Capítulo 57

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Minha avó querida,

Cheguei agora a pouco de viagem e comprei esse cartão na lojinha do hotel pra enviar pra você dizendo que eu estou bem. Nós estamos bem. Derek e eu estamos bem. Ainda estou me acostumando que a minha vida agora não é mais sobre mim e sim sobre nós, eu e a pessoa com quem eu escolhi para caminhar ao meu lado. A viagem foi maravilhosa, eu dormi o tempo inteiro porque estava muito cansada da festa de ontem e todo o trajeto até Nova York, mas isso é sinal de que nos divertimos muito, não é? Queria aproveitar o momento para agradecer. Foi tudo lindo, mágico, perfeito e nós ainda estamos com o efeito disso grudados em nossas peles até agora e tomara que fique para sempre.

Vou escrever outras vezes contando sobre nossos dias.

Um beijo.

Addison.

Derek se abaixou para beijar o pescoço da esposa, sentindo o cheiro fresco dela depois do banho. Haviam chegado em Paris há algumas horas e aproveitado para tomar um banho antes de comer o que haviam pedido no serviço de quarto. Derek tinha se empolgado com a ideia de finalmente poder o francês que aprendeu por anos na escola bilingue em que estudou e Addison se empolgou em assinar seu novo nome no canhoto do serviço de quarto. O casal se divertiu ao perceber que o nome dela quase não coube no espaço destinado para assinatura e combinaram que ela deveria pensar em uma nova assinatura para simplificar.

- Nova assinatura, novos documentos, novo jaleco no trabalho... _ ela enumerou enquanto tomava um iogurte com frutas _ Sabia que eu nunca entendi porque a mulher que troca de nome quando casa e não o contrário.

- É... Mas eu não exigi que você trocasse de nome por causa do casamento. Foi você quem quis isso.

- Pra ninguém ter mais nenhuma dúvida _ ela respondeu com sorriso malicioso nos lábios _ E para as residentes do hospital saberem que você é um homem casado. Pra elas pararem de dar em cima de você.

- Elas já pensavam que nós éramos casados.

- Ah... Então isso não impede que elas deem em cima de você?

Ele apertou os lábios, antes de levar mais um garfo com comida a boca e risse um pouco encabulado. Addison pegou um morango pequeno e jogou nele, pensando no quanto achava fofo quando ele ficava daquele jeito.

- Convencido _ disse gargalhando.

Derek estendeu a mão para tocar a dela e sorriu.

- Então? O que a gente faz primeiro em Paris? _ perguntou _ Eu tenho uma ideia que...

- É que a gente não tem muito o que fazer _ ela disse sorrindo, olhando para a mão dele subindo em seus braços _ Você tinha ideia que a diferença de horário aqui era tão grande?

- Não esperava que a gente fosse chegar à noite.

- A noite não, de madrugada! _ a ruiva exclamou se aproximando do marido para sentar em seu colo _ Eu tenho uma ideia do que a gente pode fazer agora _ disse abaixando um pouco o rosto para beijar os lábios dele _ Você não está cansado da viagem, está? Porque eu estou ótima.

- É claro que você está. Você dormiu o voo inteiro _ o rapaz respondeu entre um beijo e outro _ Agora eu estou quebrado _ confessou _ Cansado de ficar esse tempo todo sentado no avião.

Addison riu e desceu os lábios para o pescoço dele, abrindo um pouco o roupão macio que estava usando, exibindo os seios para que o rapaz tocasse e gemesse baixo em seus lábios.

- Pelo menos dessa vez você não comprou passagens na classe econômica...

Ele riu lembrando da última viagem que ele fez isso, quando eles foram pra Boston em uma viagem de poucas horas, imaginando no quanto ela reclamaria em uma viagem de sete horas para a Europa. Mas não se prendeu aquilo, levantou tomando-a em seus braços e logo chegou até a cama, onde tornou a beijá-la e não perdeu tempo antes de começar a saciar seus desejos. Apesar do cansaço da viagem, a diferença de fuso horário ainda o garantiria certa disposição, continuou se movimentando dentro da esposa gemendo alto, sentindo as mãos dela percorrendo seu corpo e os lábios encontrando sua pele. Eles não podiam deixar de notar o quanto era diferente fazer sexo na lua de mel. Era como se tudo fosse mais intenso e mais prazeroso, principalmente por ser em um local desconhecido, em uma cama com a qual eles não estavam acostumados. Terminaram suados, cansados, satisfeitos. Derek sentiu seu corpo relaxar em alguns minutos depois de ter uma conversa rápida com a esposa e dormiu. Addison entendia. Ela estava sem sono por conta do tempo que passou dormindo no avião, por isso apenas voltou a se vestir e ficou lendo um livro deitada na cama enquanto o marido dormia ao seu lado. Lembrou da última vez que esteve em Paris, antes de começar a faculdade de medicina, sem nem imaginar que voltaria dali há mais de 10 anos, como médica, cirurgiã, casada com um homem que conheceu naquele curso que ela queria a todo custo se livrar. Aquela era uma das coisas que faziam com que ela se admirasse com a imprevisibilidade da vida. Naquela época sua única preocupação era despistar o motorista que Bizzy havia contratado para vigiá-la, pensar no quanto desejava trabalhar com qualquer coisa ligada a arte e fugir dos planos que já estavam traçados pra ela. Agora gostava tanto daqueles planos, amava tanto sua profissão, que não se imaginava longe dela, não se reconhecia mais como uma Addison que não fosse cirurgiã, assim como também não se imaginava em uma Paris sem Derek. Se sentia ridícula por estar tão feliz.

SummeryWhere stories live. Discover now