Capítulo 59

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Draco

Sai dos meus pensamentos com o ruivo descendo as escadas e me encarando.

— A que devo a honra? — sorriu sarcástico.

— Bom, eu estava pensando essa tarde em como poderíamos ajudar a Alhena a voltar.

— E, então?

— Você ama ela? — O encarei, ele não hesitou um segundo sequer antes de responder.

— Qual sua dúvida sobre isso?

— Faria qualquer coisa por ela?

— Claro, onde quer chegar?

— Aceitaria eu canalizar seus poderes para trazer ela de volta?

— Está maluco?

— Não, mas desesperado. Aceita ou não?

— Você sabe fazer isso?

— Não, mas posso aprender.

— Acha mesmo que vou servir como seu ratinho de laboratório?

— Pela Alhena?

— Você só pode estar bêbado! Por que não me deixa te canalizar para ajudar ela?

— Jamais! Eu preciso ajudá-la.

— Se eu estivesse querendo morrer, eu aceitaria isso.

— Acha que não sei dos riscos? Mas quais as chances dela acordar sozinha? Eu sei o quanto gosta dela e sei que tiveram algo durante as festas, não sou idiota. — Respirei fundo, odiava pensar que ele também tocou o corpo dela — Se isso significou algo para você, pense no que ela faria se fosse ao contrário.

— O que eu ganho com isso? Sequer sabe conjurar esse feitiço.

— Na pior das hipóteses eu morro tentando, ela acorda e você fica com ela.

— Não parece ruim — sorriu. — Eu te mando uma carta avisando.

— É pela Alhena, Weasley.

Os dias se passaram lentamente, mesmo meu pai negando eu consegui o convencer a me ensinar o feitiço, canalizei algumas pedras da família, algumas se quebraram, perdi as contas de quantas vezes desmaiei tentando fazer isso dar certo.

Fred Weasley me mandou uma carta na última semana, mesmo relutante ele aceitou que eu fizesse o feitiço, agora era questão de dias para eu ter minha garota de volta.

— Tem certeza de que vai fazer isso? — perguntou Jorge encarando o irmão.

— Sim.

— Por que ele veio mesmo? — Os encarei.

— Acha mesmo que vou deixar meu irmão entrar nesse ninho de cobras sozinho?

— Mais respeito! — disse meu pai no fundo da sala. — Se vocês vão ficar de briguinha, eu não vou perder meu tempo aqui. Andem, vamos logo com isso, coloque esse colar rapaz.

— Para que serve? — perguntou Fred enquanto colocava.

— Combina com seus olhos! — disse meu pai sarcástico, ele estava irritado com essa situação, se errarmos uma palavra poderíamos morrer. — É uma pedra obsidiana, ela vai ajudar a concentrar seus poderes em uma coisa só.

— Certo, aqui estão as velas, tentem acender. — Jorge as posicionou no chão.

— Não se esqueçam de dizer as palavras juntos. — Assentimos e Fred segurou minha mão.

— Merged in animabus, et virtutis michi nunc contraria est, securum somnos — falamos em coro.

Senti meu corpo aquecer, nunca havia sentido tanto poder antes. Encarei as velas em minha frente e conjurei o feitiço sem minha varinha "Incendium"... Imediatamente as chamas tomaram conta de toda a sala, elas pareciam ter vida própria.

Bad Blood: Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora