"E cruzam-se as linhas
no fino tear do destino.
Tuas mãos nas minhas."
- Guilherme de AlmeidaEu prometi a mim mesma que não choraria. Jurei que seria forte e que iria sorrir até o último segundo, pois era isso que ele gostaria de ver.
Quem sabe ele possa estar vendo de algum lugar.
Mas nem sempre conseguimos ser fortes. E está tudo bem! As vezes, as lágrimas pesam mais do que somos capazes de controlar. E não há problema nisso.
Mas eu o prometi. Jurei que iria continuar sorrindo. Então, logo após as últimas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, fora isso o que eu fiz.
Era por volta das 6:36 da manhã. Eu, ainda na universidade, caminhava pelo pátio com um grupo de amigos. Mesmo 1 ano após a ida de Ryuzaki ao Japão, meu coração ainda pertencia à ele. Eu não tinha dúvidas quanto a isso.
As árvores eram cobertas por folhas, o gramado recheado pelas mais belas flores, já que era primavera, e os ventos mais fortes que o normal. Parecia ser apenas mais um dia comum.Porém, o toque do celular chamou minha atenção:
- Viollet... - Dizia meu pai, com uma voz extremamente triste. - Vou precisar te buscar.
Sem me dar explicações, ele apenas desligou. Não costumava ver meu pai assim, então, não imaginei o que poderia ser. Pegando minha bolsa, me despedi do grupo e fui em direção à entrada da universidade.
Ele não demorou. Entrei no banco do carona e meu sorriso logo foi cortado pelos olhos inchados e vermelhos de meu pai. Parecia ter chorado muito. Permaneci calada, apenas esperando a boa vontade dele em me contar o que havia acontecido.Passamos boa parte do caminho quietos. Ele não me dizia nem uma palavra se quer e parecia estar se contendo para não chorar novamente. O cenário mórbido deu espaço para minha mente começar a criar teorias. A primeira coisa que pensei? Ryuzaki, obviamente. Uma dor aguda tomou conta do meu estômago naquele momento, ao mesmo tempo em que senti intensos calafrios. Fui arrebatada pelo medo de algo ter acontecido a ele. Preferi não tomar decisões precipitadas. Aguardei.
Após algum tempo, percebi que não conhecia aquelas ruas. Tinham um estilo exótico, antigo e luxuoso. Eram ruas bonitas.
A viagem demorou, achei que não chegaríamos nunca. Inclusive, até passou pela minha cabeça a possibilidade de não estarmos mais em Londres. E eu acertei em cheio.Ao ver a placa " Winchester " à minha lateral, pude confirmar. Mas que diabos estávamos fazendo ali!?
Naquele instante, meu corpo deu mais um sinal. Não podia ser realmente aquilo, podia? Os pelos do meu braço arrepiaram-se e senti um forte enjoo. Efeito do nervosismo.- Preciso te contar uma coisa. Mas peço que seja forte. - Disse meu pai, ainda dirigindo.
Assenti com a cabeça. Já estava histérica.
- Telefonaram-me hoje. Foi de um local chamado Wammy's House. Reconhece esse nome?
Meu coração parou por um segundo. Ao ouvir aquilo, senti como se tudo que eu mais temi tivesse acontecido.
- E-é... o orfanato do Watari. - Disse, com as mãos trêmulas.
- Voce já deve imaginar o que eu vou dizer agora. - Continuou meu pai - Mas Watari e seu afilhado foram mortos ontem. Não me deram mais detalhes.
Ali, eu quase desmaiei. Não sabia se gritava. A vontade era grande, mas minha garganta parecia ter um nó. Um nó que ia apertando mais e mais, conforme eu tentava esboçar alguma reação. Eu nem ao menos sabia o que estava sentindo.
Meu peito estava quente, mas não era uma sensação boa. Minhas mãos frias e suadas e minhas pernas inquietas. Eu apenas fitava a paisagem a minha frente, enquanto mal podia respirar.
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Love Line { Concluída }
FanfictionSe você tivesse apenas 7 dias? 7 míseros dias para sorrir e esquecer dos problemas que te atormentam desde a infância. O que você faria? Comeria o máximo possível? Arranjaria novas amizades? Se apaixonaria? Essa é a história de Viollet Scott, a...