Capítulo 53

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Demorou algumas horas até que alguém se aproximasse da família para falar sobre o estado de Amelia. Apesar de já estarem habituados com aquele tipo de situação, todos estavam agindo exatamente como os familiares de pacientes costumam agir por mais os profissionais do hospitais insistissem em dizer que não adiantava ficar tão apreensivo, que a pessoa estava em boas mãos ou que os médicos fariam todo o possível para que o paciente ficasse bem. Carolyn já havia trabalhado exatamente naquele hospital e lembrava das inúmeras vezes que passou por aquela mesma sala de esperas e teve que se dirigir até o familiar de algum paciente para dar boas e más notícias. Naquele dia Cecillia Wolf, sua amiga enfermeira de muitos anos a quem ela carinhosamente chamava de Cessy, se aproximou para aliviar seu coração dizendo que Amelia já estava fora de perigo, que a garota havia sofrido uma overdose de medicamentos que ainda não tinham sido identificados, mas que todos os exames já haviam sido pedidos para que aquilo acontecesse. Pra isso precisava saber se Carolyn imaginava como aquilo tinha acontecido, se Amelia estava fazendo algum tratamento médico que justificasse o uso daqueles medicamentos tão fortes, mas a matriarca não sabia como responder. Tanto Derek, quanto Liz podiam sentir o desconforto e humilhação da mãe em ter que admitir aquilo. Era claro que ela estava com vergonha, como qualquer um ficaria em admitir que a filha de 16 anos era uma usuária de drogas.

- Ela vai passar por uma lavagem e quando ela for levada pro quarto eu aviso.

- Tem certeza que eu não posso ajudar em nada? _ Carolyn perguntou _ Eu posso ajudar em qualquer coisa.

- Eu acho melhor não, Carol. Pode aguardar que assim que terminar eu venho aqui falar com você.

Se afastou e voltou a sentar ao lado da mãe. Christie continuava preocupada. Diferente de todos membros da família, ela não era acostumada com o ambiente hospitalar. Pelo contrário, sempre detestou hospital.

- Mãe, eu acho melhor a senhora e a vovó irem pra casa. Eu fico o tempo que precisar _ Derek sugeriu.

- Eu não vou conseguir. Eu estou bem. Eu fico aqui _ Carolyn respondeu _ Você poderia levar a sua avó _ sugeriu _ Vai, mãe. Descansa um pouco.

- Não, minha filha. Eu também quero ficar aqui.

- Não, vai ser cansativo. A senhora tem que voltar pra casa. Você leva ela, Derek?

- Eu levo _ disse Lizzie levantando _ O Jerry precisa trabalhar amanhã cedo, não é meu bem? A gente também está voltando e podemos dormir lá em casa com a vovó.

- Ótimo, filha. Faça isso, por favor. Vai com ela, mãe.

- Mas eu não quero ir. Eu vou ficar preocupada, aflita... Eu não quero ir.

- Mas é melhor, mãe. A senhora precisa descansar, já está tarde.

- Carolyn, eu não sou criança. Eu não tenho hora pra dormir.

- Mas a senhora ouviu o que a enfermeira disse. Vai ficar tudo bem, ela está fora de perigo, o pior já passou.

- Mas eu só vou ficar tranquila quando eu ver a minha neta bem, acordada, falando comigo.

- É melhor que a senhora esteja descansada pra ver isso amanhã. De qualquer jeito ela não vai acordar hoje e esse procedimento de lavagem demora algumas horas.

- A mamãe tem razão, vó. A senhora tem que ir _ disse Derek.

Sem saída, a idosa concordou e saiu com a neta e o marido dela. Derek olhou pra namorada e tocou a mão dela.

- Addie, se você quiser ir pra casa pode levar o meu carro.

- Não. Eu vou ficar aqui com vocês.

- Não precisa, amor _ ele disse _ Você ainda nem comeu nada. Vai pra casa descansar...

SummeryWhere stories live. Discover now