Capítulo 25

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(...)

— Bom, vamos ter que nos virar — suspirou me olhando. — Vamos para casa? Estou cansado.

— Vamos, só vou me despedir. — Draco apenas assentiu e entrei novamente na casa, todos estavam exaustos ali, afinal, perderam amigos e muitas pessoas que eram importantes, estranho seria se não estivessem assim — Ei Jorge, eu vou indo, tá? Obrigado por cuidarem de mim.

— Você é da família Alhena, não tem que se preocupar. — Me abraçou — Vocês vem mais tarde?

— Ah eu não sei, eu peço para Draco mandar uma coruja.

— Fez o maior sacrifício à noite passada, viu a morte na sua frente e ainda tem medo de corujas? — gargalhou.

— Cada um tem seus defeitos. — Sorri — Tchau Weasley.

— Tchau sua maluca.

(...)

Rapidamente chegamos à mansão, o sol tomava conta de tudo naquela manhã, as  flores que antes estavam murchas se abriam novamente, mal se parecia com aquela casa sombria, ontem mesmo pessoas estavam planejando como matar um garoto de dezoito anos por uma loucura incontrolável pelo poder.

— Você está bem? — perguntou Draco, sentando-se em sua cama, que parecia ser bem mais confortável do que costumava ser.

— Sim, por quê?

— Nada não — sorriu fraco.

— E você? Como está se sentindo? Além de sujo? — Limpo a poeira de seu rosto e sorri.

— Eu estou bem amor, só exausto e assustado, te ver daquela maneira — suspirou. — Eu não suportaria te perder.

— Você não vai me perder. — O abracei de lado e apoiei minha cabeça em seu ombro.

— Antes de você acordar, o Weasley conversou comigo.

— Sobre?

— Eles ainda estão preocupados com você, Harry sobreviveu a Voldemort porque ele tinha um feitiço de proteção. Mas você, você foi exposta a uma das piores magias, não sabemos o que ainda pode acontecer, temos medo que algo aconteça assim como aconteceu com a Nina.

— A Nina! — Me lembrei que estava na sala dos monitores mas não me lembro de tê-la visto depois disso, as coisas aconteceram tão rápido que não me dei conta — O que aconteceu com ela? — O encarei.

— Ela sugou toda a magia ou veneno se assim preferir, e isso fez ela entrar em chamas e bom...

— Ela morreu? Ela morreu, Draco? — Ele apenas confirmou com a cabeça e me abraçou.

— Eu sinto muito mesmo, sei o quanto gostava dela.

— Por que não me contou antes?

— Não achei a hora certa e me pediram para não te expor a coisas que te estressariam de alguma maneira. — Eu não conseguia responder, só queria chorar após ouvir aquilo, ela morreu da pior maneira possível era minha culpa. Parabéns Alhena matou mais uma! Quantas mais vai precisar matar para perceber que você atrapalha a todos? — Ela vai ficar bem, não chora, por favor.

— Ela morreu por minha culpa, Stela morreu por minha culpa, Draco. Eu sou uma pessoa horrível.

— Você não é, as pessoas morrem em guerras e ela sabia o risco que estava correndo ali, Stela foi apenas um acidente, não repita isso jamais — disse firme, parecia estar me dando uma ordem, apenas fiquei ali por um tempo.

— Vamos nos limpar? — sugiro.

— Você já está banhada de lágrimas — sorriu limpando meu rosto.

— Eu vou primeiro! — Corri para o banheiro e fechei a porta. Tomei um banho rápido e lavei o cabelo, parecia que todo o peso que estava sentindo saia com a água. Sai do banheiro e me troquei esperando Draco sair — Você viu minha camiseta da sonserina?

— Acho que está no meu armário. — Draco saiu do banheiro e jogou-se na cama de toalha.

— Olha só, parece até outra pessoa — sorri colocando a camiseta e secando o cabelo.

— Vem cá. — Estendeu a mão e me puxou — Saudades de você.

— É?  — sorrio o beijando.

— Sim. — Mordeu meus lábios — Está com fome?

— Sim.

— Quer comer algo? — Me abraçou forte contra seu corpo.

— Tem muita coisa que eu quero fazer agora, mas comer não é uma delas.

— Ah é? Tipo o que? — sorriu me olhando, seu sorriso me encantava, seus olhos brilhavam mesmo parecendo cansados.

— Adivinha. — Mordo sua orelha devagar e dou risada — Me vestir.

— Ah não, vamos ficar assim, tá tão bom. — Me beijou novamente enquanto suas mãos passeavam por de baixo da minha camiseta, eu sentia sua respiração ficar ofegante — Matar a saudade, que tal?

— Eu topo. — Ficamos um bom tempo na cama, não fizemos nada o cansaço nos venceu e acabamos dormindo.

(...)

Draco

Acordei e ainda estava de toalha, Alhena estava dormindo ao meu lado, seus cabelos continuavam úmidos. Era muito bom poder saber onde ela está e saber que está bem, mesmo com esse monte de informações para processar.

Me levantei e coloquei uma calça de moletom preto e uma camiseta branca, apesar de serem confortáveis não eram nada apresentáveis, cobri Alhena com o edredom, estava muito frio. Algumas janelas estavam abertas, a casa estava completamente gelada, as nuvens estavam escuras mesmo tendo sol quando chegamos mais cedo. Sai do quarto para fechar as janelas e encontrei uma carta dos meus pais em cima de uma mesa.

"Draco, querido,

Espero que entenda o que precisamos fazer, isso seria inevitável, mas você não precisa viver assim. Não se preocupe com dinheiro, deixamos o suficiente para você, cuide-se bem. Os Virgo estão cuidando de vocês, mas não querem se aproximar agora para não chamarem atenção. Nós te amamos.

                                       — Mamãe e Papai.”

É sério isso? Eles acham mesmo que uma carta maldita vai me ajudar? Eles nos abandonaram e nos fizeram carregar essa bomba, não sei sequer como vou olhar para as pessoas depois disso.

— Draco? — Sai dos meus pensamentos e lá estava ela, seus cabelos completamente bagunçados. Seu rosto estava um pouco vermelho e agora estava usando uma calça — De quem é essa carta?

— Meus pais.

— Está tudo bem?

— Sim, não se preocupa. Está com fome?

— Morrendo.

— Quer tentar fazer algo? Seria bom uma daquelas coisas dos trouxas — sorriu e  jogou-se ao meu lado no sofá.

— Eu acho que o entregador não encontraria sua casa — sorriu me olhando, eu fico tenso só de pensar que poderia tê-la perdido.

— É um bom argumento, mas podemos tentar fazer algo.

— Você já cozinhou antes, Malfoy? — perguntou Alhena em  tom de sarcasmo.

— O que? Eu sou um grande especialista na cozinha.

— Nunca, né? — Assenti e ela gargalhou.

— Veja só, vou ter que ensinar a criança.

— Para, vamos logo.

Fomos para a cozinha e tentamos fazer algumas das receitas, não ficou muito bom, mas com fome eu até cogitei ir jantar com os Weasley.

© Expresso Fic & Calina D.L.
São Paulo – Brasil, 2020

Bad Blood: Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora