That Way - Dixison

05

Dixie

Ontem a noite foi pior do que eu imaginava, mas eu mereci ouvir cada palavra, mesmo que tenha me magoado. Antes de dormir pensei em ligar para ela e como sempre não tomei nenhuma atitude. Acordo antes de Charli e vou até o Dunkin comprar seu café favorito e donuts para o café da manhã, chegando em casa encontro ela arrumada para ir para a escola e com a cara fechada.

- Onde você estava? Quer fazer a gente se atrasar de novo? - Ela pergunta e sinto o mau humor de onde estou, estendo a mão com a sacola da sua cafeteria preferida e consigo tirar um sorriso do seu rosto.

- De nada, amor. - Falo com um tom de deboche.
Mal estaciono o carro e já sou abordada por Tayler, com um sorriso largo ele se aproxima e me beija na bochecha.

- Tayler, não são nem oito horas da manhã, o que você quer? - Ele passa o braço pelo meus ombros e me acompanha até entrarmos no prédio.

- Sempre um doce... - Ele diz. 

- Tchau para vocês. - Charli diz nos dando as costas e indo em direção a Chase, eles se cumprimentam com um abraço. Abro meu armário e continuo a observar a cena.

- O que eles dois tem? - Tayler apoia as costas em um dos armários.

- Eles estão ficando já tem alguns meses. - Arregalo meus olhos e engulo um seco tentando ingerir o que acabei de ouvir. - Se ela perguntar eu não disse nada, sua irmã é baixinha mas às vezes consegue ser pior que você!

- A Charli tá namorando o filho do drácula?! - Franzo a testa e fecho a porta do armário com força. 

- Você achava o quê? Que sua irmã era 
bv ainda? - Ele ri e eu reviro os olhos. - Falo com você mais tarde. - Ele diz e vai atrás do seu bando. Jaden acena quando passa por mim, sinto o cheiro de maconha daqui, mas não me surpreendo de ver ele chapado a essa hora da manhã. Nate sorri para mim e faço o mesmo.

Nick está sentado na cadeira atrás da minha e me cutuca quando Addison entra na sala ao lado de Kelianne e da garota que interrompeu ontem nossa conversa. Addison me olha e rapidamente desvia o olhar. Ela conversa com as outras duas garotas, mas Kelianne parece estar mais concentrada em ficar olhando para Tayler que está do outro lado da sala.

- Não vai ficar com ciúmes. - Nick sussurra em meu ouvido. - E eu não estou falando do Tayler... - Viro meu corpo para lhe encarar e te mostro meu dedo do meio, ele ri da situação.

No intervalo conto para ele sobre minha conversa com Addison na noite passada, me arrependi disso, o Nick encheu minha paciência a manhã toda até eu ir falar com ela, depois de tanta insistência criei coragem e fui até o campo de futebol onde estava acontecendo o treino das cheerleaders. Sento no alto da arquibancada e observo o treino de futebol que acontece em um lado do campo e do outro o treino das líderes. Vejo Addison gritando e comandando o resto da equipe, ela mostra uma parte da coreografia para eles e depois eles repetem, as garotas até podem tentar mas aos meus olhos nenhuma consegue dançar tão bem quanto ela. Às vezes me pergunto como ela é boa em tudo o que faz. 

- Só não encara muito, para não deixar muito na cara. Ah, e fecha a boca, tá quase babando. - Diz Nick focado no papel e no lápis em sua mão.

- Como você sabe para onde estou olhando? Pensei que estava desenhando. - Falo e sigo o conselho de Nick, paro de olhar para Addison e acompanho o treino de futebol.

- Dixie, não é muito difícil saber para quem você está olhando... - Ele me olha e pisca com um olho.

- Você tirou o dia para me atormentar com isso? - Ele sorri. - Ela é passado, não sinto mais nada por ela! - Digo olhando para seus olhos azuis e tentando ser o mais clara possível. Ele dá uma risada sarcástica, mas ignoro, prefiro não falar sobre o que sinto ou deixo de sentir por ela. Volto o meu olhar para Addison, sinto minhas bochechas queimarem e um frio na barriga.

- Com certeza você já superou... - Ele diz rindo e reviro os olhos.

- O que você está desenhando? - Mudo de assunto e me aproximo para visualizar bem o esboço, mas ele puxa o caderno e me impede de ver sua arte. - Por que não quer deixar eu ver? 

- O treino acabou, é melhor você ir falar com ela. - Ele desvia do assunto e desce os degraus, me deixando sozinha.

- Addison! - Grito antes que ela saía com o resto das garotas. Ela me olha e se despede da equipe com um abraço em cada. Desço os degraus e vou até seu encontro. - Acho que precisamos ter uma conversa de verdade. - Ela suspira e coloca sua trança para trás.

- Você acha? - Ela debocha, mas isso só funciona comigo. Meu coração está acelerado, minhas mãos estão suando, estou tão nervosa que acho que vou desmaiar antes de falar. Coloco a mão do meu bolso e respiro fundo antes de falar.

- Desculpa, por tudo! E-eu não fui uma boa amiga nos últimos meses e eu tenho consciência disso! Você não merecia ser tratada dessa forma, você sempre foi uma ótima amiga, sempre esteve presente e fez de tudo para manter o contato. Meu erro foi ter achado que quando eu voltasse tudo seria como antes, que eu e você seríamos as mesmas e que nossa amizade não teria sido afetada com a distância, mesmo não tendo nos falado muito. - Ela permanece concentrada ouvindo tudo o que tenho para dizer e eu não desvio meu olhar do seu. - Eu deveria ter falado com você todos os dias, se eu soubesse que você tinha ficado tão magoada... - Suspiro. - enfim, me desculpa? - Dou um meio sorriso, mais por nervosismo, enquanto espero que aceite meu pedido de perdão.

- Por que você fez isso? O que eu fiz para você não responder minhas mensagens? - Seus olhos brilham e me perco por alguns segundos. 

- Eu fui embora porque eu precisava de um tempo comigo mesma, acho que eu precisava de mudanças na minha vida para saber o que eu queria para meu futuro e por isso eu fui embora. Eu senti sua falta todos os dias, coisa que não poderia ser contida apenas por um telefonema e por isso preferi me distanciar. - Assim que acabo meu discurso ela fica cabisbaixa e pensativa, mas sou surpreendida quando ela me abraça. Correspondo sua ação, fecho os olhos para tentar guardar na memória esse momento, sinto o aroma do seu perfume doce, o mesmo desde que tínhamos quinze anos, ele me acalma e agora sinto que estou em casa.