capítulo vinte e sete

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O garoto tenta sentir os batimentos de Beatriz.

"Por que tão fracos?!"

Sua visão embargada dificultava tudo, precisava se recompor. Ele então respirou fundo e levantou a cabeça da garota com a mãos.

- Beatriz. Me escuta. Não vai embora agora. Não desiste por favor! -implorava encostando sua testa a dela.

Ele em um movimento rápido pegou o celular e ligou para uma ambulância.

- Eu... Preciso de ajuda eu não sei quantos comprimidos ela tomou venham rápido. -quase gritava com o telefone no ouvido. Ele passou o endereço e a ambulância disse que estaria a caminho mas quanto tempo demorariam.

- Lucas eu não posso perder ela. -a fantasma disse segurando a mão de Beatriz.

- Beatriz fica comigo. Abra seus olhos. -ele tentava despertar a suicida passando a mão pelo rosto dela, sua pele estava avermelhada e quente, muito quente.

- "Que voz é essa? Lucas? Por que você está aqui?"

- Por que todos que se aproximam de mim acabam se machucando de alguma maneira?! -Lucas se perguntava em voz alta. -Droga. Beatriz eu prometi a Clarisse que iria te proteger e olha como você está agora.

- Por favor Beatriz fique viva. Só aguente mais um pouco, tá bem? -Clarisse segurava sua mão com toda a força que um fantasma possuía.

Um, dois, três segundo os milésimos passavam como horas.

Logo agora? Por que agora? Estava tudo indo bem na vida do garoto mas sempre tem que a ver uma tempestade pelo caminho uma tempestade que o deixa a deriva.

Lucas pegou uma toalha e a molhou depois colocou sobre a pele quente de Beatriz.

- "Não precisa se preocupar, tá tudo bem. Não dói."

Beatriz não conseguia abrir os olhos suas pálpebras pareciam que estavam grudadas, sua boca estava seca e não conseguia mover os lábios para falar com Lucas mas continuava sentindo ele alí.

Alguns pingos salgados tocam a bochecha da suicida, lágrimas do Lucas estavam caindo sobre a rosto de Beatriz.

- "Não chore por favor, não gosto de te ver triste."

- Bê... Por favor. -sua voz estava fraca. -Abra os olhos e reclame comigo que eu te chamei assim. Briga comigo e me chama de idiota, vamos a praia de novo e vamos fugir da polícia. Só não me deixe.

- "Eu não posso mais, é tarde me desculpe."

- Você não pode morrer ainda. O furacão duplo tem que voltar. -Clarisse estava em estado de medo estava tão atordoada que esqueceu completamente que o furacão duplo precisa daquelas duas amigas de infância inseparáveis o problema é que uma delas já estava enterrada.

O medo é o maior inimigo do ser humano mas para um fantasma o que significava o medo? Clarisse não sentia dor então cortes, fogo ou a queda não a assustava mais, o frio não incomodava e o medo de espíritos por favor ela era a própria assombração.
O medo daquela fantasma era presenciar a auto destruição de qualquer pessoa que já tenha lhe dado amor de alguma forma. O destino havia pregado uma peça nada engraçada fazendo vivenciar seu pior medo enquanto não pode ajudar em nada.

- O mundo ainda precisa de você então abra os olhos. -dizia choroso.

- "Que barulhos são esses?"

Sirenes altas invadiam o bairro acordando todos aqueles idosos que dormiam as oito da noite após a novela das sete. O senhor Jandir se assustou ao ver que pararam em frente a casa dos Álvares e logo ligou para Miguel perguntando o que havia acontecido se surpreendeu ao saber que o responsável não estava em casa e sim a umas três cidades de distância. O senhor não soube informar ao homem o que estava acontecendo afinal ligou exatamente para saber o mesmo. Miguel e Bianca entraram no carro e pisaram fundo no acelerador quase mortos de preocupação mas tentavam manter a calma visto que Seu Jandir era famoso no bairro por ser fofoqueiro.

Separados Pelo Acaso Unidos Pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora