Miguel dirigia como se não houvesse amanhã, apertava o volante com força pela raiva e cortava os carros impaciente.
"Que merda essa menina fez dessa vez?"
Seus olhos estavam vermelhos de cansaço, não havia dormido bem a noite por causa de uma papelada que estava pedente. Recusava aceitar que era um viciado em trabalho.
Seu lado protetor gritava pela segurança da menina mas ao mesmo tempo estava totalmente enfurecido. Devia ter ido ao local assim que viu a notificação do gasto do cartão, Miguel só queria que sua filha crescesse e parece de agir como uma criança implorando por atenção.
- Boa noite. -disse se apresentando. -Miguel Álvares.
- Você que é o responsável pelos adolescentes? -o recepcionista pergunta.
"Adolescentes? No plural?"
Sua mente foi direto em Clarisse mas era impossível.
- Sim. -não teve outra reação a não ser concordar.
- Vou chamar o policial que está cuidando deles. -se retira daquela mini sala.
- Boa noite senhor, siga-me você precisa assinar alguns documentos e arcará com uma multa. -Joaquim, o oficial que havia parado o carro com os adolescentes e estava olhando eles desde então.
Miguel faz o que o homem pede, a multa não tinha um valor tão alto mas ouvir o sermão do homem da lei foi uma tarefa realmente difícil, rangia os dentes sempre que o policial falava que tinha que ser mais responsável com o nosso futuro que é espelhado nós jovens.
- Vou levar você até seus filhos. -abriu a porta.
- Filhos?
- Sim, os dois estavam dentro do carro apesar que somente a garota está no volante sem nenhum tipo de álcool no organismo, o único problema foi ela dirigir sem supervisão de alguém maior de idade com carteira como eu expliquei ao senhor. -Miguel só assente com a cabeça.
- Pai?! -disse surpresa ao ver o homem entrar na sala mesmo já sabendo que ele estaria ali mais cedo ou mais tarde.
- Vamos conversar mocinha. -o olhar atinge Lucas como facas. -Saia daqui Lucas, quero conversar com a minha filha. -deu um tom especial a palavra filha.
Lucas junto ao oficial deixa a sala que fica somente os dois Álvares lançando olhares mortais um ao outro.
- Você passou dos limites dessa vez. -a menina se levanta do sofá onde estava sentada bebendo suco.
- Eu posso explicar.
- Não, não pode, olhe pra você Beatriz Álvares. -faz uma pausa. -Percebe as merdas que anda fazendo?! Sumir de casa depois roubar o meu carro e vir para outra cidade só pode ser ideia daquele lá.
- Não foi isso, eu o chamei, eu o enfiei nisso. -alterava sua voz.
- Isso foi roubo e sequestro, e apresentá-lo como um Álvares? Onde está a sua cabeça menina? Você nunca foi tão imprudente dessa maneira. -cuspia as palavras se deixando levar pela raiva. -O que significa esse comportamento? -faz uma pergunta retórica.
- Eu só queria sair, só isso. -havia muito mais que isso porém explicar isso a ele seria como falar com as paredes.
Beatriz sabia que seu pai não estava disposto a tentar entender o que ela estava sentindo naquele momento pra falar a verdade nem ela sabia o que estava sentindo, talvez a falta de sentir algo real sem efeitos artificiais a saudade de sentir o coração pulsante e o frio na barriga, talvez foi isso que fez ela agir assim, só queria que Lucas não entrasse em problema por algo que ela fez sem pensar nas consequências. Novamente estava arrastando alguém para seu desastre.
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Separados Pelo Acaso Unidos Pelo Destino
Teen Fiction"Uma alma de um garoto vivo que tinha necessidade de oxigênio e uma alma de uma garota morta que era o oxigênio." Problemas com o pai na infância e desde sempre com uma responsabilidade enorme em suas costas, essa é a vida de Lucas, adolescente de d...