O Hotel - Prólogo

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  Pessoas pensam de maneiras diferentes. Algumas creem que as escolhas determinam o futuro, e outras que o destino já está definido pelo universo. Acreditam que suas histórias estão traçadas e que cada passo é apenas mais uma peça desse quebra-cabeças.

    Eu costumava não pensar muito sobre isso. Para mim, o destino era algo tão complexo que não valia a pena entender os "porquês" dele acontecer. Porém, independente de ser causado pelas minhas próprias escolhas ou pelo universo, descobri que as vezes, o encontro com certas pessoas é necessário para determinar quem somos.
    Parece bobagem. Mas, para uma garota que não acreditava ser merecedora do doce prazer amor, o destino provou ser algo extremamente poderoso. Desde então, acredito que vidas são entrelaçadas. Histórias tem o poder de completar - e mudar - outras histórias. E essa é a minha... ou melhor: a nossa história. Minha e dele.

Pov Narrador:

   Chegara no hotel tarde da noite. A cansativa viagem doía os pés de Viollet, que havia andado metade do caminho, até chegar ao grande prédio. Sentia-se sortuda por ter entrado a tempo, pois, no exato momento em que passara pelo portão giratório, uma chuva forte tomou conta dos céus de Winchester. Foi por um tris.

  Diferente das escuras ruas da cidade, o hall de entrada do local era iluminado com diversos dos mais luxuosos lustres, e possuía um espaço descomunal:

"Isso parece um Lobby daquelas séries policiais!"

Pensa, deslumbrada. O momento de apreciação logo acaba quando o irritante toque de seu - quase descarregado - celular a tira dos devaneios:

- Acho bom já estar no hotel, Viollet. Não duvido que você tenha parado em algum lugar antes. Só isso para explicar essa demora toda! - a voz soa ríspida - Não esqueça que você só vai ficar aí durante uma semana, enquanto eu e seu pai não podemos buscá-la. Então não se acostume com essa rotina.

- Não se preocupe, eu acabei de chegar. - Responde, ignorando o sermão que acabara de receber.

Desligando o telefone e revirando os olhos, Viollet deseja mais uma vez que sua mãe volte para Nova York o mais rápido possível.

"Isso só pode ser alguma espécie de castigo"

    Resmunga, ainda sem acreditar que teria de voltar à Londres. Porém, mudar de faculdade por opção de seu pai não parecia má ideia.
    Sorri ao lembrar do mesmo. O homem dedicado, que trabalhava como um louco para manter aquela família de pé. Seguir seus conselhos e dar orgulho à seu pai era o minimo que poderia fazer.


- Viollet Scott. Apartamento 2302. - Diz à recepcionista do local, ainda confusa com quão rápido as coisas estavam acontecendo.

- Tenha uma boa noite! - Sorri a moça de rosto simpático - O elevador é logo ali, à esquerda.

    Pegando suas poucas malas, Viollet respira fundo. O horário que chegara era bem inconveniente, e não queria ser um incômodo. Porém, Watari era, sem dúvidas, alguém de confiança. Lembra-se das noites de natal, onde o velho sempre aparecia em sua casa com presentes e comida. Poderia ser divertido passar aquela semana com o melhor amigo de seu pai.
    Aliás, Viollet não compreendia o porquê dele sentir tanto carinho e apreço pelo Watari.

  "Ele já tiveram algum tipo de caso amoroso?" ri de seu próprio pensamento. O único lugar onde podia falar -pensar- abertamente sem ser reprimida pelas mínimas palavras.

Adentrando o elevador, a loira fita seus olhos azuis, quase verdes, no espelho da cabine, encarando seu próprio reflexo por alguns segundos. Aquela era a hora. Um dos poucos momentos que teria para desligar-se da dura realidade em que vivia. Estava convicta de que tentaria aproveitar aqueles 7 dias da melhor maneira possível. Certamente, estava ansiosa.

Continua...

Love Line { Concluída } Onde histórias criam vida. Descubra agora