Capítulo 13

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Draco

Havia se passado cinco meses desde a morte de Dumbledore, o frio tomava conta de todo o castelo, ele parecia bem mais escuro desde que Snape assumiu o cargo de diretor.

Muitos professores desistiram de continuar dando aula em Hogwarts, os que ficaram queriam proteger os alunos, muitas famílias tinham medo do que poderia acontecer e proibiam seus filhos de voltarem à escola. Por conta disso, menos da metade ainda ia para as aulas, os alunos da sonserina predominavam no corredor. Potter e seus amigos já haviam sumido há um bom tempo, Alhena tem ficado mais agitada nos últimos tempos, os pais dela não gostam nenhum pouco da ideia dela continuar em Hogwarts.

— Isso é bárbaro! — gritou Gina do outro lado da sala. — Testar magia em outros alunos é repugnante! Eu me recuso a isso. — O professor de artes das trevas caminhou em sua direção a encarando.

— Suponho que a senhorita não teria problema algum se os alunos tentassem em você? — sugeriu com um sorriso irônico, Alhena deu um pulo da cadeira.

— Não podem testar magia em outros alunos — explicou Gina antes que Alhena fizesse algo.

— Como não? — Retirou a varinha de seu bolso e a sacudiu no ar — Crucio!  — A ruiva passou a gritar agonizando, parecia sentir dor, era uma cena horrível.

— Pare! Pare! — gritou Alhena chamando toda a atenção.

— Calada garota estúpida! Ou você vai ficar no lugar da sua amiguinha.

— Me coloque no lugar dela! — Todos ficaram surpresos, mas qualquer um que conheça Alhena sabe que ela se sacrificaria por qualquer um.

— Venha. — A ruiva voltou para seu lugar e não derrubou uma lágrima sequer, mesmo parecendo abatida. Lhena caminhou até a frente da sala e o professor gargalhou — Sabe que não posso machucá-la.

— Covarde! Faça! — gritou, o professor parecia ter virado uma fera, sacudiu a varinha no ar e falou "crucio” e então um brilho vermelho clareou toda a sala, fazendo com que o professor fosse jogado para longe, os olhos de Alhena estavam vermelhos, todos saíram de transe quando a porta foi aberta com violência e Snape entrou.

— Parem imediatamente. — Alhena voltou ao normal, parecia confusa.

— Ela me insultou, senhor — explicou o professor.

— Eu não perguntei, estão todos dispensados e senhorita Virgo, fique na sala. — Todos saíram da sala, até pensei em relutar e ficar, mas sabia que levaria um esporro, sai dos meus pensamentos quando Gina passou e esbarrou em mim.

— Ei! Você está bem? — Segurei seu braço para ela diminuir os passos.

— O que te interessa? — Puxou o braço da minha mão — Isso é culpa sua, se não fosse tão fraco, nada disso teria acontecido!

— Quem você pensa que é sua fedelha? Se mantivesse a boca calada nada teria acontecido.

— Vai se ferrar, Malfoy — exclamou apressando os passos, e saiu da minha vista mais rápido do que qualquer fantasma faria.

(...)

Não vejo Alhena desde a aula mais cedo, todos dizem que Snape a expulsou mas isso é impossível, afinal de contas ela apenas se defendeu de uma maneira bem estranha, mas defendeu.

Alhena

Não sei o que aconteceu de manhã, meu corpo parecia estar pegando fogo mas eu não tinha controle sobre nada naquele momento. Snape me deu um esporro, poderia jurar que ele me bateria se não existissem leis dentro da escola, só não entendo porquê ele está tão bravo já que qualquer um dentro dessa escola pode fazer o mesmo.

— Você não entende a gravidade do que você fez! Se expôs na frente de todos.

— E qual o problema? Todos podem fazer isso.

— Dumbledore morreu para te proteger e manter segredo e você faz isso?

— Dumbledore morreu porque você o matou Snape! Eu não tive nada a ver com isso. E o que é tão importante que ele queria manter em segredo?

— A herdeira de Godric Gryffindor.

— Está ficando maluco? Só pode estar delirando.

— Não! Eu pensei o mesmo quando Dumbledore me contou, mas ele me mostrou.

— Não posso, eu sou da sonserina, lembra?  Isso é impossível.

— Por que acha que Voldemort se interessa tanto por você? O herdeiro de Salazar Slytherin faria grandes feitos com você, poderes que o mundo bruxo jamais ousou sonhar. Você só precisa aprender a controlar, sinto em te informar mas você é uma bomba relógio.

— Por que Dumbledore nunca me contou  nada? Apenas me deixou sozinha para descobrir e tentar de alguma maneira dominar isso? Ele não tem esse direito! E porquê estou  na sonserina?

— Não é óbvio? Você é corajosa e destemida, mas é ambiciosa e faria o que fosse preciso para conseguir o que quer.

(...)

Conversei por horas com Snape, ouvi muitos sermões e acabei não almoçando com os outros alunos, ele disse que me ajudaria a treinar, mas com tudo o que está acontecendo acho difícil isso acontecer.

— Oi? — Ouvi batidas na porta do meu dormitório.

— Pode entrar. — Levantei-me e vi Draco passando pela porta, me toquei que eu deveria contar para ele o que aconteceu, mas e se ele não entendesse?

— Como você está? — Me abraçou forte.

— Eu estou bem e você?

— Estou bem. O que Snape te disse? O que foi aquilo na sala? — Me soltou e sentou-se.

— Como esperado levei um esporro, mas... — Contei tudo o que Snape me disse e Draco estava mais pálido que o habitual, com certeza aceitei mais rápido do que ele.

— Mas como isso é possível? Aonde vocês vão treinar? Eu posso te ajudar.

— Eu também não sei como e acho que esse treinamento não vai acontecer, estamos no meio de uma guerra, acha que ele vai parar tudo apenas para me dar aulas particulares?

— Eu posso te ajudar, poderíamos treinar na sala-precisa.

— Não, é perigoso. Teríamos que fazer isso aonde nunca nenhum aluno conseguiria ir.

— Eu sei de um lugar, mas precisamos saber falar com as cobras, sabe fazer isso também?

— Não, mas podemos descobrir algum livro — sorrio.

Combinamos de nos encontrar na manhã seguinte na biblioteca, eu estava super ansiosa, não sabia o que esperar daqui para frente.

© Expresso Fic & Calina D.L.
São Paulo – Brasil, 2020

Bad Blood: Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora