Fio vermelho do destino

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"A redução do Universo a uma única criatura, a dilatação de um único ser até Deus, eis o amor..."
- Victor Hugo

    

   O amor é contraditório. Quando amamos, temos total certeza, por mais orgulhosos que sejamos, de que o perdão virá. O perdão é um dos atos mais bonitos - necessários - do ser humano. Precisamos dele. Almejamos tê-lo, mesmo nem sempre conseguindo oferecê-lo. E, quando amamos intensamente, perdoamos. Um abraço ou um beijo já é o suficiente para nos fazer voar. Decolar sob a realidade, prometendo e desejando coisas que nem sempre somos capazes de cumprir.
O perdão, com o tempo, vem. E o amor, conforme isso acontece, se fortalece.
     

      Ambos, sentados à mesa e comendo o pedaço de bolo que Viollet havia trazido, conversavam sobre os casos que L já havia solucionado. A garota estava perplexa com a habilidade do rapaz como detetive:

   - Eu não acredito! Ele realmente tentou colocar fogo em si mesmo?

   - Tentou. O objetivo dele era fazer um caso impossível de ser solucionado. - Explica Lawliet.

   - E ele veio do orfanato do Watari?

   - Sim. Mas agora tomam mais cuidado em relação a esse tipo de coisa.

   Viollet permanecia em êxtase por saber, finalmente, de tudo aquilo. Porém, ela não amava L. Não apenas. Ela amava Ryuzaki. Amava Lawliet. O humano doce que habitava por trás daquele detetive famoso.
   O mesmo que ninguém mais teve o privilégio de conhecer, e que apresentara à ela uma face única.
    
     - Mas me diz... como conseguiu a bolsa para a universidade? Meu pai sabe disso?

     - Já cuidei de tudo. - diz, pondo um pedaço de bolo em sua boca e engolindo rapidamente - Liguei para o Watari explicando o que aconteceu, e ele convenceu seu pai.

     - Ele confia muito no Watari. Sempre confiou.

     - Com total razão. - Sorri o rapaz - Em relação à bolsa, eu tenho meus contatos. Consegui arrumar uma vaga para você usando a nota da sua prova. Watari também pediu à seu pai.

      - Entendi. - Sorri a garota, fitando os olhos cor de ébano.

 
    Infelizmente, aquele já era o 6º dia. Viollet já não se preocupava mais com a mãe, tendo em vista que não precisaria voltar para casa. Agora, a garota temia ter de se afastar de Ryuzaki. Receava a distância, e o medo do inesperado. Sentira seu coração pesar ao lembrar que o rapaz que amava estaria em contato com Kira. O que poderia lhe acontecer? O pavor invadia as extremidades e o coração de Viollet todas as vezes que pensava em tal assunto. Contudo, não queria preocupa-lo. Continuara a conversa, como se nada a incomodasse.

      
     Após um longo tempo, o alarme do computador de L pôde ser escutado da sala. Era a hora de mais uma reunião. Deixando Viollet com o bolo, Ryuzaki adentra o quarto em passos rápidos, preparado para obter mais informações sobre a investigação:

     - 23 mortes!? Kira está matando uma pessoas a cada hora! - Exclama Soichiro Yagami, chefe da força tarefa japonesa.

     - Então... isso coloca furos na teoria de que o suspeito é um estudante... - Completa outro policial.

     Apesar dessas informações, L estava em outra linha de raciocínio, bem mais avançada:

     - Estão perdendo o foco. - Diz o detetive, assustando os demais agentes - Agora não parece tanto que Kira é um estudante. Mas não é essa a mensagem que ele envia fazendo isso...

Love Line { Concluída } Onde histórias criam vida. Descubra agora