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Dixie D'amelio
Se passaram 8 meses desde que fui fazer intercâmbio na Austrália, no começo eu tinha minhas dúvidas se deveria passar tanto tempo longe da minha família e amigos, mas um acontecimento de última hora me...
Ainda estou tentando assimilar tudo o que está acontecendo. Eu não espera que a Dixie voltasse agora para a cidade, pois eu não achava que ela voltaria e não me diria absolutamente nada, até que... eu me deparo com ela no refeitório e todo o meu pensamento de que "minha melhor amiga não faria isso comigo" ir por água abaixo. Os últimos meses foram terríveis sem ela, de repente eu não tinha mais aquela pessoa que eu podia compartilhar todos os meus segredos, a pessoa em que eu podia confiar e quem eu pedia conselhos (mesmo sendo os piores conselhos do mundo). Quando à vi no refeitório fiquei surpresa e com raiva, mas minha vontade maior era de jogar aquela bandeja no chão, pular nos seus braços e dizer o quanto eu senti sua falta. Tentei de tudo para manter o foco o restante do dia, a equipe precisava de toda a minha concentração para nos preparar para o jogo de sexta-feira a noite, mas a única coisa que eu consegui pensar o dia todo foi nela. Tem tanta coisa que tenho para contar a ela sobre os últimos meses que eu não saberia nem por onde começar. Na verdade, as coisas entre nós duas mudaram muito e por isso não sei por onde começar, nossa relação esfriou e não sei o que fazer para voltar tudo como era antes. Agora, estou aqui dentro do carro em frente a sua casa decidindo se devo entrar ou não.
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(Casa dos D'amelios)
Cabisbaixa e distraída me assusto quando alguém bate duas vezes no vidro do carro, Dixie com a sobrancelhas franzidas e vestida em um moletom lilás me encara do lado de fora. Respiro fundo e desço do carro. Um frio me atingiu fazendo-me arrepiar e me encolher nos meus próprios braços.
- Hey. - Falo e coloco o cabelo atrás da orelha.
- Hey. - Ela responde e sorri sem mostrar os dentes.
- Podemos conversar? - Ela assenti com a cabeça e caminhamos pela rua, mesmo estando um frio insuportável.
- Então, como é ser capitã de um monte de garotas histéricas? - Nós rimos. A Dixie sempre teve um preconceito com nós cheerleaders, parece que isso e seu senso de humor não mudou muito.
- Às vezes dá vontade de mandar todos eles para aquele lugar, mas é algo que eu sempre quis e que me comprometi a fazer quando a Chelse foi expulsa do time por estar usando substância ilícitas, então...
- Até que ela durou muito no time. - Rimos.
- Como foi seus últimos meses? - Diminuo os passos, quero estar muito atenta para escutar a sua resposta.
- Ah... você sabe! - Ela diz contorcendo a boca e olhando para o céu - Estudando muito, conhecendo novos lugares e novas pessoas... - Paro de andar e ela faz o mesmo, parece que pela primeira vez na noite ela olha para os meus olhos em vez de ficar encarando o chão ou para qualquer outra coisa que não fosse a minha pessoa. Tento procurar em seu olhar a garota que costumava ser meu porto seguro e o medo de não encontrar ela toma conta de mim.
- Não, Dixie! Eu não sei! - Falo pausadamente e com um tom calmo, não quero ser grossa mas sincera. - Porque você não me contou nada! E não vem com a história de "estava estudando", te conheço desde os dez anos e você nunca gostou de estudar, só se você se tornou outra pessoa mesmo! - Falo tudo o que estava guardado e que esperei todos esses meses para dizer. - Então... porque você não mandou mensagem? - Seus olhos estão arregalados, ela passa a mão no rosto e procura palavras para se justificar. Ergo minha sobrancelha e espero por uma resposta.
- Eu já falei, Addison. O fuso horário... - Ela fala de maneira atrapalhada.
- Corta essa, Dixie! - Interrompo, meu tom de voz aumenta e falho no objetivo de ser calma. - Quando nós queremos, nos esforçamos e foi isso que fiz durante todos esses meses, sempre procurei entrar em contato com você e quando eu conseguia você era fria e usava as mínimas palavras possíveis, mas agora falando com você pessoalmente, percebo que você nunca quis manter contato, não é? - Lágrimas brilham nos seus olhos e espero mais uma vez por uma resposta, mas só ganho seu silêncio em troca, acho que essa é a resposta. Lágrimas enchem meus olhos e não consigo impedir elas de serem derramadas. - Você mal consegue olhar nos meus olhos para falar comigo, você me trata como uma pessoa que acabou de conhecer e isso foi o que eu mais temi que acontecesse, que nós nos tornassemos pessoas totalmente desconhecidas uma para a outra. - Meu tom é de decepção. Dou meia volta e deixo Dixie para trás com suas falsas justificativas e seu silêncio, o qual eu já deveria ter me acostumado pois o ultimamente é a única coisa que recebo em troca.
