19. LORDE EM RUÍNAS

247 38 31
                                    


A capital do Condado que está sob a proteção da minha família desde a Revolução de Independência costumava se chamar Yiran, em homenagem ao segundo rei de Orion

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A capital do Condado que está sob a proteção da minha família desde a Revolução de Independência costumava se chamar Yiran, em homenagem ao segundo rei de Orion. No entanto, após o reestabelecimento dos Greenhunter no trono com Emmaline, a Salvadora, simplesmente foi pertinente para meu bisavô homenageá-la com a mudança de nome. Ele, certamente, era um homem à frente do seu tempo e muito diferente do que o meu pai é. Espero, para o bem futuro de Minerva, que David seja mais como nosso bisavô.

O avião pousa em Emmaline à noite depois de cerca de duas horas de voo e sou recebido após o desembarque por Jia Ding, o motorista da família, que trabalha para os Durkheim há, pelo menos, três décadas.

"Seja bem-vindo de volta, jovem-mestre Tobias", ele não faz qualquer insinuação sobre o que anda acontecendo acerca do meu pai e tampouco comenta o fato de que estou o mais disfarçado que alguém pode estar sem uma fantasia.

"É bom te ver de novo, Jia Ding. Apesar de tudo", eu abro a porta do banco do passageiro e ele ocupa o banco do motorista. Como trouxe apenas uma mochila, não precisamos nos demorar com o porta-malas.

Dentro do veículo, enquanto eu me livro da minha máscara, dos óculos escuros e do boné, Jia Ding coloca Céline Dion no rádio, provavelmente para não ficarmos em um silêncio constrangedor. Se fosse um dia comum, bateríamos um papo. Hoje, no entanto, não estou no clima. Sinto-me nervoso sobre o que me aguarda em casa e, lá no fundo, uma parte minha também se incomoda sobre tudo o que Caellum me falou a respeito de Elisabeth e eu ontem. Convenientemente, minhas lembranças estão começando a surgir e são torturantes. Digo a mim mesmo que, assim que confirmar que Sara está bem e lidar com o meu pai, pegarei o celular de Lucas emprestado e ligarei para a Princesa Maldita.

Enquanto penso acerca disso, a paisagem do centro de Emmaline, com seus prédios extremamente modernos, é substituída por um bairro repleto de grandes casarões à moda dos Antigos, com muros altos e grandes portões de madeira, conservando a arquitetura do que costumavam ser mansões de nobres antes do período colonial. Uma delas, a de muros de tijolos vermelhos e uma dúzia de guardas vigilando, é a minha. Assim que a avisto, sinto-me empertigar em meu assento e fico tenso desde o momento em que Jia Ding para na frente do portão para a averiguação de um guarda no veículo até o instante em que conseguimos entrar nos domínios particulares dos Durkheim e damos a volta no pátio, com Jia Ding parando o carro na base da pequena escadaria de pedra da ala do meio.

Ainda seguindo a arquitetura do povo nativo de Orion, a casa da minha família é dividida em três partes que rodeiam a área do pátio, formando um quadrado com o muro da entrada. De um lado, fica a área em que hospedamos nossos convidados quando promovemos alguma festa (coisa que não acontece há anos); do outro, os quartos particulares dos membros de nossa família e, por fim, a ala do meio e a principal é onde fica o escritório do meu pai, a biblioteca, a galeria de nossos antepassados, salões inutilizados... deve ter algo de errado comigo quando olho para todo o luxo dessa construção e em meu âmago desejo distância dela. É a primeira vez que venho para casa em algum tempo e sempre que venho desejo demorar mais para voltar. São muitas lembranças que me afastam da ideia de lar doce lar que pessoas comuns e com pais amáveis devem sentir quando voltam para o lugar onde cresceram.

SOBRE UMA PRINCESA E A SUA MENTIRA PERFEITA [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora