Clarisse observava o rosto de Lucas enquanto ele dormia, isso poderia parecer meio psicótico mas era uma maneira dela passar a noite já que não sentia sono ou cansaço, a fantasma sempre ficava mexendo nas coisas dele durante a noite e quando se sentia entediada olhava o garoto dormir tranquilo, ele sempre respirava profundamente e não conseguia dormir com os pés cobertos as vezes dava meios sorrisos durante a noite. O rosto tranquilo adormecido não parecia ser agitado e preocupado acordado.
— Se apaixonou ou está pensando em uma maneira de me matar? –disse ele sem abrir muito os olhos, já brincando desde de cedo.
— Quando eu te encaro você automaticamente para de roncar igual um porco. –respondeu no mesmo tom de zoação.
— Eu não ronco. –afirma ao se sentar na cama se espreguiçando.
— Você parece um trator com defeito no motor. –ele sorri, antigamente na parte da manhã era difícil ver um sorriso sincero nós lábios do garoto, mas com a companhia da assombração tudo que era praticamente improvável estava se tornando rotineiro.
— Você é uma chata. –ele passou a mão sobre os cabelos da fantasma se aproveitando da sua altura.
— Só por isso vou chamar mais fantasma para vir puxar seu pé a noite.
Os dois pareciam dois adolescentes mimados, mas eram esses momentos que faziam o tempo dos dois valerem a pena.
Lucas se sentia tão bem com a assombração que as vezes se esquecia de seu verdadeiro objetivo, não importava a sua própria felicidade o que realmente importava era a liberdade de Clarisse.
Clarisse nunca se sentiu tão confusa quanto agora, eram todos sentimentos muito misturados. No mesmo momento que estava extremamente feliz por estar ao lado de uma pessoa tão incrível vinha a dor da realidade, ela estava morta e não podia mudar esse fato apesar de querer muito, não somente por Lucas mais pelos seus pais e por Beatriz também.
Lucas chegou na escola e logo cedo fez a prova que não havia feito, a assombração ofereceu uma cola vendo que a prova era da matéria que ele menos se dava bem, filosofia. O garoto recusou dizendo que não se sentiria bem fazendo isso e se sentia confiante pois no dia anterior estudou ao lado de um fantasma.
— Iai perdedor. –Beatriz anuncia sua chegada e logo se senta ao lado de Lucas que estava no mesmo lugar de sempre comendo aquele bolo que antes julgava ser ruim.
— Iai. –apesar de não ser tão próximo de Beatriz após ouvir várias histórias dela e de Clarisse ele se sentia tão próximo as duas que era como se tivesse participado das aventuras do furacão duplo. –Como você está? –pergunta repartindo o bolo pela metade.
— Meu cérebro não existe mais, passei a manhã toda fazendo prova. –Beatriz diferente de Lucas perdeu muito mais que uma prova somente, ela havia faltado a semana toda de provas. –E ainda tem mais. –disse com uma cara exausta.
— Relaxa, você vai conseguir alcançar a média. –encoraja e lhe entrega parte do bolo, a garota fica surpresa com tal ato mas não recusa.
— E para piorar ainda mais estou de castigo. –ela morde o bolo e aquele sabor faz lembrar de todas as vezes que Clarisse repartiu o bolo enquanto conversavam sobre coisas banais.
"A vida era mais simples quando eu tinha você ao meu lado."
— O seu pai me disse. –diz o garoto. –Ele é assustador. –Beatriz ri.
— Esteve com o meu pai? –a garota não foi informada da visita de Lucas.
— Sim, ontem eu fui na sua casa saber do por que você tinha faltado de novo foi ai que ele me disse. –explica. –Me fala, por que está de castigo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Separados Pelo Acaso Unidos Pelo Destino
Teen Fiction"Uma alma de um garoto vivo que tinha necessidade de oxigênio e uma alma de uma garota morta que era o oxigênio." Problemas com o pai na infância e desde sempre com uma responsabilidade enorme em suas costas, essa é a vida de Lucas, adolescente de d...