Capítulo 63

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Ethan não se surpreendia mais com o que era contado sobre Amelia, mas ainda assim demonstrou um semblante surpreso quando procurou pela namorada nos primeiros dias do ano e ficou sabendo de tudo o que tinha acontecido nas últimas semanas: que os irmãos tinham a internado a força, que ela tinha fugido da clínica, que ela quebrou o carro de Derek...

Havia passado aqueles dias sem procurar a namorada porque tinha combinado com ela de ser assim a última vez que eles se falaram. A doença de Angela estava cada vez pior e aquilo também tomava muito de seu tempo, então não podia ficar se preocupando com ela o tempo inteiro. Eles não haviam terminado, mas combinado de passar um tempo sem se ver.

Depois de conversar com Carolyn na sala, ele subiu para conversar com Amelia no quarto. Ela ficava lá o tempo inteiro e desde a internação, não saiu mais para encontrar com os amigos. Carolyn acreditava que ela não estava usando drogas durante todos aqueles dias, mas não podia imaginar que ela sempre tinha alguma coisa escondida para momentos como aquele em que a depressão, a vontade de não se movimentar, era maior até que a sua necessidade fisiológica de sair atrás de drogas.

Quando Ethan entrou no quarto, Amelia não expressou nenhuma reação. Ela estava surpresa porque não esperava vê-lo nunca mais, mas estava contente, ainda que soubesse que ele lhe cobraria. O rapaz se aproximou e sentou no chão, encostado na cama, bem perto do rosto dela.

- Oi, Amy _ disse.

Ela não respondeu.

- Eu vim aqui te visitar e a sua mãe e a sua avó já me contaram tudo o que aconteceu antes do natal.

Novamente ela ficou em silêncio.

- Eu não vim antes porque a minha mãe estava em uma situação muito complicada, nós ficamos todos muito ocupados e... A gente passou a virada de ano em uma emergência de hospital, pra você ter uma ideia.

Ela acreditava. Por mais que parte dela dissesse que ele poderia estar mentindo, inventando aquela desculpa para não ter que dizer que tinha passado as festas de fim de ano com a nova namorada, ela acreditava em cada palavra do que ele dizia.

- Só agora ela voltou pra casa. Eu dormi um pouco e vim aqui saber de você.

Dessa vez Amelia se movimentou, como se aquilo demandasse muito esforço, e sentou na cama. Ethan também se movimentou e sentou à frente dela.

- Eu vi você _ ela disse em uma voz cansada.

Não queria prolongar aquele sofrimento por muito tempo para as duas partes. Apesar de adorar Ethan e tudo o que ele representava, não se sentia bem naquele papel de garota-que-ele-ajudava-por-ter-gostado-muito-em-algum-momento-do-passado-e-que-sentia-pena-no-presente. De todas as coisas que Ethan podia lhe dar, pena era a pior delas. Ele parecia não entender o que ela está falando.

- No dia que eu tinha decidido que eu ia me internar... No dia que eles me internaram a força _ se corrigiu _ Foi porque eu sai pra avisar pra você que eu ia me internar, eu queria que você soubesse, achei que você ia ficar feliz...

- Mas você não foi me procurar.

- Fui. Eu fui lá na sua casa, mas você estava com outra garota.

O rapaz franziu a testa.

- Você estava abraçando uma menina lá na frente da sua casa, aquela menina que faz faculdade com você.

- Qual?

- A loira, Ethan _ ela respondeu _ Eu não sei o nome dela. Eu sei o que eu vi... Você abraçando ela na frente da sua casa.

Ele pensou por alguns segundos tentando entender o que ela tinha visto além de um abraço.

SummeryWhere stories live. Discover now