Capítulo 33

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Aquele era um dia movimentado na emergência do hospital. Como nunca havia trabalhado naquele departamento até o momento Addison estava estranhando tudo, achando trabalhoso e, conforme Mark podia assistir de longe enquanto cuidava de uma paciente que gritava por conta da perna quebrada, a jovem não estava gostando nenhum pouco de cuidar do curativo de uma senhora que havia sido atropelada ao atravessar uma rua movimentada. Apesar de não gostar nada de ver aqueles ferimentos, de ouvir aqueles gritos de dor sempre que tocava na pele rasgada da mulher com uma gaze umedecida de medicamento, Addison tentava não manifestar aquilo em seu semblante em seu semblante. Sabia que Derek gostava daquele departamento e que ele poderia aparecer ali há qualquer momento se pudesse escolher algum problema relacionado ao que trabalharia aquele dia. Se ele a visse com nojo de fazer aquele tipo de serviço, certamente se acharia com um motivo para fazer comentários estúpidos disfarçados de piadas sobre suas habilidades médicas. Mas naquele dia ele não apareceu na emergência e nem deu um jeito de encontrá-la em algum corredor do hospital, seja na hora do almoço na lanchonete ou em algum corredor para pegar o resultado de algum exame.

Como na emergência a maioria dos pacientes não eram cirúrgicos e normalmente poderiam voltar pra casa no mesmo dia, os internos estava sempre ocupados com serviços que não pareciam muito importante aos olhos desses jovens, que faziam de tudo para que chegasse algum caso de trauma, que certamente os levaria a chamar algum dos cirurgiões para lhes ordenar a fazer exames pré-operatórios para a posterior cirurgia. Mas até o fim da manhã nenhum paciente como esse apareceu e foram os casos pequenos, que lotavam as macas da emergência, que evitaram que Addison passasse o tempo inteiro pensando em Derek e na pequena discussão que eles tiveram na noite anterior. Ela sequer percebeu que não era apenas ele quem ela não via durante aquele dia e sim a equipe inteira dele. Depois de liberar a paciente que cuidava, entregando a ela uma receita com os medicamentos que deveria adquirir para os ferimentos, se afastou tirando as luvas e jogou-as no cesto de lixo mais próximo enquanto caminhava até a saída daquele local. Sentou em um dos bancos espalhados do lado de fora e ficou observando a movimentação das poucas pessoas que por ali passavam.

- Será que você aceita um doce pelos seus pensamentos? _ Mark perguntou sentando ao lado dela e colocando uma barra pequena de chocolate em frente ao seu rosto.

Ele estava voltando da lanchonete depois de comer um sanduiche, e havia comprado algumas barrinhas como aquela para comer entre um momento de distração e outra; mas certamente ele comprava muitas para oferecer as colegas do programa ou enfermeiras. Aquela era uma das táticas que ele tinha para começar uma conversa

Apesar, de naquela equipe, Addison ser mais próxima de Sam, sendo ele a pessoa com quem ela mais falava e compartilhava experiências; o rapaz estava empolgado por trabalhar no Trauma, procurando o máximo de ocupação possível, provavelmente por querer impressionar o médico a quem estavam a serviço aquele dia, e não percebeu que a amiga estava se comportando de maneira diferente, mas Mark percebeu, afinal ela não respondera nenhuma das investidas de Ross, não riu e nem reclamou de nenhuma de suas piadas sem graça, apenas trabalhou em silêncio até que pudesse se afastar para sentar em um dos bancos largos do lado de fora do hospital. Aquele era um ambiente aconchegante, uma espécie de jardim onde os familiares de pacientes e até mesmo pacientes em recuperação usavam para ter um tempo fora daquele ambiente pesado e desgastante que era o hospital em si.

Depois de ouvir aquela pergunta do colega, Addison revirou os olhos, imaginando se era daquela forma que ele se aproximava das mulheres e as convencia a transar com ele, e não podia imaginar como aquilo podia funcionar. Pegou o doce da mão dele, pois estava realmente com vontade de comer algo do tipo e deu a primeira mordida.

- Brigou com o Derek? _ o rapaz perguntou de forma direta, como tudo o que fazia.

- Não é da sua conta.

SummeryWhere stories live. Discover now