Capítulo 5

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Addison se sentiu livre em seu primeiro dia sozinha no apartamento. Ainda que não soubesse fazer absolutamente nada pra comer, ela se sentiu extremamente à vontade por poder sair do quarto de camiseta e shorts leve pra sentar no sofá da sala e assistir TV até que a comida chinesa chegasse. Aquilo definitivamente era algo que jamais faria casa dos pais. Os Forbes Montgomery jamais sairiam de seus quartos sem estar impecáveis. Por vezes ela se sentia que fazia parte de uma das séries de TV, onde os personagens estavam sempre muito bem arrumados pra ficar em casa. Se lhe perguntassem como era o rosto de Bizzy sem maquiagem, ela não saberia descrever. Tinha a impressão que nunca viu a mãe ao acordar e se visse um dia, tinha medo de não reconhecê-la.

Apesar disso, sentia falta de ter alguém pra conversar. Obviamente pensava em chamar Constance pra morar com ela, mas aquilo era algo que não podia exigir da babá, por mais que desejasse e tivesse certeza que ela não recusaria. Durante toda a sua vida teve a impressão de que Constance já doava muito de si pra ela. Ficava imaginando que amor era aquele que fazia com que, por vezes, ela deixasse sua própria família de lado pra cuidar apenas dela, que nem tinha seu sangue. Constance não tinha filhos, mas tinha uma irmã e sobrinhos em Connecticut. Ainda assim abria mão de muitos finais de semana ou festas comemorativas apenas pra não deixar Addison sozinha. Ela no queria dar trabalho, então deixaria Constance ter um pouco de paz.

Já estava muito bem organizado no apartamento, exceto pelas suas roupas que continuavam nas malas porque ela ainda não tinha tido tempo de arrumar o closet. Estava cansada daquele primeiro dia de aula, então faria aquilo no dia seguinte.

Quando a campainha tocou, ela levantou já sabendo o que seria, pagou o entregador sem se preocupar com o troco, em seguida desligou a TV e deixou as caixinhas sobre a mesa de centro, antes de pegar um livro grosso pra abri-lo e começar a ler. Ainda que não tivesse em seus planos estudar medicina, aquilo era com que ela se sentia confortável. Nunca teve dificuldade em biologia. Passou horas lendo sobre os assuntos que seriam abordados em aulas no dia seguinte.

Acordou pela manhã com o alarme do relógio tocando ao lado da cama. Estendeu os braços, ainda sonolenta, pra fazê-lo parar, em seguida levantou contra sua vontade pra se arrumar. Teria que tomar o café da manhã em algum lugar pelo caminho, já que não tinha como comer nada no apartamento. Ela podia ir caminhando até o prédio da universidade. Enquanto andava tranquila entre as pessoas apressadas de Nova York, ela resolveu entrar em uma das cabines de caixa eletrônico do banco e conferiu quanto ainda tinha disponível. Se assustou quando viu o valor. "Deve ter alguma coisa errada" pensou. Digitou novamente o número da conta, mas o valor era o memo. Estranhou, mas acreditou que aquele terminal poderia estar errado ou aconteceu um engano. Saiu da cabine e voltou a caminhar pra faculdade. Não esperava quando uma moto parou ao seu lado e o garoto que usava uma jaqueta jeans escura, tirou o capacete exibindo os cabelos negros e volumosos. Ele sorriu de forma carismática pra ela.

- Oi, você está indo pra universidade? _ perguntou.

- Sim.

- Você quer uma carona?

- Ah... Você tem uma moto? _ ela perguntou surpresa olhando pra moto.

Não imaginava que ele era o tipo de cara que gostava de motos.

- Tenho. Porque?

- Você não parece o tipo de cara que tem uma moto. Hum...

- Derek _ ele lembrou percebendo que ela não estava lembrando seu nome.

- Certo, Derek _ ela repetiu, dando certeza de que tinha entendido _ Eu prefiro ir andando, a não ser que você conheça um jeito de subir em uma moto e não estragar o cabelo _ brincou.

SummeryWhere stories live. Discover now