24. PRINCESA CORAJOSA

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Depois de Eric e eu nos abrirmos tanto um com outro em nossa conversa, passar o dia com ele deixou de ser um sacrifício e se tornou um passatempo interessante

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Depois de Eric e eu nos abrirmos tanto um com outro em nossa conversa, passar o dia com ele deixou de ser um sacrifício e se tornou um passatempo interessante. Assim que nós dois acabamos o nosso almoço, seguimos para o estábulo VIP, onde ficam os cavalos dos membros da minha família, e então apresentei Dustin para Eric.

Após isso, trocamos nossas roupas por outras mais confortáveis para cavalgar e passamos boas horas na pista, dando voltas e conversando. Mal me lembrei da presença de Pete Cavanour ou de qualquer outro fotógrafo até voltarmos ao palácio, onde quase não pude tomar um banho antes de me deparar com Irene inconvenientemente acomodada em uma das poltronas dos meus aposentos assim que saí enrolada em um roupão felpudo do banheiro.

"Entendo que esteja acostumada a fazer o que quer por ser a rainha do país, mas gosto de pensar que, ao menos em meus aposentos, eu posso selecionar quem eu quero encontrar ou não", não consigo me controlar e, dessa vez, falo o que penso. Ainda estou inegavelmente brava com Irene, mesmo com as coisas entre Eric e eu tendo se resolvido. Acredito que a relação entre nós duas talvez nunca mais volte ao normal, se é que algum dia ela já foi.

No entanto, a minha mãe não parece nada abalada pelo meu tom ou pela minha carranca em vê-la. Muito pelo contrário, pois Irene chega a sorrir.

"Sei que não quer me ver e que ainda está brava só por eu querer o seu bem, Elisabeth, mas sou paciente sobre isso e sei que um dia me agradecerá", a rainha parece convicta demais a respeito do que diz para nem se abalar quando bufo, desdenhosa. "Todavia, não sou paciente para esperar saber pelos outros como foi o seu dia com Eric. Portanto, engula a sua mesquinharia e me conte".

Eu quero rir, mas é de ódio. E eu nem sei se algo assim é possível. Nem cinco minutos na presença de Irene e minha cabeça já lateja, antecipando mais uma enxaqueca.

"Pelo amor dos ancestrais", o ditado soa quase como um rosnado dito por mim. "Quando eu penso que não posso mais me surpreender com a rainha de Orion...".

"Vai ser mesmo tão difícil assim para você apenas me falar?", a rainha dá início a fase da chantagem emocional em nossa conversa. "Você não pode agir como uma garota de dezoito anos comum, animada com o seu novo namorado?".

"Não, eu não posso", rebato, cruzando os braços. "Primeiro porque eu, definitivamente, não sou uma garota comum de dezoito anos, e segundo porque tampouco sou namorada do príncipe Eric. Satisfeita?".

"Imaginei que não seria. Um encontro realmente é pouco, mas...".

"Ele e eu não somos e nem seremos namorados, mamãe. Pelo amor de Deus, a senhora não pode apenas me deixar em paz?!", esbravejo, deixando a frustração do momento e de todos os outros que vieram antes enfim sair.

Por um momento, o silêncio recai enquanto nos encaramos e Irene cerra os lábios em uma expressão severa. Meu grito era o que ela precisava para chegar na fase irritadiça.

SOBRE UMA PRINCESA E A SUA MENTIRA PERFEITA [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora