That Way - Dixison

09

Dixie

Fico a noite toda de olho na minha irmã para ela não ingerir bebida alcoólica, mas Charli é o tipo de pessoa que não precisa de nada disso para se divertir uma noite. Ela ficou se agarrando com o namorado dela a metade da festa e depois voltou a dançar com a Addison. Nick não parece está curtindo muito a festa, ele fica com a cara fechada e sentado tomando sua garrafa de cerveja. Sento do lado dele no sofá mas não trocamos muitas palavras, ele fica na dele observando todos ao nosso redor e eu fico na minha. Alguns garotos vieram até mim e me chamaram para dançar mas dispensei todos, estou muito ocupada no momento vigiando Addison que já deve estar no terceiro copo de vodka. Não estou acostumada a fazer isso, normalmente o papel da amiga que enche a cara é o meu e ela que tem que cuidar de mim. Passo pela multidão no centro da sala e vou até ela.

- Addison! - Tento falar o mais alto que posso para que ela possa me ouvir no meio desse barulho todo. Ela faz careta para mim, se ela estivesse sóbria eu acharia fofo. - É melhor você ir para casa.

- Que? Larga de ser chata! - Ela revira os olhos e continua pulando igual uma loca. Desisto de insistir, estou tentando fazer ela parar de beber tem quase uma hora.

- Por que você está assim? - Pergunto e sento do lado de Nick.

- Nada! - Ele responde, ríspido e com a testa franzida.

- Isso não parece nada para mim, você sabe que pode me contar tudo! - Digo e procuro seus olhos, mas ele está muito ocupado encarando a pista de dança. - Qual é a garota? - Ele fica pálido e me olha sério.

- Vamos embora agora ou vamos esperar a Addison vomitar cada cômodo da casa? - Ele diz fugindo do assunto, procuro a Adisson com o olhar e vejo ela vomitando na lixeira da cozinha. 

Na saída da festa alguém segura meu braço e reconheço o toque de Noah. Nick coloca o braço de Addison entre seus ombros e a leva ela até o carro.

- Você já vai? Nós não podemos conversar um pouco? - Noah pergunta.

- Agora não, Noah! - Digo com firmeza. - Minha amiga precisa de mim. - Puxo meu braço e entro no carro, deixo ele para trás sem hesitar.

Nick me deixa na casa de Addison e depois segue caminho para deixar Charli em casa. Não podia deixar ela entrar em casa nesse estado, tentamos subir as escadas sem fazer barulho, mas é quase impossível com a Addison falando várias coisas que não consigo compreender. Entramos no seu quarto e fecho a porta, antes que ela se jogue na cama, puxo o seu braço e coloco ela embaixo do chuveiro.

- Antes você era mais legal, não ficava me monitorando. - Ela diz de maneira atrapalhada e começa a tirar cada peça de roupa.

- Porque antes era eu que bebia que nem uma sem juízo e você que tinha que cuidar de mim. - Ela ri. Addison tira seu uniforme de líder de torcida e joga ele próximo aos meus pés. Ela fica só de lingerie e saio do banheiro, não me permito ser torturada a esse ponto. Visualizo todo o seu quarto e percebo algumas mudanças, as fotos em Polaroid estão na cabeceira da sua cama, sorrio vendo suas memórias em cada imagem e por saber que ela cumpriu com a promessa, a maioria das fotos são de paisagens e das cheerleaders. Passo a mão por cada uma delas tentando me conectar com cada momento que tivemos uma longe da outra, tentando fazer com que a ferida de ter ficado tanto tempo longe seja cicatrizada. Pego um pijama na sua gaveta, entro no banheiro e coloco ele sobre a pia. Faço o máximo de esforço para não olhar para o lado, mas o desejo dentro de mim é maior que isso. Vejo sua sombra na cortina e é o suficiente para criar pensamentos que fiz de tudo para afastar todo esse tempo. Ela abre a cortina e faz meu coração acelerar, desvio o olhar rapidamente e saiu em passos largos do banheiro.

- Pensei que você ia passar a noite com seu namorado hoje. - Ela diz quando sai do banheiro de pijama e se joga na cama. Ainda procuro fôlego e procuro me recompor.

- Namorado? - Franzo as sobrancelhas.

- Você deveria ter ficado com ele, não preciso de babá. - Ela colocada a cabeça no travesseiro e fecha os olhos. Mesmo sendo uma cama de casal ela ocupa maior parte dela.

- Não parecia que não precisava. - Continuo olhando as fotos e meus olhos se deparam com uma foto tirada da janela de um avião.

- Você não me disse que tinha viajado esses últimos meses. Para onde você foi? - Olho para ela e mostro a foto. Ela suspira, se estica na cama e com um sorriso refreado me responde:

- Austrália! - Meus olhos arregalam e meu queixo cai em descrença. Meus olhos passam da foto até a Addison, mas ela está no décimo sono e vou ter que esperar até amanhã para saber o que ela foi fazer na Austrália, o país que morei durante meses.

Nick

Deixo a Dixie na casa da Addison, já não estava mais aguentando o cheiro de vômito que vinha da Addi e que estava infestando o meu carro. Em pedido da Dixie vou deixar Charli em casa, ficamos em silêncio maior parte do tempo, observo seu reflexo no vidro do carro e ela olha a rua através da janela.

- Você não precisava me levar para casa. - Ela diz sem olhar para mim, ela nega fazer isso a tanto tempo que esqueci da sensação que me fazia todas as vezes que isso acontecia. 

- Claro, que sim! A Dixie pediu. - Ela bufa, a situação é desagradável tanto para ela quanto para mim, ficar com ela dentro do carro me sufoca.

- Ah, claro! O que a Dixie não pede que você não faz. - Ela bufa e dou uma risada.

- Se você está achando ruim, você deveria ter pedido para o seu namorado! - Ela me olha e vejo a raiva no seu olhar, sua mandíbula se contrai e volto minha atenção a rua.

- Ele insistiu em me trazer, mas preferi deixar ele curtindo o resto da festa.

- Esqueci que confiança é a base de um relacionamento e se você confia em uma pessoa que te magoou como ele para ficar em uma festa com várias garotas... quem sou eu para dizer o contrário, né? - Estaciono o carro em frente a sua casa e finjo um sorriso para ela. Sua expressão endurece, ela franze as sobrancelhas e suas bochechas coram, não de vergonha mas de raiva e por ela não poder discordar comigo. Ela desce do carro e bate a porta com força, levo a mão ao peito com a dor que sinto da sua ação contra meu carro e sinto uma pontinha de arrependimento por ter sido tão sincero.