14. LORDE AMIGÁVEL

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Tentei convencer a mim mesmo de que o que não me fazia esquecer o beijo de Elisabeth era culpa

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Tentei convencer a mim mesmo de que o que não me fazia esquecer o beijo de Elisabeth era culpa. Mesmo sem que eu soubesse exatamente do que eu me sentia culpado, visto que foi a princesa quem tomou a iniciativa. Mas pensar assim foi o que me fez continuar ligando para convidá-la a aparecer em minha casa e conhecer a minha mãe.

Pensar assim foi um erro.

Ver Elisabeth não me fez sentir culpado (não pelo beijo, pelo menos). Ver Elisabeth me fez querer repetir. Ver a princesa, estar no mesmo ambiente que ela, me fez desejar continuar de onde paramos, e me manter neutro perante ao que se passava na minha mente foi uma prova de fogo.

Quis beija-la quando abri a porta e a vi com o buquê de tulipas. Quis prensá-la contra o sofá e tomar seus lábios depois do que ela disse sobre sair com Bram King (ele nem beija tão bem assim) e, acima de qualquer outro momento, quis tê-la em meus braços quando, disposta a brincar com fogo, a princesa vestiu minhas roupas e ficou ainda mais atraente com elas.

Mas me contive. Ignorei o aperto na minha calça (que, pelo amor dos Ancestrais, é uma calça LARGA), deixei a princesa ficar longe das minhas garras (ainda estou tentando aceitar que estou atraído justo pela maldita, mesmo depois de tudo) e aceitei que concluiria a noite com um longo banho frio.

Eu só não contava com a intervenção da minha mãe:

"Por que você não leva a Elisabeth para casa, Tobias? Ela parece cansada para dirigir".

Sara Evans, suspeito, só disse isso para nos dar um momento sozinhos. Durante todo o jantar, ela foi discreta (nem disse nada sobre Elisabeth ter trocado o pijama por um conjunto meu, por exemplo) e conduziu a conversa de um modo cortês, questionando Elisabeth sobre questões simples da vida dela (pensa em continuar estudando? Tem algum hobby? Como vão os seus pais e irmãos?), sem nem sequer citar o seu título. Quase como se fôssemos jovens adultos comuns em um namoro qualquer.

Quando chegamos à sobremesa, porém, apesar de eu ainda estar tentando lidar com a confusão causada na minha mente por causa da princesa, observá-la me fez perceber que ela parecia mesmo sonolenta. Aí quando Elisabeth agradeceu pela comida e pediu desculpas, alegando que precisa ir, Sara achou uma boa sugerir que eu a levasse e mandar toda a discrição para longe.

"Não é necessário", quase como se houvéssemos combinado previamente, Elisabeth e eu falamos em uníssono e trocamos um olhar confuso.

Ela, provavelmente, disse isso por ainda estar brava e querer me evitar. Já eu, disse por não ter confiança alguma de que conseguiria me segurar ao estar sozinho com a princesa de novo.

"Meus seguranças estão lá embaixo. Posso pedir que um deles dirija para mim. Não precisa se preocupar, Sara", Elisabeth tratou de explicar.

"Pensei que fossem gostar de ficar sozinhos por um tempo. Sei que a minha presença aqui os impede de muita coisa", minha mãe deixou ainda mais claro quais eram as suas intenções, e isso foi o estopim para que eu saísse da negação.

SOBRE UMA PRINCESA E A SUA MENTIRA PERFEITA [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora