🔹Perdão🔹

1K 122 108
                                    

Notas da Autora: Olá pessoal! demorei para postar o capítulo, mas estava escrevendo e escrevendo e não estava ficando bom e não queria postar qualquer coisa para vocês; sempre que escrevo algo, escrevo primeiro para mim, e eu odiaria ler uma história escrita de qualquer jeito. Enfim, ainda não sei que dia será a próxima atualização (mas ainda será durante essa semana), estou com às idéias na cabeça, mas ainda preciso escrever os capítulos. Enfim, boa leitura. Quem quiser conversar comigo me chama no twitter.

***

''Na vida, a gente só sabe que ama alguém, a gente só tem o direito de dizer a alguém que a amamos depois de ter dito infinitas vezes a esse mesmo alguém a frase: eu perdoo você.''

AMY - APARTAMENTO, QUARTA FEIRA, 20:00.

A terapia havia sido intensa, quando cheguei em casa apenas me joguei no sofá, sentia que um peso havia saído das minhas costas. Já não tinha que esconder mais nada deles, finalmente, pude contar toda a verdade para as pessoas que eu mais amava no mundo.

Estava preparando minha janta quando ouço a campainha entoar, achei estranho ter alguém ali naquele horário, penso que poderia ser Teddy, ficamos de sair hoje, mas me lembro de ter desmarcado. Quando abro a porta dou de cara com Luke do outro lado.

-- Er... oi -- disse coçando a nuca. -- Podemos conversar?

-- Claro, entre! -- digo ainda surpresa de ver ele ali.

Sempre soube que Luke devia sofrer com a minha partida, mas desde a sessão, ver como ele se sentia de verdade, todas às palavras que ele falou me afetou demasiado, ele era a última pessoa que eu queria machucar, nunca foi minha intenção ferir ele. Ainda estava surpresa com Luke ali na minha frente.

Nos acomodamos na sala, ele estava sentado no sofá e eu na poltrona que dava para ver perfeitamente ele, a casa em si era um conceito aberto, pequena, mas atendia todas às minhas necessidades.

-- Desculpa por ter saído da terapia daquele jeito, não foi minha intenção. -- comecei, o clima estava estranho entre nós dois, desde que conversamos na entrada ha alguns minutos atrás não abrimos mais a boca.

-- Tudo bem, o motivo deu ter vindo aqui é que eu queria conversar com você, sem meu pai. -- disse brincando com as próprias mãos. -- Eu sei que fui bem duro com você desde sua volta, não te dei oportunidade de fala, e eu sinto muito por isso...

-- Luke, você tinha direito de ficar com raiva de mim, tudo bem eu entendo... -- minha vontade era de abraçar ele, mas não queria me precipitar ou assustar ele.

-- Perdão, deve ter sido difícil para você não ter nem a mim nem o meu pai por perto todos esses anos... -- começou. -- Eu sinto muito de verdade! -- disse se levantando indo em minha direção.

-- Tudo bem... -- falo segurando o ar, estava nervosa, emocionada, era uma mistura enorme de sentimentos.

E logo percebo seu toque, seus braços envolvendo meu corpo em um terno abraço, abraço esse que não esperava, mas que foi muito bem-vindo. Como eu precisava disso e vindo dele era tudo que eu precisava naquele momento, não pude conter às lágrimas que já teimavam em sair dos meus olhos. Finalmente, depois de anos, eu o tinha em meus braços novamente.

-- Me perdoa mãe -- entre soluços ele falou entre meus braços, ouvir ele me chamar de mãe novamente foi um sentimento de renovação, foi como voltar aos antigos tempos.

-- É claro que eu te perdoo, filho! -- ainda estávamos abraçados, uma de minhas mãos estava sobre o seu cabelo acariciando os fios enquanto a outra estava sobre suas costas fazendo movimentos de vai e vem, coloco minhas duas mão sobre seu rosto, fazendo contato visual com ele e digo: -- Me perdoa, eu nunca tive a intenção de machucar você com toda essa história, você é tudo que eu tenho, Luke, nunca se esqueça disso! Eu sempre vou te amar, te apoiar, você foi meu maior presente, e eu faria tudo por você.

