SOBRE UMA PRINCESA E A SUA MENTIRA PERFEITA [COMPLETO]

22. PRINCESA E PRÍNCIPE

"Tudo bem?", é o que vossa alteza, príncipe Eric do reino de Krepost, questiona quando me aproximo dele e de sua guarda pessoal, acompanhada de Sabrina.

"Sim, estou", mas contrariando a minha afirmação, soo mais afobada do que deveria.

Implicitamente, ele deve achar que passei algum aperto no banheiro, para onde disse que iria, e que por isso demorei tanto para voltar. Mas antes pensar isso que passar pela sua cabeça o mínimo que seja da verdade, sobre eu ter implorado para Sabrina me dar cobertura por alguns minutos e ter ido atrás de Tobias, mesmo com minha mente gritando para me manter longe dele e de quaisquer possíveis desculpas de sua parte sobre a situação humilhante na Starry Night e o silêncio de depois.

Agora, após o lorde Durkheim ter inesperadamente me beijado e eu ter fugido sem falar nada, tento parecer o mais normal possível e ignoro o tremor que corre pelo meu corpo e o fogo que sobe pelo meu pescoço e chega às bochechas. Pelo menos ninguém além de Sabrina me viu tão inapropriada, com o batom borrado e o cabelo um tanto bagunçado. Quer dizer, há câmeras, mas...

"Acho que podemos entrar agora", príncipe Eric me tira dos meus devaneios e eu tento sorrir quando ele me oferece o seu braço mais uma vez e me obrigo a aceitar.

Ele não é de todo ruim, é claro, mas odeio a atenção que recebemos, os comentários sussurrados sobre o meu caráter, o fato de que minha mãe torce para que nos casemos e, acima de tudo, o fato de que continuo pensando em Tobias quando estou do seu lado.

Ele e eu entramos no auditório, onde o príncipe prodígio vai palestrar sobre algo que pouco me importa, mas que tem a ver com tecnologia e o seu curso de engenharia da computação. Enquanto ele se desvencilha de mim para ir falar com os organizadores do evento, eu avisto Cassiopeia e me apresso a ir sentar ao lado dela.

"Tenho que admitir que a tia Irene está pegando bem pesado te obrigando a frequentar esse tipo de evento", assim que ocupo a cadeira ao lado da dela, Cassie comenta.

"Você está aqui também", retruco.

"É diferente. Vim aqui porque quis".

Faço careta. Não consigo imaginar jeito pior de passar o tempo que frequentando uma palestra. Deve ser por isso que o círculo de amigos íntimos de Cassie se resumo à Kyle e meia-dúzia de personagens fictícios dos seus livros.

"Você precisa urgentemente de animação na sua vida, prima", é o que digo.

"Isso soa hipócrita vindo da princesa que passou os últimos dias trancada em sua torre, sabia?".

"Chata", ela sempre me faz apelar para o meu lado infantil. É impossível para mim ganhar discussões contra Cassie e ela sabe tão bem disso que ousa sorrir.

"Vamos prestar atenção no que o seu amante tem a dizer", ela alfineta, fazendo-me arregalar os olhos e ter de me segurar para não lhe dar uma cotovelada.