Summery

Capítulo 3

Assim que chegou em Paris, Addison pegou um táxi pra ir direto ao local onde pegaria um trem pra Amsterdã, capital da Holanda. Estranhou que ninguém estivesse lhe esperando em Paris, mas seu estranhamento logo foi por água abaixo quando saiu do trem e viu um homem de meia idade, que tinha alguns fios de cabelos grisalhos e segurava uma placa pequena com os dizeres: Srta. Forbes Montgomery. Ela contraiu os lábios sem querer acreditar que os pais tinham feito aquilo, pensou em passar por ele sem se identificar, mas sabia que seria pior. Caminhou até o rapaz e parou a sua frente forçando um sorriso nos lábios. Ele era um motorista contratado por Capitain e Bizzy pra levá-la até o hotel que ela deveria ficar durante o intercâmbio.

Era um local muito luxuoso, obviamente. Quando entrou no hall, com o rapaz levando sua mala, olhou em volta quase deslumbrada, principalmente pro lustre no teto que era majestoso. À sua volta haviam muitas pessoas elegantes e, como ela podia ter certeza, ninguém em sua faixa etária. Era óbvio que aquele não era um local pra uma estudante em intercâmbio, mas também era óbvio que lugares como aquele eram os únicos que sua mãe conhecia. Ela fez o check-in rapidamente, pegou as chaves de seu quarto e, depois que um dos funcionários do hotel, muito bem vestido com um uniforme vermelho, pegou sua mala do rapaz que lhe levou até ali, ela disse que não precisaria mais dele.

- Como? _ ele perguntou surpreso em um inglês com sotaque.

- É... Os meus pais são um pouco... Exagerados. Mas eu já fiz algumas pesquisas sobre a cidade e eu acho que não vou precisar tanto de um motorista, vou?

- Senhora, os seus pais...

- Eles não precisam saber _ ela interrompeu _ Se você não contar, eles não precisam saber.

- Eu não posso fazer isso.

- Eu estou falando sério. Você não precisa...

- Eu não posso fazer isso _ ele repetiu antes mesmo que ela pudesse completar a frase.

Addison arqueou as sobrancelhas, contraiu os lábios e colocou uma das mãos na cintura. Não acreditava que os pais tinham feito o desfavor de colocar alguém no seu pé como uma forma indireta de controlá-la mesmo do outro lado do mundo.

- Ok, então você fica à vontade porque eu estou cansada da viagem e talvez passe o dia inteiro dormindo _ disse.

Ele assentiu e nesse momento ela se sentiu como um militar. Passou pelo rapaz e subiu as escadas largas com detalhes dourados. O quarto não era menos luxuoso que tudo naquele local. Tinha uma funcionária arrumando suas coisas em um armário pequeno e pareceu ter ficado surpresa quando a garota a cumprimentou. Addison caminhou até a janela e ficou observando a paisagem bonita e colorida lá de fora. Sorriu.

Como não tinha levado muita coisa, a funcionária logo terminou de arrumar suas coisas. Já ia sair sem ser percebida, mas Addison a chamou e caminhou até a bolsa que tinha deixado sobre a cama, de onde tirou uma nota de US$ 100 e entregou à moça, que abriu os olhos em extrema surpresa.

- Eu não sei se serve muito aqui no seu país, mas... Obrigada por arrumar as minhas coisas.

A moça fez uma negativa com a cabeça.

- É pra você _ Addison disse dando um passo em direção à ela _ Aceite, por favor.

A moça continuou hesitante, mas, Addison insistiu mais uma vez. Então a funcionária pegou o dinheiro e deve ter agradecido em um idioma que Addison não entendeu. Depois que finalmente ficou sozinha, ela voltou a olhar a paisagem. Ao lado da janela grande tinha uma mesa de vidro com algumas folhas de carta e uma caneta muito bonita. Ela pensou em escrever pra América, mas antes andou até o banheiro pra tomar um banho.