Ele apenas coloca sua cabeça sobre meus ombros, ainda chorando, continuo com às caricias por alguns minutos até que ele sai de meus braços limpando às lágrimas.

-- Quer jantar? -- diz Luke com um sorriso tímido.

-- Bom, estava começando a fazer a janta... -- digo desviando meu olhar para as panelas.

-- Poderíamos ir para minha casa, acho que meu pai e você também precisam conversar, e eu adoraria jantar com a minha família, todos juntos. -- ouvir Luke falar daquela maneira me emocionava muito, era como se meu sonho se tornasse realidade naquele momento.

-- Claro, vamos! -- digo logo em seguida desligando as panelas e pegando minha bolsa para irmos até sua casa.

JAKE'S HOUSE, QUARTA-FEIRA, 21:10PM

Cheguei em casa sozinho, quando saímos da terapia Luke insistiu para ir até a casa de Amy conversar com ela, eu concordei e acabei deixando-o no apartamento dela indo para casa sozinho.

Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento, para mim toda aquela revelação, era como uma bomba que acabara de me atingir, ainda estava confuso, talvez eu tenha sido muito duro com ela... Mas como eu iria saber que ela passou por tudo isso sozinha, pensava que éramos uma equipe e que podíamos contar tudo.

Por um lado, estava chateado por ela ter me escondido isso por mais de 20 anos, mas por outro estava feliz, já não haveria barreiras entre a gente e finalmente ela e Luke iriam fazer as pazes.

Estava sentando no chão da sala, com uma fotografia nossa na Disney, Luke tinha 3 anos na época, estávamos felizes, era a primeira vez da gente lá. Ainda me recordo de tudo que aconteceu naquele dia, foram um dos melhores da minha vida... Um pensamento constante vinha a minha mente, será que conseguiríamos voltar a ser uma família? Logo sou interrompido pelo barulho da porta sendo aberta parecendo a figura de Luke e Amy, o que acalentou meu coração.

-- Uau, er... -- digo ainda secando minhas lágrimas.

-- Você estava chorando, pai? -- indagou Luke indo em minha direção me abraçando e logo sussurrando: -- Tudo ficará bem. -- sorrio amigável para ele que me abraça ainda mais forte.

-- O Luke sugeriu da gente jantar todos juntos... -- disse Amy quebrando o silêncio que estava aquela sala.

-- Claro, podemos pedir pizza -- digo animado com a idéia.

-- Com fanta laranja -- completou Luke empolgado fazendo Amy sorrir.

-- É, passam os anos e você continua o mesmo Peralta, e pra completar ainda fizemos um clone seu. -- falou divertida e ambos sorrimos.

-- Não brincamos em serviço. -- digo pegando o telefone e ligando para a pizzaria, estava ansioso para que possamos passar mais momentos assim em família, bom, isso era o que eu esperava e desejava.

***

''Porque na verdade a gente só sabe que ama, depois de ter tido a necessidade de perdoar. Antes do perdão a gente pode ter admiração por alguém, mas admirar alguém ainda não é amar, porque admiração não nos leva a dar a vida pelo outro.

Admiração é um sentimento, uma situação superficial, eu admiro aquela pessoa, mas eu sei que amo depois de ter olhado nos olhos, saber que errou, que não fez nada certo e ainda sim eu continuar dizendo que "eu não sei viver sem você", "apesar de ter errado tanto continuas sendo tão especial para mim".

A gente sabe que ama as pessoas assim, depois de ter feito o exercício de olhar nos olhos no momento que ela não merece ser olhada e descobrir ainda ali uma chance, ainda não acabou.''

-- Padre Fabio de Melo.

UNDERCOVER | PERALTIAGOOnde histórias criam vida. Descubra agora