sentada na cadeira giratória, ela adorava aquela cadeira.

— Sinto muito campeão, não era um sonho. –ela se levanta da cadeira e se senta na cama ao lado dele enquanto ele abaixa a cabeça e coloca as mãos tampando os olhos que estavam com lágrimas.

— O que eu faço agora? –Clarisse passava as mãos acariciando as costas do garoto tentando acalma-ló, Lucas enxuga as gotas de seu rosto e se decide.

Ela está com ele por alguma razão, baseado nós filmes Lucas conclui que a assombração está alí por alguma coisa que deixou para trás, sua tarefa era descobrir e resolver. Ele decide fazer tudo que ela pedir, assim que sua "alma" estiver livre ele falaria tudo a polícia. Afinal, se ele for preso agora não poderia libertar Clarisse daquele mundo horrível que vivia.

— Vamos arrumar um jeito. –diz confiante e se levanta da cama, Clarisse sorri ao ver um pingo de positividade em sua fala sem suspeitar de seu real objetivo.

Lucas sabia que ela era como um raio de sol, sempre otimista e alegre, para transformar seus últimos dias como fantasma o garoto decide tentar ser mais como ela, para deixar Clarisse mais feliz sua atuação tinha que ser a mais verdadeira, então ele teria que se esforçar.
O garoto se arruma e vai para escola, novamente Beatriz não apareceu em nenhuma das aulas.

Separados Pelo Acaso Unidos Pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora