12. LORDE COM PROBLEMAS FAMILIARES

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Gemo baixinho ao abrir os olhos e ser saudado por dores que me fazem crer que, enquanto eu dormia, fui atropelado por um caminhão

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Gemo baixinho ao abrir os olhos e ser saudado por dores que me fazem crer que, enquanto eu dormia, fui atropelado por um caminhão. Recuso-me a crer que a pontada em minha cabeça, o cansaço em meus músculos e o peso na minha língua é fruto único e exclusivamente de uma ressaca. Apesar de que, admito, ontem foi louco.

Fecho os olhos para evitar a luz que invade o meu quarto pela fresta da cortina, porque ela só parece tornar a minha enxaqueca ainda mais insuportável. Ao fazer isso, sou invadido por flashes de memórias da festa de ontem à noite: era para ser apenas Aiden, eu e mais umas duas ou três pessoas bebendo socialmente para me distrair. No fim, devia ter umas trinta pessoas dançando, bebendo, gritando e jogando na sala da minha casa.

Não quero nem pensar no tamanho da bagunça que elas deixaram para trás, para que eu arrume. Minha vontade de sair da cama agora deve ser menor que zero e por isso me enrosco outra vez debaixo do meu lençol, a fim de ficar inconsciente outra vez. Mas, em algum lugar debaixo de mim, o meu celular toca.

Princesa maldita, penso.

Ela é a única que me liga ou manda mensagem diariamente pela manhã, desde o episódio do beijo. O episódio onde tive que recorrer ao autocontrole que nem mesmo sonhava que possuía para me afastar dela e não ir além, porque aí sim haveria um problema.

Podemos ser um casal para os outros, mas não somos um casal para nós mesmos. O beijo foi um erro. O envolvimento foi um erro. Se algo assim acontece novamente e a princesa se apega de alguma forma à ideia de nós dois juntos de verdade, vai ser ruim quando tivermos que nos separar. Eu tenho os meus princípios sobre não entrar em relacionamentos reais, e Elisabeth, por mais fria que possa parecer, pode acabar se machucando com isso. Eu e ela jamais podemos sair dos limites do nosso acordo: nada de envolvimento emocional.

Até quando posso continuar fugindo até ter que vê-la outra vez e provavelmente ser obrigado a falar do beijo e que ele não deve significar nada para nós dois?

O toque do celular insiste e eu me reviro para procurá-lo na cama, mas, quando o encontro, não é um PRINCESA MALDITA piscando na tela e sim um IRMÃO IDIOTA.

"Fala sério, Lucas, o que você quer tão cedo?", resmungo ao atender, apoiando-me em um cotovelo sobre a cama.

"Seu babaca, não acredito que está de ressaca justo hoje", é o que o meu adorável irmão mais novo responde.

"Lucas", reclamo. "O que você quer me ligando tão cedo?".

"Queria saber se a mamãe já chegou, óbvio".

As suas palavras me despertam melhor do que qualquer café. Sento-me, percebendo apenas nesse instante que estou só de cueca boxer (o que droga eu fiz ontem antes de apagar?), e recorro à parte do meu cérebro responsável pelas memórias para me dizer como pude me esquecer da vinda da minha mãe, porém não encontro nada.

SOBRE UMA PRINCESA E A SUA MENTIRA PERFEITA [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora